A Quinta Coluna desta semana é um pouco complicada de falar, porque as coisas andam um pouco lentas em termos de automobilismo. Estamos em tempo de férias, especialmente porque a Formula 1 vive agora uma pausa de três semanas que só acabará no próximo dia 12, no circuito alemão de Nurburgring. Mas o fim-de-semana que passou não implica que tenham acontecido coisas que não são emocionantes. Só que vem de outras categorias…
Formula 1: Mad Max quer mostrar que não está morto!
Com o acordo da semana passada entre as equipas agrupadas na FOTA e a FIA, após a separação anunciada no fim de semana do GP de Inglaterra, julgava-se que Max Mosley ficaria caladinho até se retirar calmamente da presidência da FIA, em Novembro. Mas as circunstâncias desse anúncio foram ofensivas para o próprio Mosley, que ameaçou quebrar o acordo e voltar a recandidatar-se. Primeiro, exigiu desculpas públicas a Luca di Montezemolo, e depois gritou algo e bom som que se calhar, poderá recandidatar-se.
"Eles cometeram o erro de dançar sob a minha sepultura antes de eu ser enterrado. Não é bom a FOTA pagar a assessores de imprensa que anunciam que estou motor e enterrado quando aqui estou 'teso que nem um carapau'.", afirmou, numa entrevista ao jornal inglês "The Mail on Sunday".
"Estou a ser pressionado de todo o mundo para me recandidatar. Eu não queria, pois sinto-me um pouco velho demais. Quando comecei, tinha idade suficiente para ser pai de alguns jovens pilotos, agora tenho idade para ser avô deles. Não me sinto velho, mas pareço. Desse ponto de vista é preciso alguém com outra imagem.", declarou.
Teme-se o regresso dos fantasmas, é certo, mas o facto de esta semana as coisas estarem um pouco mais paradas em termos de “declarações bombásticas” pode querer dizer que Mosley já estará um pouco mais calmo. Ou então a preparar outra, dado que desde Segunda-feira se começou a falar “à boca cheia” no nome de Jean Todt como potencial candidato a presidente da FIA. Ainda por cima, tem a bênção do “Mad Max”. Mas a FOTA, incluindo a própria Ferrari, já disse que quer alguém “neutro”, ou seja, ninguém que tenha a ver com as equipas, o que excluía Jean Todt. Porque senão, até o Ron Dennis seria possível candidato…
WRC: Hirvonen vence na Polónia e o campeonato está relançado!
Este fim-de-semana, o Mundial de Ralies passou pela Polónia, que volta a receber uma prova pela primeira vez em 37 anos, e pela segunda vez consecutiva, Mikko Hirvonen vence um rali nesta temporada. E pela segunda vez consecutiva, Sebastien Löeb tem um acidente que o deixa fora de prova. Mas se no caso da Acrópole, os danos eram irreversíveis, no caso polaco, pode voltar através do método “SuperRally”, onde fez um resto do rali demolidor, para terminar no sétimo posto final e conseguir dois pontos para o seu pecúlio.
O Rali da Polónia poderia ter sido a consagração para a Ford, mas mais um erro de Jari-Matti Latvala, quando faltavam menos de 200 metros (!) do final do rali, ao despistar na Super-Especial que encerrava a competição, fez zangar o seu patrão, Malcom Wilson.
Muitos afirmam que Latvala está ali há tempo demais, e não consegue guiar de outra forma senão de “pé a fundo”. Mas se ele quisesse correr com Latvala, já teria corrido há muito mais tempo com o seu filho Matthew Wilson da Stobart-Ford, não é?
Mas eis algo completamente inesperado: no final do Rali da argentina, há dois meses atrás, esperávamos que isto seria um passeio francês, e fazia-se apostas para saber em que rali Sebastien Löeb iria levar o seu sexto ceptro consecutivo. Agora, com duas meros deslizes do francês (e respectivas vitórias do seu maior rival), o campeonato voltou quase á “estaca zero” e Mikko Hirvonen é o novo líder do campeonato. E o próximo rali, que correrá em terras finlandesas, poderá dar ainda mais avanço, pois ele está em casa, e 90 por cento das vitórias nas rápidas classificativas do antigo Rali dos 1000 Lagos pertenceram a pilotos da casa…
Mas agora toda a gente sabe que este campeonato vai ser decidido no lugar que merece: em Gales, no próximo mês de Novembro!
