Este foi um piloto que na década de 80, andava regularmente na parte de trás do pelotão da Formula 1. Na maior parte da sua carreira, correu numa equipa italiana, a Osella, mas também esteve na Ligier, Toleman e na Zakspeed, apesar de raramente ficar em posições de destaque. E nos 111 Grandes Prémios em que participou, largou em 76 e pontuou apenas em uma ocasião.
Mas falar somente da sua carreira discreta na Formula 1 é algo injusto, dado que noutras categorias tem resultados bastante melhores. Quer nas de base, onde foi campeão italiano e europeu de Formula 3, quer na Endurance, onde ao serviço da Lancia conseguiu resultados de relevo. E hoje em dia dirige a Team Ghinzani, uma equipa de Formula 3 na sua Itália natal, mas que teve experiências na A1GP e na Euro Formula 3000. No dia em que comemora o seu 58º aniversário natalício, hoje é dia de falar sobre a carreira de Piercarlo Ghinzani.
Nascido a 16 de Janeiro de 1952 em Riviera D’Adda, na Lombardia, Ghinzani começou a sua carreira competitiva aos 18 anos, em 1970, quando começou a competir na Formula Ford 1600. No ano seguinte, passou para a Formula Itália e na temporada de 1972, começou a competir na Formula 3 italiana. Aqui iniciou uma presença que durou cinco temporadas, e com um começo muito lento. Mas à medida que os anos passavam, os resultados não foram muitos até 1975, altura em que passou para a Formula 3 europeia. Nessa temporada, os resultados não foram significativos, tendo ficado no sexto lugar no campeonato italiano e 20º no Europeu.
Mas a partir de 1976, as coisas mudam de figura. Começa a vencer corridas e torna-se vice-campeão nacional, batido apenas por Riccardo Patrese. No campeonato europeu, acaba a época na sexta posição e um pódio, em Enna-Pergusa. Em 1977 dedica-se exclusivamente ao campeonato europeu, correndo pela Scuderia AFPM, de Paolo Pavanello, onde se sagra campeão europeu no final dessa temporada, com 61 pontos e três vitórias em Nurburgring, Zolder e Imola.
Com isto, o passo natural foi passar para a Formula 2, algo que fez em 1978. Mas essa temporada, feita com Pavanello, que tinha rebatizado a sua equipa de Euroracing, num March 782 BMW, foi fraca, e somente conseguiu dois pontos em Enna-Pergusa, fazendo com que acabasse a temporada na 16ª posição. Em 1979, decide… recuar na categoria, competindo no campeonato italiano de Formula 3. Então com 27 anos, era o natural favorito ao título, e consegue-o com 63 pontos, batendo Michele Alboreto, que tinha conseguido 47.
Isso foi o suficiente para ser notado pela equipa Lancia de Endurance, que o convida para correr na temporada de 1980 quer pela equipa oficial, quer pela equipa do Jolly Club, com pilotos de calibre como Andrea de Cesaris, Eddie Cheever, Gianfranco Brancatelli, Bernard Darniche e… Markku Alen. Ainda em 1980 correu nas 24 Horas de Le Mans, com Brancatelli e Alen, mas deu somente 26 voltas. Continuou a correr na Endurance em 1981, ao serviço da Lancia, onde também não teve grandes resultados, dado que o seu carro, um Lancia Beta, era constantemente assaltado por várias avarias mecânicas. Nesse ano participou nas 24 horas de Le Mans, fazendo parelha com Riccardo Patrese e o alemão Hans Heyer, mas desistiu.
Nesse ano de 1981, Ghinzani tem a sua primeira oportunidade de correr na Formula 1, quando Enzo Osella procurava um substituto para o argentino Miguel Angel Guerra, que se tinha lesionado em Imola e tinha abandonado a equipa. Inicialmente, Osella queria Giorgio Francia, mas a entidade italiana de automobilismo recusou passar-lhe uma Super-Licença, no sentido de o autorizar a correr, logo recorreu a Ghinzani para os GP’s da Bélgica e do Mónaco. Estreando-se em Zolder, Ghinzani nem se saiu muito mal, qualificando-se no 24º lugar, e terminando no 13º posto, a quatro voltas do vencedor. No Mónaco, com uma grelha reduzida, não conseguiu qualificar-se com o seu carro. Contudo, após a corrida monegasca, Osella decidiu substitui-lo por Giorgio Francia, mas por pouco tempo, já que a partir do GP da Grã-Bretanha, este foi substituído pelo francês Jean-Pierre Jarier. A sua próxima oportunidade na Formula 1 aconteceria em 1983.
