A justiça francesa decidiu esta tarde reverter a pena de banimento vitalícia que tinha dado a Flávio Briatore pelo "Crashgate", o acidente de Singapura 2008, causado de propósito por Nelson Piquet Jr. para favorecer o seu companheiro Fernando Alonso. Para melhorar as coisas, a FIA foi obrigada a pagar a Briatore 15 mil euros de indemenização por "danos à sua imagem". Sendo uma decisão de um tribunal civil sobre uma sentença lavrada por uma organização desportiva, creio que não deve ter força de lei sobre a FIA. Pelo menos é assim em relação à FIFA, que até ameaça as federações de suspensão das suas equipas nacionais, caso haja qualquer caso a ser lavrado em tribunais civis.
Se a FIA comportasse como a FIFA, esta deveria recorrer desta sentença e não autorizar a entrada do irrequieto italiano a qualquer boxe de qualquer autódromo até ao final dos seus dias. Ele e Pat Symmonds, que também viu a sua sentença anulada e tem direito a uma indemnização de cinco mil euros. Mas algo me diz que, neste mundo cinzento e maleável, a FIA irá comportar-se desta maneira. Espero que esteja tremendamente enganado, mas acho que, a bem da própria organização, deveria reforçar o peso das suas leis, sob pena do seu próprio descrédito. E isso não era bom para a sua imagem, numa altura em que esta precisa de ser recuperada.
Isto não é o fim do caso. Eventualmente, Jean Todt e a FIA irão reagir, recorrendo da sentença para um tribunal superior, eventualmente às mais altas instâncias nacionais e europeias. Vai ser uma questão de prestigio, pois caso contrário, qualquer dia teremos Ron Dennis a pedir à FIA que revogue a desclassificação de 2007, resultante do "Stephneygate", e o retorno dos 500 milhões de dólares que foi obrigado a entregar à FIA, resultante da multa que foi obrigada a pagar.
Acho que a FIA deveria recorrer, pois sabe-se que Briatore, que apesar de genial, tem imensos anticorpos no "paddock", e estes até parecem ter respirado melhor após a sua expulsão. Pessoalmente não gosto dele, pois pareceu-me ser um corpo estranho, tipico desta era corporativista de "marketing", que Bernie Ecclestone e Max Mosley tanto cultivaram e este último decidiu "enxotar" no seu último ano de mandato, quase causando a cisão da categoria máxima do automobilismo. Se o defendi no ano passado, foi porque detestava mais o Mosley. E quando se afastou, não chorei lágrimas de crocodilo pela sua partida.
Como já disse anteriormente, isto não é o final da história. Seguirão outras cenas, de outros capítulos. Apesar de haver um novo galo, a politica que segue não vai ser muito diferente da anterior. Eles vão recorrer, nem que seja por uma questão de honra pois ver uma sentença destas anulada por um mero tribunal comum é demasiado humilhante. E como disse atrás, um precedente perigoso.
Mas a FIA já anunciou que recorrerá.
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