segunda-feira, 27 de julho de 2009

Formula 1 - Ronda 10, Hungaroging (Revista da Blogosfera)

Depois de três semanas de ausência, e depois de algum tempo de ausência, volto a coloca no meu blog a secção “Revista da Blogosfera”. Creio que os acontecimentos do fim-de-semana húngaro, bem como uma maior desanuviedade em relação ao trabalho, permite-me fazer uma análise mais calma e apurada do que foi dito na Blogosfera em português, neste conturbado fim de semana, onde a morte andou bem perto de nós, e como disse um dos contemplados, o Ron Groo:


Um segundo a mais ou a menos faz a diferença entre a vitória espectacular e a mais inapelável das derrotas. E assim também é entre estar vivo ou não.”


Respeito é bom e quem é grande sempre o merece. McLaren e Ferrari penaram nas primeiras corridas do ano e não foi raro ver as duas maiores equipes da F1 ficando nas últimas posições, brigando entre si para não ficarem para trás. Ficar no Q1 e lutar para entrar no Q3 foi uma constante para Hamilton, Massa, Raikkonen e Kovalainen. No travado e não tão quente circuito de Hungaroring, prateados e vermelhos voltaram aos bons tempos e de forma até surpreendente (quanta ironia!), dominaram o Grande Prêmio da Hungria, com Lewis Hamilton voltando a vencer após quase um ano sem vitória, trazendo consigo a única Ferrari na pista. Das 'atuais' grandes, apenas a Red Bull marcou presença no pódio, enquanto a Brawn demonstrou que definitivamente está em uma acentuada queda.

(…)


A corrida na Hungria pode ter sido um marco na F1. A volta de McLaren e Ferrari provam que elas virão muito fortes em 2010 e que Brawn e Red Bull estão tendo uma chance que dificilmente terão novamente. O título ficará entre os pilotos destas equipes em 2009, mas ninguém duvida que as grandes estão de volta!


João Carlos Viana, jcspeedway


A imprensa brasileira está concentradíssima na cobertura da recuperação de Felipe Massa e a corrida e o resultado de ontem acabaram, compreensivelmente, ficando mesmo para segundo plano.


O fato é que a dominante vitória de Lewis Hamilton ontem na Hungria, conquistada no seu velho e bom estilo, com ultrapassagens e dando espetáculo, é um justo resgate da equipe e do piloto que atravessaram juntos um dos mais turbulentos períodos da história da equipe e também de sua longa relação.


Além de ter que lidar com um carro mal nascido no início de temporada — 1 segundo e meio mais lento que Brawns e Red Bulls — Lewis se viu envolvido em um vergonhoso escândalo ao mentir para os comissários do GP da Austrália, o que arranhou a sua reputação e também da própria Formula 1. Por tabela, a McLaren dispensou Dave Ryan — um dos seus mais fiéis colaboradores — também envolvido no escândalo e testemunhou Ron Dennis anunciar afastamento definitivo de suas operações dentro do Grupo McLaren, resultado da forte pressão de Max Mosley.

A vitória de ontem, portanto, resgata parte do prestígio que a equipe — ela mesma — havia deixado no caminho desses últimos cinco meses — além de responder vigorosamente às dúvidas de quem ainda desconfia da capacidade e dos recursos técnicos concentrados em Woking.

(…)

Há ainda dúvidas quanto à capacidade do carro em gerar performance e “downforce” em circuitos em que o equilíbrio aerodinâmico seja fundamental, para isso Martin Whitmarsh — que saboreia sua primeira vitória como chefe da equipe — avisa que haverá atualizações para Valência, enquanto Jenson Button aponta que os carros com KERS “irão destruir Brawn e Red Bull em Monza…”

A temporada tem demonstrado que poucas equipes têm permanecido no topo de forma contínua e estável, mas com Hamilton na briga por vitórias de novo, não duvide que a McLaren possa vencer mais uma esse ano.


Becken Lima, F1 Around

No momento em que o presente texto é redigido, a Renault está suspensa da próxima corrida, o GP da Europa, devido a uma roda mal apertada durante o pit stop de Alonso. Curioso pensar que tal erro provocou uma punição esportiva por si próprio: a perda de rendimento e consequente abandono de seu piloto mais bem classificado na corrida. Isso leva a crer que a punição aplicada pelos comissários não é esportiva – talvez eles nem saibam o que vem a ser um esporte.


Mais curioso ainda é a não punição da Brawn GP, equipe também responsável pelo desprendimento de um objeto em pista que, embora de dimensão menor que um pneu, causou estragos muito mais significativos.


