O carro do qual falarei hoje trata-se do chassis que marcou o regresso da Alfa Romeo à competição, após 28 anos de ausência. Depois de participações esporádicas a partir do inicio da década, a partir de 1975, começam, através da Autodelta de Carlo Chiti, a fornecer motores à Brabham, num acordo assinado com Bernie Ecclestone, pois acreditava no potencial dos motores de 12 cilindros em linha, em teoria mais potentes dos que os motores v8 da Cosworth.
Os motores eram potentes, mas pouco fiáveis. Contudo, em meados de 1977, os resultados alcançados pela Brabham fazem pensar em construir o seu próprio chassis, no sentido de ensaiar um regresso à competição do qual estavam arredados desde 1951. Após ano e meio de ensaios, com Bruno Giacomelli e Niki Lauda, eles estavam prontos para esse ingresso, cujo primeiro ensaio aconteceria no GP da Belgica de 1979, com Giacomelli ao volante. Contudo, o chassis 177 era apenas o chassis no qual andaram a ensaiar ao longo daquele ano e meio, logo, tinha de ser construído outro, mais actualizado em termos aerodinâmicos. E assim nasceu o N179.
Desenhado por Carlo Chiti, com a colaboração do engenheiro francês Robert Choulet, o carro era um monocoque de alumínio, com um motor V12 a 60 graus, que tinha substituído o motor flat-12, que tinha sido usado quer na Brabham, quer no modelo N177. Este tinha uma potência estimada de 580 cavalos, esperando-se que fosse mais potente do que os habituais motores Cosworth. Mas este motor tinha sido feito numa altura em que surgiam os motores Turbo, onde embora fosse uma tecnologia usada apenas pela Renault, outras marcas já começavam a pesquisar nesse campo.
Mesmo assim, no final de 1979, o chassis estreou-se nas mãos de Bruno Giacomelli e do veterano Vittorio Brambilla no GP de Itália, e correram nas duas últimas corridas dessa temporada, no sentido de ganharem experiência. No final, viram que não tinha nem muita velocidade, e a fiabilidade dos seus motores era lendariamente baixa. Logo, no Inverno de 1979/80, a marca de Varese contratara o francês Patrick Depailler, que embora já contasse com 35 anos de idade, e a recuperar de um acidente de asa-delta, que o impediu de correr na segunda metade de 1979, ao serviço da Ligier, a sua experiência de desenvolvimento de chassis era muito boa.
Na primeira corrida do ano, em Buenos Aires, apesar de partirem no fundo da grelha, um dos carros, o de Bruno Giacomelli, conseguiu chegar ao fim na quinta posição, dando à marca dos seus primeiros pontos desde 1951. E a partir daí, a marca fez uma aposta na velocidade do carro, em detrimento da sua fiabilidade, com resultados: Depailler rapidamente colocou o carro nas primeiras filas da grelha, com o melhor lugar da grelha a ser um terceiro, em Long Beach. Mas apesar de andar regularmente entre os seus primeiros, nunca chegava ao fim da corrida, e o mesmo se passava com Giacomelli.
E no 1º de Agosto de 1980, o desastre atinge a equipa: durante uma sessão de testes antes do GP da Alemanha, em Hockenheim, Depailler perdeu o controle do seu carro na rápida Ostkurwe, devido a uma falha na suspensão, atingindo em cheio os rails de protecção e causando morte imediata. Alguns dias depois, Giacomelli acaba a corrida na quinta posição, a segunda vez em que um Alfa Romeo terminava naquele ano. No final da temporada, a equipa foi buscar o veterano Brambilla, e a partir do GP do Canadá, estreou o jovem e veloz piloto Andrea de Cesaris (o então representante da Marlboro Itália, patrocinadora do carro, era o seu pai…) Na última prova do ano, em Watkins Glen, Giacomelli faz história ao conseguir a polé-position, a primeira da marca desde 1951. Contudo, o piloto italiano não conseguiu terminar a prova, e naquele ano, a marca conseguiu apenas quatro pontos.
Para a temporada de 1981, a Alfa Romeo construía uma versão C do seu chassis, desta vez sem as “saias”, que tinham sido banidas da competição no final da temporada de 1980. A equipa contratara o ítalo-americano Mario Andretti, que começou bem a temporada, ao ser quarto classificado na primeira corrida do ano, em Long Beach. Contudo, a constante adaptação dos seus carros aos regulamentos, principalmente no capitulo das saias, fez com que a fiabilidade e a velocidade do seu carro fosse prejudicada fortemente, pelo menos em relação aos Cosworth aspirados e aos Turbos, que nesse ano tinham a companhia da Ferrari. Somente no final do ano, quando o problema foi relativamente resolvido, a competitividade aumentou um pouco, quando Giacomelli conseguiu sete pontos em duas corridas, incluindo um terceiro lugar na corrida final, em Las Vegas. No final de 1981, a Alfa Romeo conseguira dez pontos e o nono lugar no Mundial de Construtores.