Em 1982, continua na Endurance, ao serviço da Lancia. O carro continuava a ter imensos problemas de fiabilidade, incluindo em Le Mans, mas por uma vez não tiveram problemas. E aí, venceu: nos 1000 km de Mugello, ao lado de Michele Alboreto, e ainda teve velocidade para conseguir a volta mais rápida da corrida. No final do campeonato, conseguiu 21 pontos e o 15º lugar na geral.
Em 1983, a oportunidade de correr na Formula 1 surgiu de novo, ao serviço da Osella, que ia começar o ano com motores Ford Cosworth, mas a partir do meio da época, iriam ter os Alfa Romeo Turbo. Tendo como companheiro de equipa o jovem Corrado Fabi, irmão mais novo de Teo Fabi, os primeiros tempos foram duros, dado que o motor Cosworth era lento demais para os Turbos, e falhou a qualificação nas três primeiras corridas. Mesmo depois de ter os Alfa Romeo, a luta para se qualificar foi dura, e somente à sétima prova do ano, em Detroit, é que conseguiu a sua primeira qualificação. Mas de todas as provas que participou nesse ano, somente acabou uma corrida, em Zeltweg, na 11ª posição.
Contudo, nesse ano continuou a competir na Endurance, pela Lancia, com o chassis LC2, mas foi tal como as outras: demasiado problemática, com retiradas atrás de retiradas, sem resultados de relevo, que não um 11º lugar nos 1000 km de Spa-Francochamps.
Em 1984, Ghinzani dedica-se a tempo inteiro na Formula 1, ao serviço da Osella. De início, a equipa inscreveu apenas um carro, para Ghinzani, mas depois arranjou outro para o austríaco Jo Gartner, mas este somente começou a correr na segunda metade da temporada. Nesta temporada, o motor Alfa Romeo estava agora um pouco melhor, dado que somente falhou por uma vez a qualificação nessa temporada. E foi também nesse ano que conseguiu o seu melhor resultado de sempre, quando terminou a corrida de Dallas na quinta posição, sendo dos poucos sobreviventes de uma prova disputada a altas temperaturas e com o asfalto a derreter… esses dois pontos foram mais do que suficientes para no final do ano se classificar na 19ª posição do campeonato.
Ghinzani começou a temporada de 1985 pela Osella, onde conseguiu posições no fundo da tabela, lutando contra uma equipa com poucos fundos para ser competitiva. E a meio do ano, com Enzo Osella a precisar de fundos, resolveu contratar o piloto pagante Huub Rothengarter a partir do GP da Grã-Bretanha, deixando Ghinzani apeado. Mas isso foi por pouco tempo. A Toleman, que tinha sido comprado pela Benetton no inicio da temporada, precisava de um segundo piloto para a sua equipa, e Ghinzani foi o escolhido. Ao lado de Teo Fabi, o irmão de Corrado, o piloto italiano começou a correr pela nova equipa a partir do GP da Austria, mas as constantes quebras de motor o impediram de chegar ao fim em qualquer das corridas ao serviço da equipa.
Em 1986, Ghinzani foi substituído por Gerhard Berger e ele lá voltou para a Osella, onde a equipa continuava a ter os mesmos problemas de sempre: falta de dinheiro, motores Alfa Romeo gulosos e quebradiços, e classificações sempre no final da grelha. No final dessa temporada, o melhor que teve foi um 11º lugar em Adelaide, a seis voltas do vencedor. Nesse ano, teve algumas saídas nos Sport-Protótipos, conduzindo um Porsche 956 da Joest Racing em algumas corridas, nomeadamente nos 1000 km de Fuji, onde venceu a corrida, ao lado do seu compatriota Paolo Barilla.
Em 1987, as coisas mudam um pouco quando passa para a Ligier, ao lado de René Arnoux. Mas de inicio, a equipa iria ficar com os motores Alfa Romeo, que Arnoux, depois de algumas voltas de teste, os considerou como sendo muito pouco fiáveis, e às pressas, tiveram de arranjar motores Megatron, a preparadora que ficara com os BMW Turbo. Este arranjo quase milagroso causou problemas com o chassis, cujos problemas de dirigibilidade faziam com que as suspensões não aguentassem e causassem acidentes bem feios. Ghinzani, agora com 35 anos, passava por mais uma temporada para esquecer, tendo como melhor resultado um sétimo lugar em Imola, atrás do seu companheiro Arnoux.
Na temporada de 1988, sai da Ligier e passa para os alemães da Zakspeed, onde na altura eram dos poucos que corriam com o seu próprio motor. Ao lado do seu companheiro Bernd Schneider, tem mais uma temporada no fundo da tabela, com a agravante de falhar a qualificação por sete vezes. No final, a sua melhor posição foi um 14º lugar em Montreal e Hockenheim.
