terça-feira, 9 de março de 2010

O piloto do dia - Danny Sullivan

Depois da passagem de Mario Andretti pela Formula 1, que ficou na categoria até ao início dos anos 80, não foram muito frequentes as travessias do Atlântico. As excepções foram Eddie Cheever que durante o ano de 1983, teve a companhia de Danny Sullivan. Pode ter ficado apenas um ano ao serviço da Tyrrell, mas no outro lado do Atlântico, a sua carreira no automobilismo foi bem mais longa e mais proveitosa. Em todos os aspectos. No dia em que completa 60 anos, hoje falo de Danny Sullivan.

Nascido a 9 de Março de 1950 em Louisville, no Kentucky como Daniel John Sullivan III, era filho de um construtor civil, que o queria que tomasse conta do negócio. Contudo, a sua ideia era outra. A sua vida de “playboy”, com muitas mulheres e carros rápidos, dava-lhe a adrenalina que queria. Mas não um rumo de vida. Após ter acabado o liceu, seguiu para o Kentucky Millitary Institute, onde ao fim de um ano onde esteve mais a festejar do que a estudar, mudou-se para Nova Iorque, onde arranjou uma série de empregos no mínimo estranhos, desde madeireiro, empregado de mesa até… taxista. Sim, andou num dos famosos “Yellow Táxi Cabs” da “Big Apple”.

Contudo, um dos amigos da familia Sullivan lhe perguntou o que queria na vida. Afirmou que queria correr. E aos 21 anos, teve como prenda de aniversário uma passagem para a Grã-Bretanha, onde correu na Jim Russel Racing School. Após a conclusão do curso, onde um dos seus professores lhe disse que tinha sido um dos seus melhores alunos, Sullivan começou a sua carreira competitiva, primeiro na Formula Ford e depois na Formula 3. Só que ao longo da década de 70, a sua carreira não parecia descolar e no final da década estava frustrado e considerando seriamente abandonar a competição.

Contudo, ao dobrar o cabo dos 30 anos, o sucesso profissional começava a chegar. Começou na Can-Am, onde venceu corridas, o suficiente para passar ao nível seguinte, que foi na CART. E logo na sua primeira corrida, em Atlanta, impressiona tudo e todos ao ser terceiro classificado. No final desse ano, tem um convite para correr na Formula 1, e o aproveita em pleno.

Correndo a temporada de 1983 ao serviço da Tyrrell (a sua contratação foi recomendada pela Benetton, a patrocinadora da equipa), Sullivan tem uma temporada pouco vistosa, onde a sua melhor posição foi um quinto lugar nas ruas do Mónaco. Após essa aventura na categoria máxima do automobilismo, regressou à CART.

A sua carreira na Formula 1: 15 Grandes Prémios, em uma temporada (1983) dois pontos.

Quando regressou, em 1984, corre pela Sherison Racing, patrocinado pela Domino’s Pizza, e a meio do ano já vencia corridas. Primeiro em Cleveland, depois em Pocono e em Sanair, terminando o ano na quarta posição do campeonato. Isso foi o suficiente para que Roger Penske, o patrão da Penske Racing, o convidasse a guiar um dos seus carros para a temporada de 1985.

O ano começou com um terceiro lugar em Long Beach, mas na segunda prova do ano, as 500 Milhas de Indianápolis, viria a ser provavelmente a sua prova mais memorável da sua carreira. Não só pelo que alcançou, mas por aquilo que passou para chegar até lá.

Na qualificação, Sullivan foi o oitavo na grelha, e na corrida, o seu ritmo era o suficiente para chegar aos lugares da frente. A partir do meio da corrida, já era segundo classificado, perseguindo o então lider, Mario Andretti. Na volta 120, conseguiu finalmente chegar á liderança até que na Curva 1... perde o controlo do seu carro. "Lembro-me de pensar na altura algo como 'Oh Diabo, estou na frente da Indianapolis 500 e cometi um maldito pião'" afirmou anos depois. Contudo, não conseguiu bater o carro em nada na pista e continuou a corrida. Vinte voltas depois, apanhou de novo Andretti e conseguiu alcançar a liderança, para rumar à vitória. O seu "spin and win" ficou na memória e na história do automobilismo americano.