Em 1982, a marca fora buscar Gerard Ducarouge à Renault, e este decidiu construir um chassis inteiramente novo, feito em fibra de carbono. Como a marca ia construir o seu próprio motor turbo, um V8, acharam que fazer um projecto inteiro era melhor que fazer uma nova versão do carro. Contudo, este só estava pronto no Brasil, a segunda prova do ano, e foram correr com o chassis velho na primeira prova, na África do Sul. A versão 179D, era, contudo, um chassis feito em fibra de carbono, que serviu como ensaio ao futuro modelo, o 182.
Ficha Técnica:
Chassis: Alfa Romeo N179
Projectistas: Carlo Chiti e Robert Choulet
Motor: Alfa Romeo V12 de 3 Litros, a 60º
Pilotos: Patrick Depailler, Bruno Giacomelli, Vittorio Brambilla, Mario Andretti e Andrea de Cesaris.
Corridas: 63
Vitórias: 0
Pole-Positions: 1 (Giacomelli 1)
Voltas Mais Rápidas: 0
Pontos: 14 (Giacomelli 11, Andretti 3)
Fontes:
http://en.wikipedia.org/wiki/Alfa_Romeo_179
http://www.ultimatecarpage.com/car/8/Alfa-Romeo-179.html
Os motores eram potentes, mas pouco fiáveis. Contudo, em meados de 1977, os resultados alcançados pela Brabham fazem pensar em construir o seu próprio chassis, no sentido de ensaiar um regresso à competição do qual estavam arredados desde 1951. Após ano e meio de ensaios, com Bruno Giacomelli e Niki Lauda, eles estavam prontos para esse ingresso, cujo primeiro ensaio aconteceria no GP da Belgica de 1979, com Giacomelli ao volante. Contudo, o chassis 177 era apenas o chassis no qual andaram a ensaiar ao longo daquele ano e meio, logo, tinha de ser construído outro, mais actualizado em termos aerodinâmicos. E assim nasceu o N179.
Desenhado por Carlo Chiti, com a colaboração do engenheiro francês Robert Choulet, o carro era um monocoque de alumínio, com um motor V12 a 60 graus, que tinha substituído o motor flat-12, que tinha sido usado quer na Brabham, quer no modelo N177. Este tinha uma potência estimada de 580 cavalos, esperando-se que fosse mais potente do que os habituais motores Cosworth. Mas este motor tinha sido feito numa altura em que surgiam os motores Turbo, onde embora fosse uma tecnologia usada apenas pela Renault, outras marcas já começavam a pesquisar nesse campo.
Mesmo assim, no final de 1979, o chassis estreou-se nas mãos de Bruno Giacomelli e do veterano Vittorio Brambilla no GP de Itália, e correram nas duas últimas corridas dessa temporada, no sentido de ganharem experiência. No final, viram que não tinha nem muita velocidade, e a fiabilidade dos seus motores era lendariamente baixa. Logo, no Inverno de 1979/80, a marca de Varese contratara o francês Patrick Depailler, que embora já contasse com 35 anos de idade, e a recuperar de um acidente de asa-delta, que o impediu de correr na segunda metade de 1979, ao serviço da Ligier, a sua experiência de desenvolvimento de chassis era muito boa.
Na primeira corrida do ano, em Buenos Aires, apesar de partirem no fundo da grelha, um dos carros, o de Bruno Giacomelli, conseguiu chegar ao fim na quinta posição, dando à marca dos seus primeiros pontos desde 1951. E a partir daí, a marca fez uma aposta na velocidade do carro, em detrimento da sua fiabilidade, com resultados: Depailler rapidamente colocou o carro nas primeiras filas da grelha, com o melhor lugar da grelha a ser um terceiro, em Long Beach. Mas apesar de andar regularmente entre os seus primeiros, nunca chegava ao fim da corrida, e o mesmo se passava com Giacomelli.
E no 1º de Agosto de 1980, o desastre atinge a equipa: durante uma sessão de testes antes do GP da Alemanha, em Hockenheim, Depailler perdeu o controle do seu carro na rápida Ostkurwe, devido a uma falha na suspensão, atingindo em cheio os rails de protecção e causando morte imediata. Alguns dias depois, Giacomelli acaba a corrida na quinta posição, a segunda vez em que um Alfa Romeo terminava naquele ano. No final da temporada, a equipa foi buscar o veterano Brambilla, e a partir do GP do Canadá, estreou o jovem e veloz piloto Andrea de Cesaris (o então representante da Marlboro Itália, patrocinadora do carro, era o seu pai…) Na última prova do ano, em Watkins Glen, Giacomelli faz história ao conseguir a polé-position, a primeira da marca desde 1951. Contudo, o piloto italiano não conseguiu terminar a prova, e naquele ano, a marca conseguiu apenas quatro pontos.
