![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgzvTJiDXsic1SGnjQsKlfTgNfqixwcRd57EKNvivNDMwEB-4r59M4KHOLcn6P-uidHWIgxzUQHd_LvdK9uCyUP0jAK72OtKXCy3aImVuWWa6vZ_wmwjkZ4VkW-MMFlCstnZ8QnIk86mxsU/s280/desk32.bmp)
Joseph Gilles Henri Villeneuve nasceu a 18 de Janeiro de 1950 na vila de Richilieu, no Quebec. Filho de Serville Villeneuve, afinador de pianos, e de Georgette, dona de casa, cresceu noutra cidade, Berthierville, e cedo despertou o seu interesse pela velocidade, a par do gosto pela musica. Pouco depois de largar o liceu e de ter conhecido Joanne Barthes, que viria a ser a sua mulher, começou a competir em corridas de drag, a bordo de um Ford Mustang de 1967. Contudo, a partir dos 19 anos, Gilles começa a ter responsabilidades inesperadas: casa-se em finais de 1970, para ter no ano seguinte tem o seu filho Jacques. Isso significa que tem de arranjar dinheiro para fazer face às despesas da casa e prosseguir a sua carreira no automobilismo.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhneWPObScnFqSsUaNBJBzfGUJ7UekHtUPG92TbfG70R5Ej1V5k_MD895dQDmNNYS-AjpYxsGDzHzz5Bmi9PR04HOjS_UwXmw6C1gQDbregr7W65KE5qU-beIHNec5M8DdOlD3RX05cthBP/s280/1972,+Gilles+Villeneuve.jpg)
Nesse ano, corre no campeonato local de Formula Ford, vencendo sete das dez corridas e sendo campeão. Tudo isto num carro com dois anos, comprado com o dinheiro do "prize-money" das competições de snowmobile. Em 1974, começa a correr na Formula Atlantic, sem dinheiro mas com uma enorme vontade de vencer. Contudo, a temporada não foi grande coisa, aparte um terceiro lugar em Vancouver.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjKbyfAu3Uv7IRO-JArfiRjn48QD4UUOXDG8rlWSjmzFkgsChP9QmlKQ1wMRsI5WDGRUih0rntbaWvIa_wyp05a-LZl2ZWT3e0qnXowUqEsUc5AnmL3zYcZipiHavov6uAWDrtrpx7bkRb9/s280/Gilles+-+1975+-+Formula+Atlantic,+March+Ford+75B.jpg)
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEja-9LLdtSUAiV8-xpYre87aCOxHSQ7SnVe_n41YvdW8gTjWKSqmiANHuHarL9KGWM_ObuZPaB9Oyx3chLXcXCrWi8I-6cVOURh2QmDTbohFATD9ZfhjEOGXYM18BIt0hqnRD5K1A633c6F/s280/Gilles+-+1976+-+Formula+Atlantic.jpg)
“De todos os meus pilotos, Peterson e Lauda incluídos, Gilles era o melhor de longe. Ronnie era pura habilidade e nenhum entendimento técnico da situação. Lauda tinha um entendimento perfeito das questões técnicas e era um perfeccionista que controlava tudo em grande detalhe. A melhor combinação era Gilles. Ele tinha uma excelente compreensão do carro, talvez não ao nível de Lauda, mas ele certamente tinha a habilidade de Ronnie e garantia-me 100% de agressividade de cada vez que competia”. afirmou.
Nesse ano, Villeneuve dominou o campeonato, ao vencer nove, vencendo com muito avanço sobre os seus rivais. Ainda deu uma perninha na Europa, correndo num Formula 2 em Pau, a convite da Project Four, dirigido por um tal... Ron Dennis. A meio do ano, volta a Trois-Riviers, para a tal corrida onde participariam outros pilotos de Formula 1, o mais sonante dos quais era James Hunt, então piloto da McLaren. Villeneuve dominou os teinos e a corrida, e venceu convincentemente, à frente do piloto inglês. Quando voltou, recomendou Villeneuve a Teddy Mayer e a John Hogan, o então patrão da Marlboro na Europa.