IRL: Que futuro para a competição?
Poucos dias depois da IRL correr em mais uma oval chata, onde venceu o neozelandês Scott Dixon, o homem por detrás da série desde a sua criação, em 1996, e proprietário da Indianápolis Motor Speedway, Tony George, saiu de cena depois de quase 15 anos à frente da competição. George foi “posto na reforma” pelas suas três irmãs, após ter visto que investiu mais de 300 milhões de dólares para sustentar a série, o que numa altura de crise económica, é muito.
Um ano depois de George ter comprado a CART e conseguido a “reunificação” da série, esta categoria monomarca e monomotora (Dallara-Honda) está numa encruzilhada. O muito dinheiro gasto para sustentar esta categoria poderá ter sido demais para as finanças, e o futuro poderá ser negro, dado que nos mais de 12 anos de série dupla entre CART e IRL (1996-2008), ambas as categorias sofreram, e quem saiu beneficiada durante esse tempo todo foi a NASCAR, que cresceu em termos de pilotos, circuitos e equipas. Até houve muitos pilotos da CART e IRL que foram para lá correr, com maior ou menor sucesso.
Ainda é cedo para se pensar a longo prazo, para saber se a categoria será bem sucedida ou sobreviverá à era pós-Tony George, mas os vários cenários desenhados no momento em que se soube do afastamento, passam por desde a compra da CART pela família France (fundadora e dona da NASCAR) até à auto-sustentação por parte das equipas principais, como a Andretti-Green, Chip Ganassi, Newman-Haas e Penske. Em tempo de crise, ver-se-á quem são os mais fortes.
Outra boa hipótese é a internacionalização das séries. Fala-se de uma expansão para o Brasil e para a Europa, em 2010, mas por agora, nada é certo. O que interessa agora é que no próximo fim-de-semana, depois de sete provas consecutivas em ovais, passa-se agora a correr num circuito convencional, neste caso em Watkins Glen, nos arredores de Nova Iorque. Vamos a ver como será agora, no regresso da competição aos circuitos tradicionais…
E pronto, não há muito mais a dizer. No próximo fim-de-semana, vamos ter provas “a rodos”, muitos dos quais no circuito português da Boavista. WTCC e PTCC, para começar… até para a semana!
Formula 1: Mad Max quer mostrar que não está morto!
Com o acordo da semana passada entre as equipas agrupadas na FOTA e a FIA, após a separação anunciada no fim de semana do GP de Inglaterra, julgava-se que Max Mosley ficaria caladinho até se retirar calmamente da presidência da FIA, em Novembro. Mas as circunstâncias desse anúncio foram ofensivas para o próprio Mosley, que ameaçou quebrar o acordo e voltar a recandidatar-se. Primeiro, exigiu desculpas públicas a Luca di Montezemolo, e depois gritou algo e bom som que se calhar, poderá recandidatar-se.
"Eles cometeram o erro de dançar sob a minha sepultura antes de eu ser enterrado. Não é bom a FOTA pagar a assessores de imprensa que anunciam que estou motor e enterrado quando aqui estou 'teso que nem um carapau'.", afirmou, numa entrevista ao jornal inglês "The Mail on Sunday".
"Estou a ser pressionado de todo o mundo para me recandidatar. Eu não queria, pois sinto-me um pouco velho demais. Quando comecei, tinha idade suficiente para ser pai de alguns jovens pilotos, agora tenho idade para ser avô deles. Não me sinto velho, mas pareço. Desse ponto de vista é preciso alguém com outra imagem.", declarou.
Teme-se o regresso dos fantasmas, é certo, mas o facto de esta semana as coisas estarem um pouco mais paradas em termos de “declarações bombásticas” pode querer dizer que Mosley já estará um pouco mais calmo. Ou então a preparar outra, dado que desde Segunda-feira se começou a falar “à boca cheia” no nome de Jean Todt como potencial candidato a presidente da FIA. Ainda por cima, tem a bênção do “Mad Max”. Mas a FOTA, incluindo a própria Ferrari, já disse que quer alguém “neutro”, ou seja, ninguém que tenha a ver com as equipas, o que excluía Jean Todt. Porque senão, até o Ron Dennis seria possível candidato…
WRC: Hirvonen vence na Polónia e o campeonato está relançado!