Para a temporada de 1981, a Alfa Romeo construía uma versão C do seu chassis, desta vez sem as “saias”, que tinham sido banidas da competição no final da temporada de 1980. A equipa contratara o ítalo-americano Mario Andretti, que começou bem a temporada, ao ser quarto classificado na primeira corrida do ano, em Long Beach. Contudo, a constante adaptação dos seus carros aos regulamentos, principalmente no capitulo das saias, fez com que a fiabilidade e a velocidade do seu carro fosse prejudicada fortemente, pelo menos em relação aos Cosworth aspirados e aos Turbos, que nesse ano tinham a companhia da Ferrari. Somente no final do ano, quando o problema foi relativamente resolvido, a competitividade aumentou um pouco, quando Giacomelli conseguiu sete pontos em duas corridas, incluindo um terceiro lugar na corrida final, em Las Vegas. No final de 1981, a Alfa Romeo conseguira dez pontos e o nono lugar no Mundial de Construtores.
Em 1982, a marca fora buscar Gerard Ducarouge à Renault, e este decidiu construir um chassis inteiramente novo, feito em fibra de carbono. Como a marca ia construir o seu próprio motor turbo, um V8, acharam que fazer um projecto inteiro era melhor que fazer uma nova versão do carro. Contudo, este só estava pronto no Brasil, a segunda prova do ano, e foram correr com o chassis velho na primeira prova, na África do Sul. A versão 179D, era, contudo, um chassis feito em fibra de carbono, que serviu como ensaio ao futuro modelo, o 182.
Ficha Técnica:
Chassis: Alfa Romeo N179
Projectistas: Carlo Chiti e Robert Choulet
Motor: Alfa Romeo V12 de 3 Litros, a 60º
Pilotos: Patrick Depailler, Bruno Giacomelli, Vittorio Brambilla, Mario Andretti e Andrea de Cesaris.
Corridas: 63
Vitórias: 0
Pole-Positions: 1 (Giacomelli 1)
Voltas Mais Rápidas: 0
Pontos: 14 (Giacomelli 11, Andretti 3)
Fontes:
http://en.wikipedia.org/wiki/Alfa_Romeo_179
http://www.ultimatecarpage.com/car/8/Alfa-Romeo-179.html
Belo post sobre uma das pioneiras italianas junto das maseratis e ferraris. A versao de 81, sem as feias saias moveis sempre em contato com o solo, sao bem bonitas. O padrao marlboro deixou saudades. A Alfa infelizmente dificilmente volte para F1 com a FIAT a controlando.
ResponderEliminarOlá Speeder.
ResponderEliminarEste é um daqueles modelos que se ama ou odeia, o seu aspecto bojudo, pesadão têm detractores e admiradores por todo esse mundo.
No que toca ao modelismo, existe um kit (já descontinuado, mas ainda se encontram alguns exemplares ) da marca Protar na escala 1/12, só é pena serem comercializados a preços quase impossíveis, se pudesse compraria um...mas pode ser que no futuro ainda alguma marca lance este modelo na escala 1/20 a preços bem mais convidadtivos.
O único senão é a publicidade ao tabaco que tem afastado muitos fabricantes de lançarem modelos bonitos como este...
Já agora, um grande obrigado pelo comentário e pela visita ao meu blog, já sabes, se precisares de colocar imagens dos meus kits num post, estás sempre à vontade.
Um grande abraço.
Pedro Costa
http://maniadcarrinhos.blogspot.com/
então o 179 foi um carro com que a A.R. apostou o retorno numa época de turbulência política e mudanças no regulamento, e ainda numa época na qual o filho de patrocinador era bemvindo seja qual seja a sua capacidade de dirigir um carro.
ResponderEliminarclaro que nesses tempos o povo apostava mais forte em mudanças tecnológicas, como foi com a chegada do turbo que crio um diferencial ostensível
lindo carro, grande revisão profesor.
bella macchina!!!! più bella!!! hehehehe
ResponderEliminarLindas demais. Pena que foram tão destruídos com aquela turma de pilotos...he, he
ResponderEliminarAs duas primeiras fotos os carros tem uma linda cor. Bons tempos aqueles da década de 80, grids com várias equipes diferentes e ótimos pilotos, não é saudosismo não, é apenas comprovação de um fato. Um abraço Speeder
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