A volta deste assunto tão batido, o Race Control, é significativa em uma corrida na qual vários aspectos (não apenas objetos) escaparam ao controle. Disso decorre que a travada e pouco amada Hungaroring foi o palco de muitas surpresas, muito mais do que, por exemplo, a beloved Silverstone há um mês.


Surpresa Hamilton no primeiro lugar, bem como dois bólidos equipados com Kers ocupando as duas primeiras posições – pela primeira vez, pode-se dizer que foram eficientes. Surpresa ver Webber superar Vettel na pontuação.


Nada disso, porém, eclipsou em momento algum a maior surpresa de todas, o acidente de Felipe Massa nos treinos de sábado. Explicável, mas incompreensível – talvez porque ninguém sabe ainda qual a dimensão histórica que aquela peça que bateu contra seu capacete assumirá daqui para a frente. Torcemos para que não supere suas ínfimas dimensões físicas, 10cm x 5cm.


Daniel Medici, Cadernos do Automobilismo


A prova de hoje em Hungaroring foi bastante movimentada, mais do quê o esperado, teve muitas disputas e algumas ultrapassagens. Até agora o circuito que mais favoreceu os carros com KERS. Também chamou a atenção pelo excelente desempenho dos últimos campeões mundiais; Alonso pela pole; Kimi pela constância e Hamilton pela vitória. A McLaren mostrou grande evolução desde os treinos livres e entra definitivamente como mais uma equipe que lutará por vitórias constantemente.


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Mas a vitória da Maclaren revela muito da estrutura de poder dentro da F1, se comparada à queda de rendimento da Brawn. Ambas empurradas pelo excelente motor Mercedes, a equipe que hoje voltou ao topo do pódio com Lewis Hamilton, que pilotou como é: um campeão. Paradoxalmente, o rendimento da Brawn foi o pior possível, ainda pior que na Inglaterra ou na Alemanha.

Enquanto um limitado Kovalainen e Hamiton vinham com bom rendimento, a Brawn patinava nos pneus traseiros, principalmente Button. Barrichello fez um corrida até sólida, mas largar atrás, ter sido tocado logo na curva 2 e estar muito pesado atrapalhou até mesmo uma estratégia que, embora fosse boa, se revelou insuficiente em um circuito fechado. Teve até um rendimento superior ao de Williams e Toyota no fim, mas insuficiente para qualquer coisa. nas fechadas curvas do circuito de Hungaroring.

É reveladora no sentido de mostrar que os quase ilimitados recursos de Maclaren e da Mercedes por trás de tudo fazem toda a diferença, ao recuperar terreno durante um dos anos mais difíceis da MacLaren de todos os tempos, e o pior possível nos tempos de Mercedes. Tanto que a vitória foi realmente uma surpresa, que não diria facilitada pelo abandono de Alonso, que em minha visão não fez diferença, mas pelo bom rendimento em retas por conta do kers, que fez toda a diferença possível na largada, e pelo razoável rendimento em curvas de baixa (que era o grande problema do Mp4-24).

Enquanto isso, na Brawn, o alerta é vermelho, e parece-me arriscado continuar sem grandes financiadores. Um grande acordo deve ser feito logo para tentar recuperar terreno, pois foi muita sorte a Red Bull de Vettel ter abandonado, senão as duas diferenças no campeonato estariam no limite.

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Sem parar, sem vacilar, contando com um triste erro do ainda muito inexperiente Buemi, ficou em penúltimo lugar dos que chegaram; obviamente não se esperava grande coisa do espanhol, mas ao menos não fez o feio que cometeu na classificação. Su madre apareció mucho contente!


Jobson Mendes/Ridson de Araújo, Histórias e Velocidade


A corrida de hoje serve para assinalar alguns fatos, nem todos bons...

O caso do espanhol Fernando Alonso com seu pneu solto serviu pra fechar o assunto “a bruxa está a solta no automobilismo”. Quem viu aquele pesado pedaço de borracha quicando pelo circuito a fora, certamente rezou pra ninguém mais aparecesse por ali.

A punição foi absurda, ninguém deixa uma roda solta de propósito, primeiro pelo perigo que seria, segundo que não há nada a se ganhar com isso. Mas é fato também, que foi uma falta grave, digna de um belo puxão de orelha. Como um mecânico, que “só faz isso da vida” esquece de “aparafusar” uma roda????

Sim, eu sei, na F1 nada é tão simples como parece, estão todos sobre estrema pressão na hora do pit, não se trata apenas de aparafusar qualquer coisa, e provavelmente o mecânico que deixou de o fazer, nem percebeu tal fato até que a roda se soltasse.