Este fim-de-semana, o Mundial de Ralies passou pela Polónia, que volta a receber uma prova pela primeira vez em 37 anos, e pela segunda vez consecutiva, Mikko Hirvonen vence um rali nesta temporada. E pela segunda vez consecutiva, Sebastien Löeb tem um acidente que o deixa fora de prova. Mas se no caso da Acrópole, os danos eram irreversíveis, no caso polaco, pode voltar através do método “SuperRally”, onde fez um resto do rali demolidor, para terminar no sétimo posto final e conseguir dois pontos para o seu pecúlio.
O Rali da Polónia poderia ter sido a consagração para a Ford, mas mais um erro de Jari-Matti Latvala, quando faltavam menos de 200 metros (!) do final do rali, ao despistar na Super-Especial que encerrava a competição, fez zangar o seu patrão, Malcom Wilson.
Muitos afirmam que Latvala está ali há tempo demais, e não consegue guiar de outra forma senão de “pé a fundo”. Mas se ele quisesse correr com Latvala, já teria corrido há muito mais tempo com o seu filho Matthew Wilson da Stobart-Ford, não é?
Mas eis algo completamente inesperado: no final do Rali da argentina, há dois meses atrás, esperávamos que isto seria um passeio francês, e fazia-se apostas para saber em que rali Sebastien Löeb iria levar o seu sexto ceptro consecutivo. Agora, com duas meros deslizes do francês (e respectivas vitórias do seu maior rival), o campeonato voltou quase á “estaca zero” e Mikko Hirvonen é o novo líder do campeonato. E o próximo rali, que correrá em terras finlandesas, poderá dar ainda mais avanço, pois ele está em casa, e 90 por cento das vitórias nas rápidas classificativas do antigo Rali dos 1000 Lagos pertenceram a pilotos da casa…
Mas agora toda a gente sabe que este campeonato vai ser decidido no lugar que merece: em Gales, no próximo mês de Novembro!
IRL: Que futuro para a competição?
Poucos dias depois da IRL correr em mais uma oval chata, onde venceu o neozelandês Scott Dixon, o homem por detrás da série desde a sua criação, em 1996, e proprietário da Indianápolis Motor Speedway, Tony George, saiu de cena depois de quase 15 anos à frente da competição. George foi “posto na reforma” pelas suas três irmãs, após ter visto que investiu mais de 300 milhões de dólares para sustentar a série, o que numa altura de crise económica, é muito.
Um ano depois de George ter comprado a CART e conseguido a “reunificação” da série, esta categoria monomarca e monomotora (Dallara-Honda) está numa encruzilhada. O muito dinheiro gasto para sustentar esta categoria poderá ter sido demais para as finanças, e o futuro poderá ser negro, dado que nos mais de 12 anos de série dupla entre CART e IRL (1996-2008), ambas as categorias sofreram, e quem saiu beneficiada durante esse tempo todo foi a NASCAR, que cresceu em termos de pilotos, circuitos e equipas. Até houve muitos pilotos da CART e IRL que foram para lá correr, com maior ou menor sucesso.
Ainda é cedo para se pensar a longo prazo, para saber se a categoria será bem sucedida ou sobreviverá à era pós-Tony George, mas os vários cenários desenhados no momento em que se soube do afastamento, passam por desde a compra da CART pela família France (fundadora e dona da NASCAR) até à auto-sustentação por parte das equipas principais, como a Andretti-Green, Chip Ganassi, Newman-Haas e Penske. Em tempo de crise, ver-se-á quem são os mais fortes.
Outra boa hipótese é a internacionalização das séries. Fala-se de uma expansão para o Brasil e para a Europa, em 2010, mas por agora, nada é certo. O que interessa agora é que no próximo fim-de-semana, depois de sete provas consecutivas em ovais, passa-se agora a correr num circuito convencional, neste caso em Watkins Glen, nos arredores de Nova Iorque. Vamos a ver como será agora, no regresso da competição aos circuitos tradicionais…
E pronto, não há muito mais a dizer. No próximo fim-de-semana, vamos ter provas “a rodos”, muitos dos quais no circuito português da Boavista. WTCC e PTCC, para começar… até para a semana!
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