"Não venci só as 500 Milhas de Indianápolis. Bati Mario Andretti num duelo para vencer as 500 Milhas de Indianapolis. Acho que isso é um factor importante para a memória colectiva," disse. Para o resto da época, venceu em Miami, a última prova do ano, terminando em quarto lugar no campeonato.

Por esta altura, a sua fama tinha-se extravasado das pistas. Chegou a participar num episódio da série de TV "Miami Vice", onde interpretava um piloto de corridas acusado de matar uma prostituta. Em 1986, venceu mais três corridas e acabou no terceiro lugar no campeonato. Isso era um claro exemplo de que era um dos melhores pilotos do pelotão americano, algo que tinha perseguido duramente durante anos, e que agora aos 35 anos, tinha por fim chegado.

Em 1987, a temporada fora má, sem vitórias e um nono posto na classificação geral. Mas isso seria compensado em 1988, quando venceu quatro corridas (Portland, Michigan, Nazareth e Laguna Seca) e tornou-se com 38 anos de idade em campeão da CART. Para além disso, deu nas vistas em Indianápolis, quando liderou por 91 das primeiras 101 voltas, até bater no muro na Curva 1, fracturando o seu pulso.

Em 1989 e 90, continuava a vencer provas, mas a concorrência começava a ser cada vez mais forte, e cada vez mais a vir de fora dos Estados Unidos. Pilotos como Emerson Fittipaldi, Teo Fabi, Roberto Guerrero e outros, começavam a fazer a vida mais dura aos pilotos da casa, e aos poucos, Sullivan começava a não ter muitas chances de lutar pelo título. No final de 1990, sai da Penske e vai para a Patrick Racing, que corria com motores Alfa Romeo, mas a temporada foi modesta, e em 1992 muda-se para a Galles Racing, onde vence em Long Beach. Mais uma vitória em 1993, agora em Detroit, faz com que Sullivan termine o ano na 12ª posição, pois isto foi o seu unico ponto positivo numa temporada atribulada.

No final desse ano, Sullivan vê-se sem um voltante competitivo na CART, e decidiu tirar uma temporada sabática da competição, rumando de novo para a Europa, onde competiu em algumas corridas da DTM ao serviço da Alfa Romeo, e nas 24 Horas de Le Mans, onde a bordo de um Dauer 962 LM (uma versão do Porsche 962) em conjunto com os ex-pilotos de Formula 1 Thierry Boutsen e Hans-Joachim Stuck, foram terceiros na corrida francesa.

Em 1995, volta à activa na CART, ao serviço da PacWest Racing, com prestações modestas até que em Michigan, um acidente durante a corrida, onde fracturou ossos da perna e da pelvis, decidiu que era tempo de colocar um ponto final na sua carreira competitiva. Assim sendo, após recuperar dos seus ferimentos, decidiu ser comentados na cadeira de TV ABC durante alguns anos, para depois se dedicar à Red Bull Driver Search, no sentido de descobrir talentos. A sua maior descoberta foi o seu compatriota Scott Speed.

Fontes:

http://en.wikipedia.org/wiki/Danny_Sullivan
http://www.grandprix.com/gpe/drv-suldan.html
http://www.people.com/people/archive/article/0,,20091140,00.html
http://www.indy500.com/news/3594/_Spin_And_Win__At_Indy_Defined_Sullivan_s_Superb_Career

1 comentário:

  1. Danny Sullivan, o piloto galã. Brincadeira! Ele pilotava muito bem, apesar de não estar no mesmo patamar do Rick Mears ou do Mario Andretti só para citar esses dois.

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Comentem à vontade, mas gostava que se identificassem, porque apago os anónimos, por bem intencionados que estejam...