Três semanas depois de Felipe Massa ter sofrido o seu acidente, o piloto da Ferrari deu uma entrevista à imprensa brasileira na sua casa em São Paulo, enquanto recupera dos seus ferimentos. Apesar de não se recordar nada do acidente, considera as suas circunstâncias como ridículas: "Achei um acidente ridículo, tonto", contou o piloto da Ferrari. "Não vi a mola. Bateu no capacete e apaguei na hora."
Eis os principais destaques da entrevista, transcrita do site brasileiro Tazio:
Quando será o retorno à Formula 1?
"Não sei dizer. Eu me sinto bem. Lógico que guiar um carro de F-1, com a vibração [do carro]... Hoje eu acho que não conseguiria. Às vezes eu mexo um pouco a cabeça para ver como é que eu estou me sentindo e estou me sentindo bem. Mas sinto ainda um pouquinho a cicatriz."
"Sinto que eu ainda não estou 100%. Estou muito bem, melhorei muito, estou chegando perto [do ideal], mas não estou 100%. Eu pergunto para o meu médico para saber como eu estou e ele não me fala um dia [para retornar]. Ele diz que não depende dele, mas sim do resultado dos exames."
"Por mim, eu voltava ontem a correr. É o que eu gosto de fazer, é o que eu sempre fiz e é o que eu sempre vou fazer enquanto eu tiver essa paixão por correr. Mas não depende só da minha vontade. Depende da autorização dos médicos e dos exames."
Sobre Barrichello
"Ele não tem culpa nenhuma no acidente! Caiu uma peça do carro dele, eu nem sei porque, mas se foi erro de alguém foi de um mecânico, não dele. Aconteceu, tinha que acontecer dessa maneira."
"Sou bem amigo dele, temos uma relação muito boa. Assim que eu acordei [no hospital] e me falaram que ele ligava direto para saber como eu estava, pedi o telefone para ligar para ele."
"Liguei para ele e falei: 'Pô, você tem que jogar o negócio bem na minha cabeça?'... Mas brincando, de uma maneira engraçada, e ele ficou super emocionado por eu ter ligado e brincado com ele dessa maneira."
"Ele estava tentando ajudar o máximo possível como amigo, ele queria me ver melhorar e voltar a ser o que eu era, então, por esse lado, eu tenho que agradecer a ajuda que ele deu e tenho que dizer que a gente está lá para correr. Qualquer coisa pode acontecer, a gente corre esse risco."
"Não é só o risco de batida com um outro carro ou batida na largada, ou por um erro seu, ou por um problema no carro. Corremos alguns outros pequenos riscos que acontecem muito pouco, como pegar uma mola na minha cabeça, uma mola que caiu de um carro... Faz parte do nosso esporte. Essa é a nossa realidade."
O próximo GP, em Valencia
"Acompanharei o GP da Europa, na internet, pela televisão, por telefone... É lógico que mensagens com relação a coisas técnicas eu não sei se vou conseguir, mas vou acompanhar tudo."
"Torcerei muito pelo Badoer. Espero que ele faça um bom trabalho. Não será fácil, especialmente em um ano em que ele testou muito pouco, nem treinou direito... Falei com ele por telefone, tentei passar a maior força possível."
"Falei para ele que, na minha opinião, ele deve trabalhar duas coisas antes de entrar no carro: primeiro a parte física, que é fundamental, e segundo, aprender a pista, no simulador. Porque se você começa a treinar e a pista está clara na sua cabeça, você ganha mais tempo para melhorar o carro. Vou torcer realmente para ele fazer um bom trabalho."
Os últimos dias no hospital em Budapeste
"Foi muito difícil, eu não aguentava mais ficar no hospital. Eu queria ir embora, sair daquela cama, ir para a minha casa... Lógico, a televisão só passava coisa húngara... Não tinha internet, não tinha o que fazer, eu tinha que ficar preso na cama."
"Em alguns momentos, do nada eu levantava da cama e falava: 'Eu vou embora!'. Aí eu pensava: 'Não, não posso ir'... Voltava e deitava na cama de novo. Quem estava do lado ria, ou pensava: 'Esse cara está louco!' [risos]."
"Eu estava me sentindo bem, estava pensando normalmente, me movimentava normalmente, respiração... Tudo estava normal. Mas eu tive uma batida muito séria, uma mola que pesa quase 800 g a uma velocidade de 270 km/h, ou seja, tive uma batida de quase 200 kg. Para o meu cérebro, teve um efeito grande."