Mas é que depois de perder um piloto uma semana atrás na Fórmula 2, e ter um acidente sério na véspera, com um também piloto de F1, por acidentes semelhantes, peças de carro voando por aí, nos deixa um pouco alvoroçados.

O que interessa é que o acaso deu seu recado: brincar com o limite entre a vida e a morte, em um esporte que todos os que competem, fazem parte ou apenas acompanham, sabem ser extremamente perigoso, tem seu preço, e pode ser alto as vezes.

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Hamilton foi mais uma vez, como não era há tempos, impecável, ele não é um gênio, mas tem dias geniais. Foi soberbo e sobrou a corrida inteira.

Alcançou seu primeiro pódio na temporada, e dignamente à sua altura, logo no primeiro lugar. Mereceu. Foi ótimo vê-lo sobrar novamente, foi ótimo vê-lo sorrir, gritar, pular, comemorar...

Sinceramente já estava cansada do Hamilton cabisbaixo e cinzento que ele havia se tornado.

Mas na verdade, bom mesmo foi ver McLaren e Ferrari de novo em cima do mesmo pódio, melhor ainda deve ter sido pra Button ver isso. Hamilton e Kimi roubaram alguns bons pontos de Mark Webber...

Foi ótimo para o campeonato tal resultado, deixa o que já estava aberto antes, mais aberto ainda, e concordo que agora, apostar em alguém está quase como apostar na loteria. Levando em consideração que a vantagem do piloto da Brawn ainda é razoável, e com essa possível melhoria de McLaren para afanar pontos da principal rival Red Bull, aliado ao fato, de que por azar ou falta de possibilidade, Vettel vem se mostrando inconstante, e Mark Webber era o azarão até outro dia, o que pode não facilitar a vida de Horner, pode até ser que Button leve essa.
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Ingryd Lamas, Athena Grand Prix


Nunca pensei que um dia me espantaria com a vitória de uma McLaren.

Também pensei que após aquele Abril horrível de 1994 eu nunca mais ficaria apreensivo quanto a um acidente da F1. Ainda mais um acidente tão imbecil e repleto de fatalidade como este de Felipe Massa.

A F1 é regida e decidida nos milésimos de segundo, e sendo assim um segundo passa a ser uma eternidade em termos de diferença. Um segundo a mais ou a menos faz a diferença entre a vitória espetacular e a mais inapelável das derrotas. E assim também é entre estar vivo ou não.

Por sorte nossa, e mais ainda de Felipe Massa este segundo estava a seu favor, e por isto estamos hoje com a esperança renovada, pensamento firme, forte e muita fé em sua recuperação.

O caso é grave e inspira cuidados, mas evolui com segurança e gradualmente para uma melhor situação. Cada vez mais.

(…)

Veio a largada e começaram as surpresas.

Vettel largando do lado sujo da pista vai muito mal e acaba caindo para sétimo lugar.

Hamilton pula para segundo com o auxilio do KERS e uma forcinha de Kimi Heineken, que saiu esbarrando em todo mundo na largada.
E como na corrida passada a direção de prova colocou um incidente sob investigação e depois não publicou sua decisão.

Quem souber o que foi feito da investigação sob a largada “segura peão” do finlandês bebedor, por favor, deixe ai nos comentários.


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Alonso para antecipadamente nos boxes e um trabalho digno da turma de Domenicali em seus piores dias acaba voltando com uma roda solta.
Metros à frente a roda se solta e decreta o fim da corrida do espanhol.
Uma dura vergastada no lombo de Flavio Briattore, que vem merecendo uma assim faz tempo.

A partir daí Lewis assumiu a ponta - andando muito com um carro que eu cheguei a pensar que havia nascido morto - para não mais larga-la até a bandeirada final.


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Agora três semanas de férias e dá-lhe silly season com muita politicagem, muita especulação e muito AS e Marca colocando o chiliquento na Ferrari. Se bem que pela corrida de hoje, só de farra, eu colocaria o Jaiminho.

Ron Groo, Blog do Groo.

2 comentários:

  1. muito boa a iniciativa da Revista , Paulo. Eu não tinha visto ainda esse post na nuvem de posts que fomos bombardeados e bombardeamos nos últimos dias, com tantos acontecimentos

    E obrigado pela divulgação...vc é sempre superbemvindo lá no Histórias e Velocidade

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Comentem à vontade, mas gostava que se identificassem, porque apago os anónimos, por bem intencionados que estejam...