Na Quinta Coluna desta semana, vou falar de dois dos mais importantes eventos da semana que passou: o Rali da Suécia e a apresentação do Lotus T127, o primeiro carro da marca de Colin Chapman após 15 anos de ausência, e as devidas reflexões.
WRC: Na Suécia, mandam os nórdicos
Aos poucos, as competições de 2010 vão começando, e no fim de semana passado vimos o Mundial WRC de Ralis a ter o seu inicio nas frias paisagens suecas. Naquele que vai ser o último ano da categoria principal, o duelo Citroen/Ford foi forte, mas desta vez quem saiu melhor foi a marca da oval, através de Mikko Hirvonen, que este ano vem disposto a conseguir de vez o título mundial que está desde 2004 nas mãos do mesmo homem: Sebastien Löeb.
O duelo que decorreu nas estradas à volta de Karlstad, no centro do país, mostrou que Mikko Hirvonen está em forma, e a sua máquina, o Ford Focus WRC, devidamente actualizado para 2010, está também pronto para discutir a vitória, em qualquer superfície. Contudo, Sebastien Löeb não ficou nada atrás e deu muita luta ao piloto finlandês. Contudo, no final do segundo dia, ao ver que era incapaz de o bater, decidiu atirar a toalha ao chão e sair da Suécia com o máximo de pontos necessários. Só que este ano, com a nova tabela pontual, a diferença é maior, e ser regular já não compensa tanto...
Aqui, a Ford foi claramente o vencedor nesta batalha. o lugar mais baixo do pódio pertenceu ao segundo piloto da marca, Jari-Matti Latvala, que este ano está um pouco mais maduro e mais preocupado em levar o seu carro ao fim do que propriamente a destruir chassis... Mas neste rali também beneficiou do azar de Dani Sordo, que chegou a parar por um minuto devido a um esquecimento, quando não tirou uma cobertura do motor, que causou um principio de sobreaquecimento. Sem dúvida, uma pequena frustração por culpa própria...
Quanto aos outros, destaca-se Kimi Raikonnen. O ex-piloto de Formula 1 esteve na suécia a aprender a conduzir com um navegador, e ainda não doseou o seu estilo de condução, tanto mais que teve um despiste logo na primeira etapa que o fez perder imenso tempo, cerca de meia hora. Mas as indicações que deu aos observadores são relativamente encorajadoras, pois andou sempre ao nivel do sexto classificado. Logo, as expectativas são maiores.
Quanto aos portugueses, cumpriram os seus objetivos. Este não é o seu tipo de pista e tanto Bernardo Sousa, no seu Ford Fiesta S2000, como Armindo Araujo, no seu Mitsubishi Lancer EVO X, preocuparam-se em amealhar o máximo de pontos possivel como de levar o carro até ao fim. Resultado: Armindo acabou no terceiro lugar, somente atrás de dois nórdicos, e um deles não é regular, enquanto que Sousa foi sexto no SWRC. Se um até conseguiu bons pontos na corrida para a revalidação do título, o outro está aqui a aprender tudo: a conhecer o seu carro, a adaptar-se a um novo navegador e a domar a sua agressividade.
A próxima etapa vai ser no México, entre 5 e 7 de Março, numa lista de elementos muito pequena: 35 pilotos inscritos. É a crise...
Na passada sexta-feira, a Lotus voltou à Formula 1. Pode não ser a Team Lotus, mas os malaios absorveram o espírito. Perante 400 convidados, o Lotus T127, desenhado por Mike Gascoyne, mostrou os seus pilotos: Jarno Trulli, Heiki Kovalainen e Fairuz Fauzy. Os três podem não ser rápidos, mas tem a experiência suficiente para fazer funcionar o carro. O chassis é simples, até demasiado simplista. Mas com o pouco tempo que tiveram para construir o chassis, essa foi a ideia: construir um carro que pudesse ser fiável, sem complicações. E os pilotos escolhidos são veteranos, capazes de fazer desenvolver o carro até a um ponto otimo, como o objectivo de ser a melhor dos estreantes, bater a Virgin e fazer com que Richard Branson ande vestida de hospedeira no final da época...
Muitos ainda torcem o nariz pelo facto desta não ser a "verdadeira" Lotus. O que não sabem, ou não querem saber, é que a Lotus foi comprada há mais de dez anos pela Proton, uma marca de automóveis malaia. Sempre tiveram a ideia de voltar um dia à Formula 1, e conseguiram-no agora. Ainda por cima, esta "Lotus 2.0" tem a benção da familia Chapman e usam as cores que deram fama à equipa: o "British Racing Green" com uma faixa amarela. E o numero do chassis demonstra também uma linha de continuidade, pois o último modelo de Formula 1 é o 112, e o ultimo modelo de qualquer competição é o 119. Os novos donos sabiam o potêncial dessa herança e simplesmente a aproveitaram. Qualquer um faria o mesmo.
Esta quarta-feira no circuito de Jerez, Fairuz Fauzy deu as primeiras voltas com o resto do pelotão da Formula 1. Apesar de ter ficado na cauda dos tempos, o essencial era saber da resistência e fiabilidade do carro. Aparentemente, cumpriu os requisitos, e amanhã será a vez dos pilotos titulares, primeiro Trulli e depois Kovalainen, experimentar o novo chassis. E a partir dali, será feito o desenvolvimento a sério deste primeiro chassis da "Lotus 2.0", uma das duas novas equipas que vão alinhar no Bahrein.
Por esta semana é tudo. Na semana que vem abordarei outros assuntos relacionados com o automobilismo. Até lá!
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