A sensação ao ver as imagens do acidente
"Eu achei o acidente ridículo. Um acidente tonto, ridículo. Eu não vi a mola, apaguei na hora, acelerei e freei ao mesmo tempo... Antes de bater, você vê a minha mão direita até caindo. Eu estava dormindo. Foi um acidente estúpido, ridículo."
Autoconfiança como piloto
"Ainda estou com uma cicatriz grande, sinto que minha vista esquerda ainda não está 100%, mas está melhorando a cada dia. No começo, eu enxergava 40%. Há uma semana, eu enxergava 85%. E na última sexta-feira fiz novamente o exame e já estava enxergando 95%. A vista é o que eu sinto, porque no cérebro não sinto nada."
"É como antes, não mudou nada. Mas tenho que fazer outra tomografia para ver o quanto eu melhorei e se já dá para pensar em voltar, porque no momento não há nada certo, não dá para saber quando vou voltar, os médicos não sabem me dizer."
As primeiras lembranças
"Não lembro do acidente. O acidente não existe na minha cabeça, não vivi ele. Dormi antes, bati e acordei três dias depois no hospital. É uma coisa que para mim existe apenas porque eu vi depois na televisão. Mas não consigo lembrar nada."
"Lembro do Q2. Eu fui para a pista com o pneu usado, o mesmo que eu usei no Q1. Depois, nos boxes, eu lembro de ter colocado pneu novo para sair de novo, mas não lembro de ter saído de novo. Ou seja, eu já tinha feito a volta, já tinha acabado a volta e bati voltando para os boxes."
"Acordei [com o rosto] inchado no hospital, minha família tentou me explicar o que tinha acontecido, mas o acidente não passou pela minha cabeça. Só entendi quando vi o que tinha acontecido, mas entendi com uma pessoa me explicando, não com o sentimento do acidente."
"Lembro de ter acordado no hospital, meio tonto, ainda. O que aconteceu na pista eu não vivi. Eu gritava, todos me falaram isso, e eu devia até estar consciente, porque eu tentava colocar a mão no machucado, xingava, mas não lembro de nada disso. Ali não era eu."
Quando será o retorno à Formula 1?
"Não sei dizer. Eu me sinto bem. Lógico que guiar um carro de F-1, com a vibração [do carro]... Hoje eu acho que não conseguiria. Às vezes eu mexo um pouco a cabeça para ver como é que eu estou me sentindo e estou me sentindo bem. Mas sinto ainda um pouquinho a cicatriz."
"Sinto que eu ainda não estou 100%. Estou muito bem, melhorei muito, estou chegando perto [do ideal], mas não estou 100%. Eu pergunto para o meu médico para saber como eu estou e ele não me fala um dia [para retornar]. Ele diz que não depende dele, mas sim do resultado dos exames."
"Por mim, eu voltava ontem a correr. É o que eu gosto de fazer, é o que eu sempre fiz e é o que eu sempre vou fazer enquanto eu tiver essa paixão por correr. Mas não depende só da minha vontade. Depende da autorização dos médicos e dos exames."
Sobre Barrichello
"Ele não tem culpa nenhuma no acidente! Caiu uma peça do carro dele, eu nem sei porque, mas se foi erro de alguém foi de um mecânico, não dele. Aconteceu, tinha que acontecer dessa maneira."
"Sou bem amigo dele, temos uma relação muito boa. Assim que eu acordei [no hospital] e me falaram que ele ligava direto para saber como eu estava, pedi o telefone para ligar para ele."
"Liguei para ele e falei: 'Pô, você tem que jogar o negócio bem na minha cabeça?'... Mas brincando, de uma maneira engraçada, e ele ficou super emocionado por eu ter ligado e brincado com ele dessa maneira."
"Ele estava tentando ajudar o máximo possível como amigo, ele queria me ver melhorar e voltar a ser o que eu era, então, por esse lado, eu tenho que agradecer a ajuda que ele deu e tenho que dizer que a gente está lá para correr. Qualquer coisa pode acontecer, a gente corre esse risco."
"Não é só o risco de batida com um outro carro ou batida na largada, ou por um erro seu, ou por um problema no carro. Corremos alguns outros pequenos riscos que acontecem muito pouco, como pegar uma mola na minha cabeça, uma mola que caiu de um carro... Faz parte do nosso esporte. Essa é a nossa realidade."
O próximo GP, em Valencia
"Acompanharei o GP da Europa, na internet, pela televisão, por telefone... É lógico que mensagens com relação a coisas técnicas eu não sei se vou conseguir, mas vou acompanhar tudo."
