Depois de terem experimentado o rápido circuito de AVUS, em Berlim o pelotão da Formula 1 fazia a sua viagem para sul, mais concretamente ao solarengo Portugal, onde iriam estrear outro novo circuito citadino, desta vez nos arredores de Lisboa. O circuito de Monsanto era desenhado entre as estradas do parque com o mesmo nome, considerado como o pulmão da capital portuguesa. Tinha uma característica especial: a recta da meta era uma parte da auto-estrada que ligava Lisboa a Cascais, o lugar de veraneio da elite portuguesa e da realeza europeia, principalmente as cabeças que tinham perdido a coroa na última Guerra Mundial, quase quinze anos antes…
Na lista de inscritos, havia uma novidade e um regresso: a Aston Martin, que tinha estado ausente na Alemanha, regressava em Monsanto com Roy Salvadori e Carrol Shelby, esperando que o seu carro com motor à frente pudesse competir com a nova tendência de motor atrás, representada pela Cooper, que se tornavam cada vez mais competitivos…
A grande novidade na lista de inscritos era a presença de um piloto local, Mário de Araújo Cabral, conhecido pelos amigos de “Nicha”. De origem nobre (o seu pai era um rico industrialista do Porto, ao qual lhe tinham dado o título de conde de Vizela), Nicha Cabral, então com 25 anos, tinha conseguido um lugar na Scuderia Centro Sud, e iria conduzir um Cooper-Maserati. Iria ser o primeiro português a participar oficialmente num Grande Prémio.
De resto, não havia grandes novidades na lista de inscritos. A BRM inscrevia Jo Bonnier, Harry Schell e Ron Flockhart, a Cooper tinha Jack Brabham, Masten Gregory e Bruce McLaren na equipa oficial, com Maurice Trintignant e Stirling Moss nos Cooper da Rob Walker Racing Team, a Lótus trazia Graham Hill e Innes Ireland, enquanto que a Ferrari tinha inscrito Tony Brooks, Phil Hill e Dan Gurney na equipa.
Nos treinos, a primeira fila era toda da Cooper, mas o melhor foi… Moss, no seu Cooper da Rob Walker, que tinha a seu lado na grelha os Cooper oficial de Jack Brabham e de Masten Gregory. Na segunda fila estavam o Cooper de Maurice Trintrignant e o BRM de Jo Bonnier, enquanto que na terceira fila estavam Dan Gurney, o melhor dos Ferrari, seguido por Phil Hill e Bruce McLaren. A fechar o “top ten” estavam o BRM de Harry Schell e o Ferrari de Tony Brooks, que lutava contra a falta de competitividade do seu carro. Nicha Cabral conseguiu ficar na 14ª e antepenúltima posição, tendo atrás de si os Lótus de Graham Hill e Innes Ireland.
Perante cerca de 80 mil pessoas e tempo soalheiro, os carros partiram para o segundo Grande Prémio de Portugal de Formula 1. Na partida, Moss fica com a liderança da corrida, algo que não o larga até ao final, mas de inicio tem atrás de si o pelotão perseguidor, constituído por Brabham, McLaren, Gregory e Gurney. Mais atrás estava Phil Hill, que na ânsia de querer ganhar lugares, despista-se na volta cinco. Consegue regressar às boxes, mas quando volta à pista, o Lótus de Graham Hill despista-se à sua frente e ele não tem como evitá-lo, batendo e destruindo ambos os carros. Contudo, os dois saem incólumes.
Brabham continua atrás de Moss durante algum tempo, tentando nunca se despegar do piloto inglês, até que na volta 23, Brabham perde o controlo do seu carro. O Cooper despista-se no momento em que passa o carro de Nicha Cabral, evitando por pouco um choque, mas o carro desgovernado vai para a berma, onde embate num poste telefónico. Com o choque, o piloto australiano é projectado para o meio da pista, e quando se levanta, vê o seu companheiro Masten Gregory a aproximar-se rapidamente. Instintivamente, o americano desvia-se de Brabham por pouco e consegue continuar a corrida, mas para o piloto australiano, o fim-de-semana acabava por ali.
Quem seguia na frente, perfeitamente imperturbável, era Moss, que tinha agora Gregory atrás dele. Depois do americano estavam Bruce McLaren e Dan Gurney, no melhor dos Ferrari, com Tony Brooks muito atrás. McLaren continuou assim até à volta 38, quando a transmissão do seu carro cedeu, fazendo com que Gurney subisse ao terceiro posto, e esta seria a ordem final da corrida no momento em que mossa cruzava a bandeira de xadrez, na volta 62. Aliás, moss era o único a percorrer essa distância, pois tinha deixado os americanos Gregory e Gurney a uma volta. Maurice Trintrignant e o americano Harry Schell, no seu BRM, ficaram com os restantes lugares pontuáveis. Quanto a Mário de Araújo Cabral, conseguiu o feito de ter levado o seu Cooper-Maserati até ao fim, na décima e última posição, a seis voltas do vencedor.