Em 1989, Ghinzani regressa à Osella. Aos 37 anos, com a Formula 1 na sua primeira temporada após a era Turbo, Ghinzani tem poucas hipóteses de brilhar, pois a sua equipa passa pelo inferno das pré-qualificações. E é verdade: das 16 participações, o piloto somente consegue ultrapassar isso por três vezes: Hungria, Espanha e Austrália. Opositor deste sistema de pré-qualificação (e com alguma razão, pois por algumas vezes tinha feito tempos que o colocariam na grelha sob outras circunstâncias), ficou cada vez mais amargo e cansado de lutar contra o tempo. No final da temporada, abandonou de vez a Formula 1. Mas a sua última corrida, nas ruas de Adelaide, deu-lhe talvez uma das suas melhores performances. Passada a pré-qualificação, conseguiu meter o seu carro no 21º lugar da grelha, o melhor do ano para ele, o que fez com que os mecânicos o banhassem com champanhe.
E na corrida sob péssimas condições atmosféricas, lá se ia aguentando até à volta 18, quando em plena recta, era fortemente atingido por detrás pelo Lotus de Nelson Piquet. Na colisão, a sua roda traseira direita atinge o capacete do tri-campeão brasileiro, mas este safa-se sem ferimentos de monta. E ambos falharam o Minardi de Pierluigi Martini por pouco…
A sua carreira na Formula 1: 111 Grandes Prémios, em oito temporadas (1981; 1983-89), dois pontos no total.
Após a sua careira nos monolugares, Ghinzani abandonou a competição automobilística, mas não o automobilismo. Em 1992, decidiu formar o Team Ghinzani, com a ideia inicial de correr na Formula 3 italiana, e fazer correr jovens talentos. Desde então, tornou-se numa das referências do automobilismo europeu, correndo em Itália, Alemanha, na Formula 3 e Formula 3000 Euroseries e tomando conta da equipa italiana da A1GP. Durante esse tempo, pilotos como Andreas Zuber, Robert Doornbos, Marco Bonanomi e o português Álvaro Parente correram com as cores do Team Ghinzani. E na A1GP, pilotos como Edoardo Piscopo, Alessandro Per Guidi e Enrico Toccatello passaram por lá.
Fontes:
http://en.wikipedia.org/wiki/Piercarlo_Ghinzani
http://www.f1rejects.com/drivers/ghinzani/biography.html
Mas falar somente da sua carreira discreta na Formula 1 é algo injusto, dado que noutras categorias tem resultados bastante melhores. Quer nas de base, onde foi campeão italiano e europeu de Formula 3, quer na Endurance, onde ao serviço da Lancia conseguiu resultados de relevo. E hoje em dia dirige a Team Ghinzani, uma equipa de Formula 3 na sua Itália natal, mas que teve experiências na A1GP e na Euro Formula 3000. No dia em que comemora o seu 58º aniversário natalício, hoje é dia de falar sobre a carreira de Piercarlo Ghinzani.
Nascido a 16 de Janeiro de 1952 em Riviera D’Adda, na Lombardia, Ghinzani começou a sua carreira competitiva aos 18 anos, em 1970, quando começou a competir na Formula Ford 1600. No ano seguinte, passou para a Formula Itália e na temporada de 1972, começou a competir na Formula 3 italiana. Aqui iniciou uma presença que durou cinco temporadas, e com um começo muito lento. Mas à medida que os anos passavam, os resultados não foram muitos até 1975, altura em que passou para a Formula 3 europeia. Nessa temporada, os resultados não foram significativos, tendo ficado no sexto lugar no campeonato italiano e 20º no Europeu.
Mas a partir de 1976, as coisas mudam de figura. Começa a vencer corridas e torna-se vice-campeão nacional, batido apenas por Riccardo Patrese. No campeonato europeu, acaba a época na sexta posição e um pódio, em Enna-Pergusa. Em 1977 dedica-se exclusivamente ao campeonato europeu, correndo pela Scuderia AFPM, de Paolo Pavanello, onde se sagra campeão europeu no final dessa temporada, com 61 pontos e três vitórias em Nurburgring, Zolder e Imola.
Com isto, o passo natural foi passar para a Formula 2, algo que fez em 1978. Mas essa temporada, feita com Pavanello, que tinha rebatizado a sua equipa de Euroracing, num March 782 BMW, foi fraca, e somente conseguiu dois pontos em Enna-Pergusa, fazendo com que acabasse a temporada na 16ª posição. Em 1979, decide… recuar na categoria, competindo no campeonato italiano de Formula 3. Então com 27 anos, era o natural favorito ao título, e consegue-o com 63 pontos, batendo Michele Alboreto, que tinha conseguido 47.
