Tinham-se passado quase três semanas sobre o GP da Europa, em Jerez de la Frontera, e a disputa pelo título estava ao rubro, com Michael Schumacher e Damon Hill separados por cinco pontos, fazendo com que a disputa pelo mundial de pilotos continuasse até mais tarde do que se pensava, devido ao domínio que o piloto alemão establecia nas pistas com o seu Benetton, contra uma Williams que lambia as suas feridas após a morte do seu piloto principal e de elevar subitamente Hill à condição de primeiro piloto. Para além disso, o regresso de Nigel Mansell, no sentido de ajudar Hill a alcançar o título mundial, tinha feito poucos resultados, pois o veterano piloto britânico não tinha concluído qualquer das corridas onde participara.
O pelotão da Formula 1 modificou-se mais uma vez nesta corrida asiática. A Benetton substituiu Jos Verstappen por Johnny Herbert, que ficara uma corrida na Ligier após ter sido contratado pela Lotus após o GP de Portugal. J.J. Letho, que tinha sido contratado no inicio da época, mas que após o seu acidente no inicio do ano nunca mais tinha recuperado a forma anterior, estava agora na Sauber, depois de ter sido corrido da equipa após a corrida portuguesa. Na Ligier, no lugar de Herbert veio o francês Franck Lagorce, que tinha feito uma boa época na Formula 3000 internacional e era piloto de testes da equipa.
Na Simtek, que precisava de dinheiro para poder acabar a sua temporada de Formula 1, contratou o japonês Takachiho "Taki" Inoue para a sua equipa. Finalmente, a Lotus descarta Eric Bernard para arranjar um piloto pagante, mas com algum talento. O finlandês Mika Salo foi o escolhido, ele que cinco anos antes, tinha disputado o título de Formula 3 britânica contra outro compatriota seu e que também tinha começado a sua carreira como piloto da Lotus: Mika Hakkinen.
Na qualificação, Schumahcer e Hill lutaram duro para ver qual dos dois iria ficar com a pole-position, mas o melhor foi o piloto alemão, conseguindo um tempo de 1.37,209 segundos, mais 0.487 segundos do que Damon Hill (1.37,696) Heinz-Harald Frentzen foi o terceiro na grelha, tendo a seu lado o segundo Williams de Nigel Mansell. Na terceira fila estavam o segundo Benetton-Ford de Johnny Herbert e o Jordan-Hart de Eddie Irvine, enquanto que a quarta fila ficavam o Ferrari de Jean Alesi e o McLaren-Peugeot de Mika Hakkinen, e a fechar o “top ten”, na quinta fila, estavam o segundo McLaren de Martin Brundle e o segundo Jordan-Hart de Rubens Barrichello.
O dia da corrida apresentava-se nublado e a chover copiosamente na hora em que os carros deveriam largar. No momento em que isso aconteceu, Schumacher guina o carro para a esquerda no sentido de bloquear Hill, que tentava aproveitar-se da situação. Frentzen, Herbert, Alesi e Irvine seguiam-no. Mas na segunda volta, a chuva começou a fazer das suas: Frentzen tentou uma manobra optimistica sobre Hill e despistou-se. Nesse preciso momento, a chuva caiu com mais intensidade, e os organizadores não tiveram outra escolha que colocar em pista o Safety Car (SC) no final da terceira volta. Ao mesmo tempo, Herbert, o Tyrrell de Ukyo Katayama e Inoue despistavam-se e batiam forte nos muros.