No final de 1976, Villeneuve entrou em conversações com a Brabham e a Wolf, acerca de uma possivel entrada na Formula 1, mas nada surgiu. Pouco depois, a McLaren assina um contrato com ele, no sentido de ser o terceiro piloto da equipa, ao lado de Hunt e Jochen Mass, participando em cinco corridas, duas das quais as americanas. Para além disso, iria ser patrocinado pela Marlboro, corria em provas de Formula 2 e poderia ter a chance de correr pela equipa em 1978, caso os resultados fossem bons.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgHYbR5fgbH53Vq4xy9JMj5GCVhUj_VhqXPQezgZv5JkQDjVDjgTMEQDvznrL0O9oeb_Y3981T2xWXiMTDyizSKOK6wgjQxaepGhwfd_UDyqYZqH9oYtJpUNw6tuIPUeM_IHzFK9xm8UtX6/s280/Gilles+-+1977+-+Formula+Atlantic%5B1%5D.+March+Ford+77B.jpg)
Alguns dos duelos foram memoráveis. Em Mosport, ambos os pilotos disputaram a liderança palmo a palmo até se tocarem, na quarta volta e sairam fora da pista. Rosberg desistiu e Villeneuve terminou na segunda posição. Pouco depois, em Edmonton, a mesma coisa acontece, mas ambos continuam em prova até ao fim, com o canadiano a levar a melhor.
“Gilles liderava e eu seguia-o. Eu sabia que com um 'sacana' como o Gilles não teria muitas hipóteses. De repente ele cometeu um erro e eu consegui emparelhar o meu carro com o dele e fizemos uma longa curva larga lado a lado sempre aos toques um no outro. Rodamos os dois e saímos da pista em lados opostos, mas em derrapagem controlada conseguimos voltar à pista e quando reentramos voltamos a bater um no outro e continuamos. Gilles ganhou e eu fui segundo” afirmou Rosberg anos depois.
John Lane, o seu director de equipa, declarou também: “Foi simplesmente uma guerra. Andaram sempre á porrada um ao outro... só havia cerca de 12.000 espectadores nesse dia mas estiveram perto de atingir a loucura total. Foi provavelmente a melhor corrida entre dois pilotos que alguma vez existiu. Os dois riram-se muito sobre o acontecido após a corrida. Gilles não estava chateado com Keke pelo acontecido em Mosport. O que ele achava era que bate-lo em pista era a sua melhor vingança. Nessa noite em Edmonton paguei o jantar à equipa e a Melanie sentou-se ao meu colo. O Pai dela era o homem mais feliz do mundo. Aquele tipo de batalha representava o que Gilles mais amava sobre corridas de automóveis”.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgq3U56m7s4xF6U9VCjVqcmZRfAwa4QoyFXFMUWmltKzecoFav9KNwvdmpMitScq8uGiv-yrXVlN5SRA7QIMSkBcvUxcr2tAByBhwWRRuWSo-gZcDChcyWqATvkoKR1u1axjjgMADCOmhWe/s280/Villeneuve+77+2.jpg)
Keke Rosberg afirmou sobre essa temporada de Formula Atlantic no seu livro de memórias: “Gilles e eu tivemos nesse ano duelos fantásticos…ele era extremamente talentoso. Muito, muito rápido e muito, muito corajoso. Ele era um piloto extremamente duro e muito ambicioso. As nossas batalhas foram sempre justas e na maior parte das vezes era eu que ia atrás dele. Nós sempre tivemos um bom relacionamento profissional porque ambos nos regíamos pelas mesmas regras. Eu não me lembro de o ter posto para fora deliberadamente em Mosport mas eu lembro-me bem que depois daquilo a Joanne deixou-me de falar por um longo tempo.”.
(continua amanhã)
Poxa, queria tê-lo visto correr. Perda prematura para o mundo do automobilismo e isto é fato. Muito bom o texto, parabéns!
ResponderEliminarAdoraria te-lo visto correr, mas enfim, sempre temos os videos no youtube.
ResponderEliminarSo uma pequena correccao... o nome completo é Joseph Gilles e nao Jacques Gilles.
Excelente texto.