Walter Cronkite acompanhava apaixonadamente a exploração espacial, especialmente a ida do Homem à Lua. Desde os primeiros tempos que relatava, com visivel emoção, as conquistas e as tragédias que acionteciam durante as várias missões nos programas Mercury, Gemini e Apollo. curiosamente, não foi ele que relatou a tragédia da Apollo 1, em 1967, mas sim Mike Wallace, que se tornou famoso por um programa que apareceu mais tarde, o "60 Minutos".
A 16 de Julho de 1969, tudo estava a postos no Cabo Kennedy para conseguir o que é, provavelmente, a maior realização em tempo de paz no século XX: a chegada do Homem à Lua. Cumprindo o desejo de John F. Kennedy, que tinha declarado sete anos antes "We choose to go to the Moon till the end of this decade and do the other things, not beacuse they are easy, bu because they are hard", o governo norteamericano tinha gasto centenas de milhões de dólares para construir um poderoso foguete, com uma cápsula, onde colocou três astronautas, que iriam colocar os pés no solo de outro corpo celeste, nomeadamente no satélite do planeta Terra.
Seguido por mais de 500 milhões de pessoas no mundo Ocidental, isto era o auge de uma corrida espacial iniciada doze anos antes pela União Soviética, quando colocou em órbita o satélite "Sputnik". Com os americanos feridos no seu orgulho (quatro anos depois sofreriam outro desaire, quando Yuri Gagarin se tornou no primeiro homem no Espaço), apontaram para o maior dos objectivos até ao final da década. Nesse dia estava tudo pronto para que o foguete Saturno V pudesse impulsionar os astronautas Neil Armstrong, Edwin "Buzz" Aldrin e Michael Collins para fora da orbita da Terra e rondar a superficie da Lua.
A CBS, claro, montou um gigantesco esquema para acompanhar todos os detalhes da missão. E Walter Cronkite acompanhou, como enviado especial ao Cabo Canaveral, acompanhado por um especialista, outro astronauta, Walter Schirra. Observando o lançamento, esteve quase em permanência durante os quatro dias em que demoraram para chegar à Lua, e pilotar o módulo LEM "Eagle" até à Mar da Tranquilidade, o local da aterragem. Com poucos segundos de combustivel e a pericia de Armstrong e Aldrin, tudo correu bem, e ele pode dizer "Daqui Tranquilidade. A Águia aterrou". Nesse momento, Cronkite ficou visivelmente contente.
Mas mais emocionado ficou quando Armstrong deu aquele primeiro passo na Lua. Tão emocionado que... perdeu a famosa frase. Só a ouviu pela metade, o "Um pequeno passo para o Homem..." Depois é que lhe disseram o resto: "...um grande salto para a Humanidade".
(continua)
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