Isso foi o suficiente para ser notado pela equipa Lancia de Endurance, que o convida para correr na temporada de 1980 quer pela equipa oficial, quer pela equipa do Jolly Club, com pilotos de calibre como Andrea de Cesaris, Eddie Cheever, Gianfranco Brancatelli, Bernard Darniche e… Markku Alen. Ainda em 1980 correu nas 24 Horas de Le Mans, com Brancatelli e Alen, mas deu somente 26 voltas. Continuou a correr na Endurance em 1981, ao serviço da Lancia, onde também não teve grandes resultados, dado que o seu carro, um Lancia Beta, era constantemente assaltado por várias avarias mecânicas. Nesse ano participou nas 24 horas de Le Mans, fazendo parelha com Riccardo Patrese e o alemão Hans Heyer, mas desistiu.
Nesse ano de 1981, Ghinzani tem a sua primeira oportunidade de correr na Formula 1, quando Enzo Osella procurava um substituto para o argentino Miguel Angel Guerra, que se tinha lesionado em Imola e tinha abandonado a equipa. Inicialmente, Osella queria Giorgio Francia, mas a entidade italiana de automobilismo recusou passar-lhe uma Super-Licença, no sentido de o autorizar a correr, logo recorreu a Ghinzani para os GP’s da Bélgica e do Mónaco. Estreando-se em Zolder, Ghinzani nem se saiu muito mal, qualificando-se no 24º lugar, e terminando no 13º posto, a quatro voltas do vencedor. No Mónaco, com uma grelha reduzida, não conseguiu qualificar-se com o seu carro. Contudo, após a corrida monegasca, Osella decidiu substitui-lo por Giorgio Francia, mas por pouco tempo, já que a partir do GP da Grã-Bretanha, este foi substituído pelo francês Jean-Pierre Jarier. A sua próxima oportunidade na Formula 1 aconteceria em 1983.
Em 1982, continua na Endurance, ao serviço da Lancia. O carro continuava a ter imensos problemas de fiabilidade, incluindo em Le Mans, mas por uma vez não tiveram problemas. E aí, venceu: nos 1000 km de Mugello, ao lado de Michele Alboreto, e ainda teve velocidade para conseguir a volta mais rápida da corrida. No final do campeonato, conseguiu 21 pontos e o 15º lugar na geral.
Em 1983, a oportunidade de correr na Formula 1 surgiu de novo, ao serviço da Osella, que ia começar o ano com motores Ford Cosworth, mas a partir do meio da época, iriam ter os Alfa Romeo Turbo. Tendo como companheiro de equipa o jovem Corrado Fabi, irmão mais novo de Teo Fabi, os primeiros tempos foram duros, dado que o motor Cosworth era lento demais para os Turbos, e falhou a qualificação nas três primeiras corridas. Mesmo depois de ter os Alfa Romeo, a luta para se qualificar foi dura, e somente à sétima prova do ano, em Detroit, é que conseguiu a sua primeira qualificação. Mas de todas as provas que participou nesse ano, somente acabou uma corrida, em Zeltweg, na 11ª posição.
Contudo, nesse ano continuou a competir na Endurance, pela Lancia, com o chassis LC2, mas foi tal como as outras: demasiado problemática, com retiradas atrás de retiradas, sem resultados de relevo, que não um 11º lugar nos 1000 km de Spa-Francochamps.
Em 1984, Ghinzani dedica-se a tempo inteiro na Formula 1, ao serviço da Osella. De início, a equipa inscreveu apenas um carro, para Ghinzani, mas depois arranjou outro para o austríaco Jo Gartner, mas este somente começou a correr na segunda metade da temporada. Nesta temporada, o motor Alfa Romeo estava agora um pouco melhor, dado que somente falhou por uma vez a qualificação nessa temporada. E foi também nesse ano que conseguiu o seu melhor resultado de sempre, quando terminou a corrida de Dallas na quinta posição, sendo dos poucos sobreviventes de uma prova disputada a altas temperaturas e com o asfalto a derreter… esses dois pontos foram mais do que suficientes para no final do ano se classificar na 19ª posição do campeonato.