"Torcerei muito pelo Badoer. Espero que ele faça um bom trabalho. Não será fácil, especialmente em um ano em que ele testou muito pouco, nem treinou direito... Falei com ele por telefone, tentei passar a maior força possível."
"Falei para ele que, na minha opinião, ele deve trabalhar duas coisas antes de entrar no carro: primeiro a parte física, que é fundamental, e segundo, aprender a pista, no simulador. Porque se você começa a treinar e a pista está clara na sua cabeça, você ganha mais tempo para melhorar o carro. Vou torcer realmente para ele fazer um bom trabalho."
Os últimos dias no hospital em Budapeste
"Foi muito difícil, eu não aguentava mais ficar no hospital. Eu queria ir embora, sair daquela cama, ir para a minha casa... Lógico, a televisão só passava coisa húngara... Não tinha internet, não tinha o que fazer, eu tinha que ficar preso na cama."
"Em alguns momentos, do nada eu levantava da cama e falava: 'Eu vou embora!'. Aí eu pensava: 'Não, não posso ir'... Voltava e deitava na cama de novo. Quem estava do lado ria, ou pensava: 'Esse cara está louco!' [risos]."
"Eu estava me sentindo bem, estava pensando normalmente, me movimentava normalmente, respiração... Tudo estava normal. Mas eu tive uma batida muito séria, uma mola que pesa quase 800 g a uma velocidade de 270 km/h, ou seja, tive uma batida de quase 200 kg. Para o meu cérebro, teve um efeito grande."
A sensação ao ver as imagens do acidente
"Eu achei o acidente ridículo. Um acidente tonto, ridículo. Eu não vi a mola, apaguei na hora, acelerei e freei ao mesmo tempo... Antes de bater, você vê a minha mão direita até caindo. Eu estava dormindo. Foi um acidente estúpido, ridículo."
Autoconfiança como piloto
"Ainda estou com uma cicatriz grande, sinto que minha vista esquerda ainda não está 100%, mas está melhorando a cada dia. No começo, eu enxergava 40%. Há uma semana, eu enxergava 85%. E na última sexta-feira fiz novamente o exame e já estava enxergando 95%. A vista é o que eu sinto, porque no cérebro não sinto nada."
"É como antes, não mudou nada. Mas tenho que fazer outra tomografia para ver o quanto eu melhorei e se já dá para pensar em voltar, porque no momento não há nada certo, não dá para saber quando vou voltar, os médicos não sabem me dizer."
As primeiras lembranças
"Não lembro do acidente. O acidente não existe na minha cabeça, não vivi ele. Dormi antes, bati e acordei três dias depois no hospital. É uma coisa que para mim existe apenas porque eu vi depois na televisão. Mas não consigo lembrar nada."
"Lembro do Q2. Eu fui para a pista com o pneu usado, o mesmo que eu usei no Q1. Depois, nos boxes, eu lembro de ter colocado pneu novo para sair de novo, mas não lembro de ter saído de novo. Ou seja, eu já tinha feito a volta, já tinha acabado a volta e bati voltando para os boxes."
"Acordei [com o rosto] inchado no hospital, minha família tentou me explicar o que tinha acontecido, mas o acidente não passou pela minha cabeça. Só entendi quando vi o que tinha acontecido, mas entendi com uma pessoa me explicando, não com o sentimento do acidente."
"Lembro de ter acordado no hospital, meio tonto, ainda. O que aconteceu na pista eu não vivi. Eu gritava, todos me falaram isso, e eu devia até estar consciente, porque eu tentava colocar a mão no machucado, xingava, mas não lembro de nada disso. Ali não era eu."
Pelo que ouvi e pelo que se fala, acredito que o regresso de Massa à Formula 1 ainda este ano é possivel. Massa está ansioso para regressar ao cockpit, para demonstrar que está em forma e que o acidente nada afectou a sua prestação em pista. Contudo, a hipótese Monza, que foi levantada no final de semana por um jornal italiano, soou-me a optimismo a mais, e também como uma espécie de "concentração" das noticias que a Ferrari quer transmitir nesse fim de semana tão importante na vida a Scuderia, onde se fala muito no anúncio da contratação de Fernando Alonso...
Acredito mais na ideia de que Massa voltaria às pistas a 18 de Outubro, data do GP do Brasil, em Interlagos. Seria outra data e local simbólico para ele, para a Ferrari e para os brasileiros. E também daria mais hipótese para Luca Badoer brilhar e dar o seu contributo para a marca da Cavalino. Mas independentemente do sitio onde Massa fará o seu eventual regresso às pistas, tam que passar pelos exames médicos feitos pela FIA, que serão realizados no inicio de Setembro.
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