(continuação do capitulo anterior)
Ao chegar à Mercedes, encontra o piloto argentino Juan Manuel Fangio, que tinha vencido até então dois títulos mundiais (1951 e 54) vai ser um dos homens que mais o influenciará na sua carreira. Os dois tornam-se amigos e leais competidores em pista, e Moss tem finalmente uma máquina vencedora nas mãos. Na primeira prova do ano, em Buenos Aires, sob mais de 45 graus de temperatura e mais de 70 na pista. Moss seguia na segunda posição quando os vapores de gasolina no cockpit o obrigaram a parar. Desmaiou mal saiu do carro, foi levado ao centro médico do circuito, onde o seu director chegou lá… e lhe atirou um balde de água gelada na cabeça, ordenando-o que corresse no terceiro carro, que era de Karl Kling, e que tinha também sido pilotado por Hans Hermann. No final, terminou a corrida na quarta posição.
O primeiro rasgo de génio de Moss não será num circuito de Formula 1, mas sim nas estradas do centro de Itália, durante as Mille Miglia de 1955. Fazendo parceria com o jornalista Dennis Jenkinson, e com o dorsal 722 (devido à sua ordem de partida), Moss guiou o seu Mercedes 300 SL com o auxilio de um rolo de papel com 4 metros e 60 de comprimento, cheio de notas tirados por Jenkinson sobre todos os detalhes da estrada, fazendo com que andasse tão ou mais rápido do que os pilotos locais. No final, a dupla Moss/Jenkinson foi a vencedora, com um tempo total de 10 horas, sete minutos e 48 segundos, a mais rápida de sempre. Esta tornou-se na única vitória britânica na competição, e as notas tornaram-se no início daquilo que foi usado mais tarde nos Ralies. Anos depois, Moss confessou que existiu um factor extra nessa vitória: guiou sob o efeito de anfetaminas, que o mantinham alerta.
De regresso à Formula 1, Moss Não foi bem sucedido no Mónaco, mas depois conseguiu dois pódios, atrás de Fangio em Spa-Francochamps e Zandvoort. Antes da prova seguinte, no circuito inglês de Aintree, Moss tem a oportunidade de guiar pela Mercedes nas 24 Horas de Le Mans, em parelha com Fangio. O argentino estava na segunda posição quando perto das seis da manhã, um acidente envolvendo Mike Hawthorn, futuro vencedor daquela corrida, e o Mercedes de Pierre Levegh, causou a morte de 80 espectadores, o maior desastre de sempre da história da competição automóvel. A Mercedes retirou-se e Moss perdeu a sua melhor chance de brilhar nessa prova, que nunca haveria de ganhar, tal como Fangio.
Algumas semanas depois, Moss tinha a hipótese de brilhar perante a seu público em Aintree. Com Fangio na pole-position, Moss seguiu atrás dele após a partida, mas cedo ultrapassou-o. O argentino passou-o novamente, mas Moss, que tinha finalmente um carro competitivo nas mãos, queria mostrar-se perante o seu público. Na volta 27, o inglês passou-o novamente e manteve-se no comando até ao final da corrida. Contudo, Fangio esteve sempre atrás dele, até ao momento em que cortaram a meta, com 0,2 segundos de diferença. O britânico tinha sido o primeiro piloto da casa a vencer o GP da Grã-Bretanha, o melhor de um quarteto Mercedes.
Anos depois, Moss recordou essa corrida: “Não tínhamos ordens de equipa, e eu segui Fangio por algum tempo [até à segunda volta] para depois tomar o comando. Acho que ele poderia ter revertido a situação [e fê-lo, da 18ª à 26ª volta] mas já que eu estava finalmente comandando o GP do meu país, ele teria de se esforçar.
À 50ª volta, eu tinha um avanço de 12 segundos, mas Neubauer o sinal de boxe de PI, que significava “Piano” [devagar, em italiano], pelo que eu abrandei. Fangio encostou-se a mim e eu ganhei por apenas 0,2 segundos. Eu acabara de ganhar o meu primeiro Grand Prix e o primeiro britânico a ganhar o GP da Grã-Bretanha!”
O facto de Moss ter Fangio mesmo atrás dele ao cortar a meta fez pensar que o argentino tinha deixado ganhar o inglês na sua corrida natal. No final da corrida, Moss perguntou-lhe: “Você deixou-me ganhar?”, ao que Fangio respondeu: “Não. Tu hoje foste melhor do que eu”. No final da temporada, Moss foi vice-campeão do mundo, com 23 pontos e uma vitória.
Contudo, no final de 1955, a Mercedes abandona a competição e na temporada de 1956, Moss vai para a Maserati, enquanto que Fangio ruma para a Ferrari, tornando-se rivais em pista. Moss vence pela primeira vez no Mónaco e ganha de novo em Itália, conseguindo novo vice-campeonato, numa temporada em que lutou contra Fângio e o seu compatriota Peter Collins, também em Ferrari.
