segunda-feira, 1 de junho de 2009

Extra-Campeonato: Desaparecido no Atlântico

Esta soube pelas onze da manhã, e confesso que desde então ando um pouco angustiado (o que é raro, mas real). Um avião Airbus A330 da Air France, que fazia a ligação entre Rio de Janeiro e Paris, desapareceu nos radares na zona de Fernando de Noronha esta madrugada. O vôo AF447 da Air France levava 216 passageiros e 15 tripulantes. Em relação às nacionalidades dos passageiros, confirmam-se 60 franceses, cinco italianos e três marroquinos. Desconhecem-se por agora se há portugeses e brasileiros a bordo.




Um responsável da Air France já afirmou que não tem "muitas esperanças" de encontrar o avião, e a Força Aérea Brasileira, bem como a francesa, já iniciaram as buscas. “A Air France lamenta anunciar que está sem notícias do voo AF 447 que efectua a ligação Rio-Paris com 216 passageiros a bordo e partilha a emoção e a inquietação das famílias envolvidas”, disse à AFP uma porta-voz da companhia aérea.


Sabe-se que o avião passou por problemas electricos após passar por uma zona de turbulência, seis minutos antes de desaparecer nos radares. O avião é novo (está na frota desde 2005) e tem um registo de vôo considerado como "impecável", e a sua última revisão data de 16 de Abril deste ano. O site brasileiro Terra refere um responsável da Air France, afirmando que o avião pode ter sido atingido por um raio.



O João Pacheco Miranda, correspondente da RTP no Rio de Janeiro, refere que a possibilidade de haver portugueses a bordo é real, pois há muita gente que procura estes vôos entre o Rio de Janeiro e Paris, como alternativa aos vôos directo entre o Rio e Lisboa, pois estes costumam ser mais baratos. Já agora, caso o pior aconteça (gostaria que não acontecesse, mas não acredito) não será a primeira vez que houve um desastre nesta rota Rio de Janeiro-Paris. A 11 de Julho de 1973, um Boeing 707 da Varig incendiou-se e aterrou de emergência num campo de cebolas nos arredores de Paris, perto do Aeroporto de Orly, que matou 123 dos 134 passageiros a bordo.

8 comentários:

  1. Apesar de também estar torcendo para que o avião não tenha caído, dificilmente esta hipótese irá se confirmar. A própria Air France já fala em tom de pesar sobre a ocorrência. Em todo caso, se havia brasileiros, portugueses, marroquinos ou pessoas de outra nacionalidade neste vôo, não esqueçamos que todos são seres humanos - e nestes momentos, a origem de cada um não deve ser tão importante quanto a preocupação com a segurança destas pessoas.
    Moro no Brasil, em Salvador (BA) e a prefeitura da minha cidade também está colaborando com as buscas à aeronave. Que sejam bem sucedidos, então.

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  2. Esse tipo de notícia aflige a todos, até pela cobertura massiva feita pela imprensa.

    Já acordei sob o clima do acidente, pois foi a 1ª coisa que escutei ao ligar a tv às 8 da manhã.

    Desde então estou "comendo" essa notícia. Acho que é típico de quem gosta de aeronaves.

    Imagino que seja verdadeiro o que disse o assessor da Air France: possivelmente estamos diante de uma grande catástrofe aérea.

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  3. Acredito que, no momento em que escrevo, falar em "desaparecimento" é apenas um rigor formal. É uma notícia triste que me deixa chocado, já que eu próprio já percorri essa rota aérea, me lembro das luzes brasileiras sumindo quando o avião se inclina para a direita, da turbulência que ocorre quando os alísios convergem na linha do equador.

    Acima de tudo, lembro como é fantástico pensar que o destino final é Paris. São sentimentos tão fortes e tão presentes que não consigo não me coolocar no lugar de todos os passageiros a bordo.

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  4. E ao que parece, sumiu mesmo... Nenhum vestigio até agora...

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  5. Pessoal, a aeronave provavelmente entrou numa área de grande turbulência (cumulus nimbus) e esse tipo de nuvem geram turbulencias graves, sobre o Atlântico já no limite do Controle Atlântico e o Controle Dakar; o ACARS reportou falhas de sistemas e que partes do avião haviam sido perdidas. A aeronave era matriculada F-GZCP, voou pela primeira vez em fevereiro de 2005; quase na mesma hora saíram do Rio vôos da Ibéria e da TAP Portugal, mas felizmente estes chegaram bem.

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  6. No acidente em questão de 1973, morreram o então senador da república Filinto Müller, o jornalista Júlio de Lamare, que narrava a F-1 para a Globo, o empresário e comentarista Antonio Carlos Scavone, o cantor Agostinho dos Santos e o maestro e arranjador Carlos Piper. Nesse desastre da Varig, houve fogo vindo de um dos banheiros. Até hoje não se sabe se foi por um cigarro aceso ou por um curto-circuito. Certo é que apenas um dos ocupantes da aeronave sobreviveu.

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  7. Apenas uma correção ao Rodrigo: apenas um passageiro sobreviveu, enquanto a maioria dos tripulantes sobreviveu, pois muitos deles se amontoraram no cockpit quando do pouso. Isso foi causa de muita polêmica na época, pois teve gente que ficou indignada com tripulantes vivos e todos os passageiros exceto um mortos.

    Por ironia do destino, o comandante deste vôo da Varig que se acidentou em Paris desapareceu 6 anos depois no Pacífico quando voava outro 707 cargueiro da Varig entre Tóquio e Los Angeles. Este caso é o único até hoje no qual o avião desapareceu e jamais foi encontrado (pesquisem no Google sobre "O mistério do PP-VLU").

    O único passageiro sobrevivente do acidente da Varig em Paris não perdeu a vida por ter sido indisciplinado: vendo que a situação se complicava, ele se levantou da penúltima fileira do PP-VJZ e ficou de pé ao lado da porta dianteira do avião para tentar escapar assim que a aeronave aterrase. Na verdade ele sofreu muitos ferimentos e ficou internado por meses, mas sobreviveu.

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  8. Seja lá o que derrubou o avião, isto agora pouco importa. A dor dos que ficaram, a impotência dos que ficarm... Isto é que importa.

    Cada vez que vejo um acidente aeronautico eu penso que voar sontinua sendo para passáros.

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Comentem à vontade, mas gostava que se identificassem, porque apago os anónimos, por bem intencionados que estejam...