Nas sete voltas seguintes, o SC esteve em pista para moderar a velocidade dos caros, e esperar que a chuva abrandasse, e também para que os comissários pudessem limpar os destroços. Quando tudo foi feito, na volta dez, a chuva já tinha moderado a sua intensidade, e a corrida prosseguiu o seu ritmo. Mas em apenas uma volta, quatro pilotos estavam fora: os Minardi de Michele Alboreto e Pierluigi Martini, o Ferrari de Gerhard Berger (mas este se deveu a problemas de motor) e o Ligier de Franck Lagorce (devido a uma colisão com Martini)
Na 13ª volta, o Arrows de Gianni Morbidelli perde o controlo e bate forte na zona da curva Dunlop. Os comissários de pista tentam tirar rapidamente o chassis, mas quase imediatamente, o McLaren de Martin Brundle sai na mesma curva e não consegue evitar um dos comissários, atropelando-o. Este infeliz "marshall" fica com uma perna partida e no inicio da volta 15, a corrida é interrompida com bandeira vermelha, e uma nova grelha é formada a partir da classificação dos pilotos na volta 13.
Depois de deliberarem, os pilotos decidem que irão partir atrás do SC, e quando assim o fazem, acontecerá numa altura em que a chuva tinha amainado um pouco, melhorando a visão da pista. Quanto o SC recolheu-se às boxes, Schumacher aguentou os ataques iniciais de Damon Hill, mas pouco depois, faz a sua unica paragem nas boxes, julgando que a corrida não se completaria dentro do limite das duas horas. Hill continuou na pista até mais ou menos a meio da corrida, que à medida que avançava, mais a pista secava.
Alesi ocupou temporariamente a liderança, antes de Schumacher a retomar (no conjunto de tempos, não na pista), mas cedo verificou que não tinha carga suficiente para fazer toda a corrida de uma só vez. Após a segunda paragem, Schumacher acelerou para o apanhar (pelo menos na soma dos tempos), mas no final isso foi insuficiente para o apanhar.
No final da corrida, Hill foi o primeiro com dez segundos de diferença sobre o alemão da Benetton, e na soma dos tempos, o inglês estava na frente por 3,3 segundos. Alesi foi o terceiro, apesar de ser pressionado por Mansell nas voltas finais, Eddie Irvine e Heinz-Herald Frentzen ficaram com os restantes lugares pontuáveis. Com esta corrida, a diferença entre os dois pilotos tinha voltado a ficar reduzida a um ponto entre os dois, e a corrida australiana, disputada nas ruas de Adelaide, ganhava o significado de verdadeiro "tira-teimas".
Fontes:
Santos, Francisco – Formula 1 1994/95, Ed. Talento/Edipódromo, Lisboa/São Paulo, 1994
http://en.wikipedia.org/wiki/1994_Japanese_Grand_Prix
http://www.grandprix.com/gpe/rr563.html
O pelotão da Formula 1 modificou-se mais uma vez nesta corrida asiática. A Benetton substituiu Jos Verstappen por Johnny Herbert, que ficara uma corrida na Ligier após ter sido contratado pela Lotus após o GP de Portugal. J.J. Letho, que tinha sido contratado no inicio da época, mas que após o seu acidente no inicio do ano nunca mais tinha recuperado a forma anterior, estava agora na Sauber, depois de ter sido corrido da equipa após a corrida portuguesa. Na Ligier, no lugar de Herbert veio o francês Franck Lagorce, que tinha feito uma boa época na Formula 3000 internacional e era piloto de testes da equipa.
Na Simtek, que precisava de dinheiro para poder acabar a sua temporada de Formula 1, contratou o japonês Takachiho "Taki" Inoue para a sua equipa. Finalmente, a Lotus descarta Eric Bernard para arranjar um piloto pagante, mas com algum talento. O finlandês Mika Salo foi o escolhido, ele que cinco anos antes, tinha disputado o título de Formula 3 britânica contra outro compatriota seu e que também tinha começado a sua carreira como piloto da Lotus: Mika Hakkinen.
Na qualificação, Schumahcer e Hill lutaram duro para ver qual dos dois iria ficar com a pole-position, mas o melhor foi o piloto alemão, conseguindo um tempo de 1.37,209 segundos, mais 0.487 segundos do que Damon Hill (1.37,696) Heinz-Harald Frentzen foi o terceiro na grelha, tendo a seu lado o segundo Williams de Nigel Mansell. Na terceira fila estavam o segundo Benetton-Ford de Johnny Herbert e o Jordan-Hart de Eddie Irvine, enquanto que a quarta fila ficavam o Ferrari de Jean Alesi e o McLaren-Peugeot de Mika Hakkinen, e a fechar o “top ten”, na quinta fila, estavam o segundo McLaren de Martin Brundle e o segundo Jordan-Hart de Rubens Barrichello.