Em 1957, a Vanwall, equipa constituída por Tony Vandervell, tinha finalmente construído um chassis vencedor, desenhado e desenvolvido por um jovem engenheiro chamado… Colin Chapman, e contratava Stirling Moss para a equipa, depois dele ter conduzido pela Maserati na primeira corrida do campeonato, na Argentina. Conduz o carro no Mónaco, onde não chega ao fim, mas vence na Grã-Bretanha, e nas corridas de Pescara e Monza, em Itália. Contudo, isso é insuficiente para apanhar Fangio na sua corrida para o seu quinto título mundial. Com Fângio a abrandar a sua carreira em 1958, Moss continua na Vanwall e finalmente vê a sua grande chance de alcançar aquilo que ainda nenhum britânico tinha alcançado: o título mundial.
(continua amanhã)
O primeiro rasgo de génio de Moss não será num circuito de Formula 1, mas sim nas estradas do centro de Itália, durante as Mille Miglia de 1955. Fazendo parceria com o jornalista Dennis Jenkinson, e com o dorsal 722 (devido à sua ordem de partida), Moss guiou o seu Mercedes 300 SL com o auxilio de um rolo de papel com 4 metros e 60 de comprimento, cheio de notas tirados por Jenkinson sobre todos os detalhes da estrada, fazendo com que andasse tão ou mais rápido do que os pilotos locais. No final, a dupla Moss/Jenkinson foi a vencedora, com um tempo total de 10 horas, sete minutos e 48 segundos, a mais rápida de sempre. Esta tornou-se na única vitória britânica na competição, e as notas tornaram-se no início daquilo que foi usado mais tarde nos Ralies. Anos depois, Moss confessou que existiu um factor extra nessa vitória: guiou sob o efeito de anfetaminas, que o mantinham alerta.
De regresso à Formula 1, Moss Não foi bem sucedido no Mónaco, mas depois conseguiu dois pódios, atrás de Fangio em Spa-Francochamps e Zandvoort. Antes da prova seguinte, no circuito inglês de Aintree, Moss tem a oportunidade de guiar pela Mercedes nas 24 Horas de Le Mans, em parelha com Fangio. O argentino estava na segunda posição quando perto das seis da manhã, um acidente envolvendo Mike Hawthorn, futuro vencedor daquela corrida, e o Mercedes de Pierre Levegh, causou a morte de 80 espectadores, o maior desastre de sempre da história da competição automóvel. A Mercedes retirou-se e Moss perdeu a sua melhor chance de brilhar nessa prova, que nunca haveria de ganhar, tal como Fangio.
Algumas semanas depois, Moss tinha a hipótese de brilhar perante a seu público em Aintree. Com Fangio na pole-position, Moss seguiu atrás dele após a partida, mas cedo ultrapassou-o. O argentino passou-o novamente, mas Moss, que tinha finalmente um carro competitivo nas mãos, queria mostrar-se perante o seu público. Na volta 27, o inglês passou-o novamente e manteve-se no comando até ao final da corrida. Contudo, Fangio esteve sempre atrás dele, até ao momento em que cortaram a meta, com 0,2 segundos de diferença. O britânico tinha sido o primeiro piloto da casa a vencer o GP da Grã-Bretanha, o melhor de um quarteto Mercedes.
Anos depois, Moss recordou essa corrida: “Não tínhamos ordens de equipa, e eu segui Fangio por algum tempo [até à segunda volta] para depois tomar o comando. Acho que ele poderia ter revertido a situação [e fê-lo, da 18ª à 26ª volta] mas já que eu estava finalmente comandando o GP do meu país, ele teria de se esforçar.
À 50ª volta, eu tinha um avanço de 12 segundos, mas Neubauer o sinal de boxe de PI, que significava “Piano” [devagar, em italiano], pelo que eu abrandei. Fangio encostou-se a mim e eu ganhei por apenas 0,2 segundos. Eu acabara de ganhar o meu primeiro Grand Prix e o primeiro britânico a ganhar o GP da Grã-Bretanha!”
O facto de Moss ter Fangio mesmo atrás dele ao cortar a meta fez pensar que o argentino tinha deixado ganhar o inglês na sua corrida natal. No final da corrida, Moss perguntou-lhe: “Você deixou-me ganhar?”, ao que Fangio respondeu: “Não. Tu hoje foste melhor do que eu”. No final da temporada, Moss foi vice-campeão do mundo, com 23 pontos e uma vitória.
Contudo, no final de 1955, a Mercedes abandona a competição e na temporada de 1956, Moss vai para a Maserati, enquanto que Fangio ruma para a Ferrari, tornando-se rivais em pista. Moss vence pela primeira vez no Mónaco e ganha de novo em Itália, conseguindo novo vice-campeonato, numa temporada em que lutou contra Fângio e o seu compatriota Peter Collins, também em Ferrari.
Em 1957, a Vanwall, equipa constituída por Tony Vandervell, tinha finalmente construído um chassis vencedor, desenhado e desenvolvido por um jovem engenheiro chamado… Colin Chapman, e contratava Stirling Moss para a equipa, depois dele ter conduzido pela Maserati na primeira corrida do campeonato, na Argentina. Conduz o carro no Mónaco, onde não chega ao fim, mas vence na Grã-Bretanha, e nas corridas de Pescara e Monza, em Itália. Contudo, isso é insuficiente para apanhar Fangio na sua corrida para o seu quinto título mundial. Com Fângio a abrandar a sua carreira em 1958, Moss continua na Vanwall e finalmente vê a sua grande chance de alcançar aquilo que ainda nenhum britânico tinha alcançado: o título mundial.
(continua amanhã)
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