Fontes:
http://en.wikipedia.org/wiki/1959_Portuguese_Grand_Prix
Na lista de inscritos, havia uma novidade e um regresso: a Aston Martin, que tinha estado ausente na Alemanha, regressava em Monsanto com Roy Salvadori e Carrol Shelby, esperando que o seu carro com motor à frente pudesse competir com a nova tendência de motor atrás, representada pela Cooper, que se tornavam cada vez mais competitivos…
A grande novidade na lista de inscritos era a presença de um piloto local, Mário de Araújo Cabral, conhecido pelos amigos de “Nicha”. De origem nobre (o seu pai era um rico industrialista do Porto, ao qual lhe tinham dado o título de conde de Vizela), Nicha Cabral, então com 25 anos, tinha conseguido um lugar na Scuderia Centro Sud, e iria conduzir um Cooper-Maserati. Iria ser o primeiro português a participar oficialmente num Grande Prémio.
De resto, não havia grandes novidades na lista de inscritos. A BRM inscrevia Jo Bonnier, Harry Schell e Ron Flockhart, a Cooper tinha Jack Brabham, Masten Gregory e Bruce McLaren na equipa oficial, com Maurice Trintignant e Stirling Moss nos Cooper da Rob Walker Racing Team, a Lótus trazia Graham Hill e Innes Ireland, enquanto que a Ferrari tinha inscrito Tony Brooks, Phil Hill e Dan Gurney na equipa.
Nos treinos, a primeira fila era toda da Cooper, mas o melhor foi… Moss, no seu Cooper da Rob Walker, que tinha a seu lado na grelha os Cooper oficial de Jack Brabham e de Masten Gregory. Na segunda fila estavam o Cooper de Maurice Trintrignant e o BRM de Jo Bonnier, enquanto que na terceira fila estavam Dan Gurney, o melhor dos Ferrari, seguido por Phil Hill e Bruce McLaren. A fechar o “top ten” estavam o BRM de Harry Schell e o Ferrari de Tony Brooks, que lutava contra a falta de competitividade do seu carro. Nicha Cabral conseguiu ficar na 14ª e antepenúltima posição, tendo atrás de si os Lótus de Graham Hill e Innes Ireland.
Perante cerca de 80 mil pessoas e tempo soalheiro, os carros partiram para o segundo Grande Prémio de Portugal de Formula 1. Na partida, Moss fica com a liderança da corrida, algo que não o larga até ao final, mas de inicio tem atrás de si o pelotão perseguidor, constituído por Brabham, McLaren, Gregory e Gurney. Mais atrás estava Phil Hill, que na ânsia de querer ganhar lugares, despista-se na volta cinco. Consegue regressar às boxes, mas quando volta à pista, o Lótus de Graham Hill despista-se à sua frente e ele não tem como evitá-lo, batendo e destruindo ambos os carros. Contudo, os dois saem incólumes.
Brabham continua atrás de Moss durante algum tempo, tentando nunca se despegar do piloto inglês, até que na volta 23, Brabham perde o controlo do seu carro. O Cooper despista-se no momento em que passa o carro de Nicha Cabral, evitando por pouco um choque, mas o carro desgovernado vai para a berma, onde embate num poste telefónico. Com o choque, o piloto australiano é projectado para o meio da pista, e quando se levanta, vê o seu companheiro Masten Gregory a aproximar-se rapidamente. Instintivamente, o americano desvia-se de Brabham por pouco e consegue continuar a corrida, mas para o piloto australiano, o fim-de-semana acabava por ali.
Quem seguia na frente, perfeitamente imperturbável, era Moss, que tinha agora Gregory atrás dele. Depois do americano estavam Bruce McLaren e Dan Gurney, no melhor dos Ferrari, com Tony Brooks muito atrás. McLaren continuou assim até à volta 38, quando a transmissão do seu carro cedeu, fazendo com que Gurney subisse ao terceiro posto, e esta seria a ordem final da corrida no momento em que mossa cruzava a bandeira de xadrez, na volta 62. Aliás, moss era o único a percorrer essa distância, pois tinha deixado os americanos Gregory e Gurney a uma volta. Maurice Trintrignant e o americano Harry Schell, no seu BRM, ficaram com os restantes lugares pontuáveis. Quanto a Mário de Araújo Cabral, conseguiu o feito de ter levado o seu Cooper-Maserati até ao fim, na décima e última posição, a seis voltas do vencedor.
Fontes:
http://en.wikipedia.org/wiki/1959_Portuguese_Grand_Prix
Apenas uma correcção se me permite: A meta não estava situada na recta que utilizava uma parte da auto-estrada mas sim no Caramão da Ajuda, perto da zona onde fica hoje um famoso restaurante, salvo-erro chamado Mercado do Peixe.
ResponderEliminarSaudações automobilísticas.