O dia da corrida apresentava-se nublado e a chover copiosamente na hora em que os carros deveriam largar. No momento em que isso aconteceu, Schumacher guina o carro para a esquerda no sentido de bloquear Hill, que tentava aproveitar-se da situação. Frentzen, Herbert, Alesi e Irvine seguiam-no. Mas na segunda volta, a chuva começou a fazer das suas: Frentzen tentou uma manobra optimistica sobre Hill e despistou-se. Nesse preciso momento, a chuva caiu com mais intensidade, e os organizadores não tiveram outra escolha que colocar em pista o Safety Car (SC) no final da terceira volta. Ao mesmo tempo, Herbert, o Tyrrell de Ukyo Katayama e Inoue despistavam-se e batiam forte nos muros.
Nas sete voltas seguintes, o SC esteve em pista para moderar a velocidade dos caros, e esperar que a chuva abrandasse, e também para que os comissários pudessem limpar os destroços. Quando tudo foi feito, na volta dez, a chuva já tinha moderado a sua intensidade, e a corrida prosseguiu o seu ritmo. Mas em apenas uma volta, quatro pilotos estavam fora: os Minardi de Michele Alboreto e Pierluigi Martini, o Ferrari de Gerhard Berger (mas este se deveu a problemas de motor) e o Ligier de Franck Lagorce (devido a uma colisão com Martini)
Na 13ª volta, o Arrows de Gianni Morbidelli perde o controlo e bate forte na zona da curva Dunlop. Os comissários de pista tentam tirar rapidamente o chassis, mas quase imediatamente, o McLaren de Martin Brundle sai na mesma curva e não consegue evitar um dos comissários, atropelando-o. Este infeliz "marshall" fica com uma perna partida e no inicio da volta 15, a corrida é interrompida com bandeira vermelha, e uma nova grelha é formada a partir da classificação dos pilotos na volta 13.
Depois de deliberarem, os pilotos decidem que irão partir atrás do SC, e quando assim o fazem, acontecerá numa altura em que a chuva tinha amainado um pouco, melhorando a visão da pista. Quanto o SC recolheu-se às boxes, Schumacher aguentou os ataques iniciais de Damon Hill, mas pouco depois, faz a sua unica paragem nas boxes, julgando que a corrida não se completaria dentro do limite das duas horas. Hill continuou na pista até mais ou menos a meio da corrida, que à medida que avançava, mais a pista secava.
Alesi ocupou temporariamente a liderança, antes de Schumacher a retomar (no conjunto de tempos, não na pista), mas cedo verificou que não tinha carga suficiente para fazer toda a corrida de uma só vez. Após a segunda paragem, Schumacher acelerou para o apanhar (pelo menos na soma dos tempos), mas no final isso foi insuficiente para o apanhar.
No final da corrida, Hill foi o primeiro com dez segundos de diferença sobre o alemão da Benetton, e na soma dos tempos, o inglês estava na frente por 3,3 segundos. Alesi foi o terceiro, apesar de ser pressionado por Mansell nas voltas finais, Eddie Irvine e Heinz-Herald Frentzen ficaram com os restantes lugares pontuáveis. Com esta corrida, a diferença entre os dois pilotos tinha voltado a ficar reduzida a um ponto entre os dois, e a corrida australiana, disputada nas ruas de Adelaide, ganhava o significado de verdadeiro "tira-teimas".
Fontes:
Santos, Francisco – Formula 1 1994/95, Ed. Talento/Edipódromo, Lisboa/São Paulo, 1994
http://en.wikipedia.org/wiki/1994_Japanese_Grand_Prix
http://www.grandprix.com/gpe/rr563.html
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