Gerhard Berger atingiu hoje o seu 50º aniversário natalicio. Não sei como é visto hoje em dia, mas eu o recordo como o homem que no inicio da sua carreira deu a primeira vitória à Benetton, que deu nas suas duas passagens pela Ferrari os seus fogachos, quer ao ganhar as duas últimas provas de 1987, que foram também as últimas que Enzo Ferrari viu em vida, quer quando viu cair no seu colo uma inesperada vitória em Monza 1988, um mês depois da morte de "Il Commendatore", para delírio dos "tiffosi".
Foi também o melhor companheiro de equipa que Ayrton Senna teve. Não só nos termos em que ele soube ser o segundo piloto da equipa McLaren, mas também pelos seu lado humano, mas para o humoristico. Cenas contadas como a mala Samsonite atirada do helicóptero, para saber da sua resistência, ou dos sapos no quarto de Senna, na Austrália, contadas anos depois, foram inesquecíveis e demonstraram uma faceta mais humana no piloto brasileiro, pois não só se ria das suas brincadeiras, como ele próprio inventava as suas, como resposta.
Esteve na Formula 1 de 1984 até 1997, um periodo longo na categoria máxima. Foi o homem que, no final da sua carreira, brilhou em Hockenheim: em 1994, quando aproveitou as longas rectas para fazer cantar o seu V12 e dar a primeira vitória para a marca em quase três anos e meio, apesar de ter beneficiado das carambolas na partida. Três anos depois, quando passou por um dos periodos mais complicados na sua vida (foi operado a uma sinusite e perdeu o pai num acidente aéreo), voltou brilhantemente à competição e venceu no circuito alemão, para gáudio de todo o "paddock". "I couldn't be happy, Formula One Couldn't be happy", dizia um extasiado Murray Walker quando narrou a sua vitória. Foi a última da equipa, onze anos depois de a ter dado a primeira.
Berger tem uma ligação a Portugal, devido ao facto de se ter casado com uma modelo, de seu nome Ana Corvo. Dessa união resultaram duas filhas. Desconheço se continuam casados, mas pode-se dizer que o nosso país é muito mais do que o lugar onde venceu a corrida de 1989... Hoje em dia, depois de ter ajudado a gerir a Toro Rosso, com excelentes resultados (venceu em monza graças a Sebastien Vettel, anda por aí, provavelmente gozando a sua semi-reforma da Formula 1. E para alguém que não foi campeão, teve uma vida demasiado grande para ser um mero segundo piloto. Feliz Aniversário, Gerhard!
Berger... A primeira imagem que tenho do Berger é a de um bom piloto e companheiro de Senna. Gostava muito dele, nunca o vi como um concorrente do brasileiro. No fim de sua carreira, eu o via como um respeitado veterano, como o Barrichello o é hoje.
ResponderEliminarSó depois que cresci mais fui ver sua primeira vitória na Benetton, seus acidentes graves e idiotas. Mas sempre senti uma empatia por ele. Um dos grandes personagens que já passou pela Fórmula 1, dos quais fazem falta nos grids de hoje.