Ghinzani começou a temporada de 1985 pela Osella, onde conseguiu posições no fundo da tabela, lutando contra uma equipa com poucos fundos para ser competitiva. E a meio do ano, com Enzo Osella a precisar de fundos, resolveu contratar o piloto pagante Huub Rothengarter a partir do GP da Grã-Bretanha, deixando Ghinzani apeado. Mas isso foi por pouco tempo. A Toleman, que tinha sido comprado pela Benetton no inicio da temporada, precisava de um segundo piloto para a sua equipa, e Ghinzani foi o escolhido. Ao lado de Teo Fabi, o irmão de Corrado, o piloto italiano começou a correr pela nova equipa a partir do GP da Austria, mas as constantes quebras de motor o impediram de chegar ao fim em qualquer das corridas ao serviço da equipa.
Em 1986, Ghinzani foi substituído por Gerhard Berger e ele lá voltou para a Osella, onde a equipa continuava a ter os mesmos problemas de sempre: falta de dinheiro, motores Alfa Romeo gulosos e quebradiços, e classificações sempre no final da grelha. No final dessa temporada, o melhor que teve foi um 11º lugar em Adelaide, a seis voltas do vencedor. Nesse ano, teve algumas saídas nos Sport-Protótipos, conduzindo um Porsche 956 da Joest Racing em algumas corridas, nomeadamente nos 1000 km de Fuji, onde venceu a corrida, ao lado do seu compatriota Paolo Barilla.
Em 1987, as coisas mudam um pouco quando passa para a Ligier, ao lado de René Arnoux. Mas de inicio, a equipa iria ficar com os motores Alfa Romeo, que Arnoux, depois de algumas voltas de teste, os considerou como sendo muito pouco fiáveis, e às pressas, tiveram de arranjar motores Megatron, a preparadora que ficara com os BMW Turbo. Este arranjo quase milagroso causou problemas com o chassis, cujos problemas de dirigibilidade faziam com que as suspensões não aguentassem e causassem acidentes bem feios. Ghinzani, agora com 35 anos, passava por mais uma temporada para esquecer, tendo como melhor resultado um sétimo lugar em Imola, atrás do seu companheiro Arnoux.
Na temporada de 1988, sai da Ligier e passa para os alemães da Zakspeed, onde na altura eram dos poucos que corriam com o seu próprio motor. Ao lado do seu companheiro Bernd Schneider, tem mais uma temporada no fundo da tabela, com a agravante de falhar a qualificação por sete vezes. No final, a sua melhor posição foi um 14º lugar em Montreal e Hockenheim.
Em 1989, Ghinzani regressa à Osella. Aos 37 anos, com a Formula 1 na sua primeira temporada após a era Turbo, Ghinzani tem poucas hipóteses de brilhar, pois a sua equipa passa pelo inferno das pré-qualificações. E é verdade: das 16 participações, o piloto somente consegue ultrapassar isso por três vezes: Hungria, Espanha e Austrália. Opositor deste sistema de pré-qualificação (e com alguma razão, pois por algumas vezes tinha feito tempos que o colocariam na grelha sob outras circunstâncias), ficou cada vez mais amargo e cansado de lutar contra o tempo. No final da temporada, abandonou de vez a Formula 1. Mas a sua última corrida, nas ruas de Adelaide, deu-lhe talvez uma das suas melhores performances. Passada a pré-qualificação, conseguiu meter o seu carro no 21º lugar da grelha, o melhor do ano para ele, o que fez com que os mecânicos o banhassem com champanhe.
E na corrida sob péssimas condições atmosféricas, lá se ia aguentando até à volta 18, quando em plena recta, era fortemente atingido por detrás pelo Lotus de Nelson Piquet. Na colisão, a sua roda traseira direita atinge o capacete do tri-campeão brasileiro, mas este safa-se sem ferimentos de monta. E ambos falharam o Minardi de Pierluigi Martini por pouco…
A sua carreira na Formula 1: 111 Grandes Prémios, em oito temporadas (1981; 1983-89), dois pontos no total.
Após a sua careira nos monolugares, Ghinzani abandonou a competição automobilística, mas não o automobilismo. Em 1992, decidiu formar o Team Ghinzani, com a ideia inicial de correr na Formula 3 italiana, e fazer correr jovens talentos. Desde então, tornou-se numa das referências do automobilismo europeu, correndo em Itália, Alemanha, na Formula 3 e Formula 3000 Euroseries e tomando conta da equipa italiana da A1GP. Durante esse tempo, pilotos como Andreas Zuber, Robert Doornbos, Marco Bonanomi e o português Álvaro Parente correram com as cores do Team Ghinzani. E na A1GP, pilotos como Edoardo Piscopo, Alessandro Per Guidi e Enrico Toccatello passaram por lá.
Fontes:
http://en.wikipedia.org/wiki/Piercarlo_Ghinzani
http://www.f1rejects.com/drivers/ghinzani/biography.html
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