Após a agitada prova de Hockenheim, os quinze dias que passaram até que o pelotão fosse para Budapeste serviram para agitar ainda mais as águas, pelo menos do lado da Benetton. A FIA descobriu que o acidente de Jos Verstappen nas boxes alemãs tinha sido causado quando a própria equipa tinha tirado o filtro do bocal da gasolina para apressar ainda mais as operações de reabastecimento, algo que não era legal. Isso veio abaixar ainda mais o prestígio da equipa, que ainda estava escaldado não só com o caso de Silverstone, onde Michael Schumacher e a Benetton desrespeitaram os comissários, como também as suspeitas sobre as ajudas electrónicas ao carro do piloto alemão, que eram ilegais nos regulamentos daquela altura. E ainda por cima, o apelo ainda decorria...
As carambolas do inicio do GP da Alemanha também tinham causado consequências noutra equipa, a McLaren. Como Mika Hakkinen estava com pena suspensa antes de Hockenheim e envolveu-se num acidente, a FIA decidiu suspendê-lo por uma corrida, e assim Ron Dennis chamou o terceiro piloto da equipa, o veterano francês Philippe Alliot, para o substituir.
Nos treinos, Schumacher levou a melhor sobre Damon Hill, conseguindo a sua quarta pole-position do ano. Na segunda fila estavam o segundo Williams de David Coulthard e o Ferrari de Gerhard Berger, o recente vencedor do GP da Alemanha. Logo a seguir estava o Tyrrell de Ukyo Katayama e o McLaren-Peugeot de Martin Brundle. Eddie Irvine era o sétimo a partir, tendo a seu lado o Sauber-Mercedes de Heinz-Harald Frentzen. A fechar o "top ten" ficavam o Ligier-Renault de Olivier Panis e o segundo Jordan de Rubens Barrichello.
Mais atrás, Jean Alesi era apenas 13º, à frente de Philippe Alliot, no McLaren. À frente deles estava o segundo Benetton de Jos Verstappen. já recuperado do susto na box alemã. Quanto aos não qualificados, os suspeitos do costume: Bertrand Gachot e Paul Belmondo, ambos no Pacific-Ford, foram os contemplados.
Na partida, Hill sai melhor do que Schumacher, mas pisa a parte suja e tenta não arriscar muito, permitindo a ultrapassagem do alemão da Benetton. Rapidamente, ele se destaca do resto do pelotão, ajudado provavelmente pelo acidente que acontecia um pouco mais atrás, quando os Jordan de Irvine e Barrichello ficam pelo caminho, acompanhados pelo Tyrrell de Katayama.
À medida que as voltas decorriam, Schumacher safava-se com uma estratégia de três reabastecimentos, contra os dois do britânico da Williams. Isso permitou uma breve aparição de Hill na liderança, mas apenas entre os abastecimentos do piloto alemão. Mais atrás, a luta pela terceira posição era maior: o Williams de Coulthard e o McLaren de Brundle lutavam entre si, com o Benetton de Verstappen à espreita. Uma melhor tática de corrida permitiu que Brundle se encostasse ao "rookie" da Williams, e na volta 59 sofreu um despista e abandonou. O veterano piloto da McLaren continuava firme no terceiro posto, sem poder alcançar quer Hill, quer Schumacher.
E foi assim até à meta, com o piloto alemão a regressar às vitórias, depois de dois Grandes Prémios de ausência, com Hill na segunda posição e... um golpe de teatro na última volta, quando o alternador do McLaren-Peugeot "calou-se" e cedendo o lugar para o holandês Jos Verstappen, que conseguia assim o seu primeiro pódio da sua carreira. Martin Brundle conseguiu levar o carro para a quarta posição, com o Tyrrell de Mark Blundell e o Ligier de Olivier Panis nos últimos lugares pontuáveis.
Fontes:
Santos, Francisco - Formula 1 1994/95, Ed. Talento, Lisboa/São Paulo, 1994
http://en.wikipedia.org/wiki/1994_Hungarian_Grand_Prix
http://www.grandprix.com/gpe/rr558.html
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