Depois do Mónaco, a Formula 1 movia-se de armas de bagagens para duas provas no continente americano, a começar pelo GP do Canadá, realizado no Circuit Gilles Villeneuve, em Montreal. Em termos de pelotão não havia novidades, logo as coisas estavam mais viradas para a classificação geral, onde o McLaren de Ayrton Senna dominava os acontecimentos, com duas vitórias em Phoenix e nas ruas de Monte Carlo, tinha a oposição da Ferrari de Alain Prost, que só tinha uma vitória... mas na casa do adversário, o circuito de Interlagos.
Em termos de fundo do pelotão, as coisas também continuavam na mesma. A Life, mesmo tendo anunciado uma parceira com uma companhia soviética, continuava sem apelo nem agravo no ultimo lugar do pelotão, apesar dos esforços do veterano piloto italiano Bruno Giacomelli. Na pré-qualificação, o seu melhor tempo foi de 1.50.253... 22 segundos mais lento do que o melhor, o Eurobrun de Roberto Moreno, e três segundos mais lento do que Claudio Langes, o piloto imediatamente à sua frente. Na pré-qualificação, para além de Moreno, passaram o Osella de Olivier Grouillard e os Larrousse-Lamborghini de Aguri Suzuki e Eric Bernard.
Na qualificação, a única sessão que se aproveitou foi o de sexta-feira, pois no Sábado, a chuva fez a sua aparição e os tempos foram consideravelmente mais lentos. Sendo assim, o melhor foi Ayrton Senna, no seu McLaren, que bateu o seu companheiro Gerhard Berger. Alain Prost foi o terceiro, no seu Ferrari, com o Benetton de Alessandro Nannini a seu lado. Nelson Piquet, no segundo Benetton, partia do quinto posto, com o belga Thierry Boutsen, no seu Williams-Renault, logo a seguir. Nigel Mansell era sétimo, seguido pelo Tyrrell de Jean Alesi, e a finalizar o "top ten" estavam o Williams-Renault de Riccardo Patrese e o Brabham-Judd de Stefano Modena.
Dos quatro pilotos que falharam a qualificação para a corrida canadiana, dois eram brasileiros: Roberto Moreno e Mauricio Gugelmin, no seu Letyon House. Para além deles, o Minardi de Paolo Barilla e o Brabham-Judd do filho do fundador, David Brabham, eram os outros dois não-qualificados.
À hora da partida, o asfalto estava húmido devido a uma bátega de água que tinha caído alguns minutos antes, mas o asfalto tinha tendência para secar. Mas mesmo assim jogando no seguro, boa parte dos pilotos partia com pneus de chuva. Quando as luzes caíram no verde, Berger fez falsa partida, sendo imediatamente penalizado em um minuto (nessa altura não havia o 'drive through' das boxes...). À frente estava Senna, seguido de Nannini e Alesi. Nas primeiras voltas, era óbvio que a pista iria ficar seca e a partir da décima volta, os pilotos da frente começaram a ir às boxes para colocar pneus para seco.
Nas paragens, Berger ficou na frente do seu companheiro e a partir dali aumentou o seu ritmo no sentido de diminuir essa desvantagem. Entretanto, o comando pertencia ao Benetton de Alessandro Nannini, mas na volta 14, teve de ir às boxes... após atropelar uma marmota. Os restos mortais do animal ficaram espalhados no carro, e o italiano teve de ir às boxes. Cinco voltas depois, Boutsen conseguia ultrapassar Prost, mas logo a seguir passou por uma poça de água e despistou-se, indo bater no Ligier de Nicola Larini, que estava a levar uma volta de atraso de ambos os pilotos. O francês escapou da confusão, mas para os outros dois pilotos, a corrida acabava ali.
Entretanto, Nannini conseguia recuperar algumas posições, mas a sua corrida acabou na volta 21 quando se despistou na Viragem do Casino. Cinco voltas depois, o mesmo aconteceu a Alesi, no mesmo local, mas por um azar incrível, o Tyrrell parou em cima do Benetton, destruindo o seu carro e criando um potencial acidente grave. Contudo, não houve consequências dessa ordem.
À frente, Senna controlava os adversários, que se degladiavam pelo segundo posto: o Benetton de Piquet e os Ferrari de Prost e Mansell, mais o Williams de Patrese. Contudo, na volta 44, os travões do Williams cederam e a sua corrida acabou ali. Entretanto, Berger continuava com a sua cavalgada, conseguindo manter-se na mesma volta do seu companheiro e apanhando virtualmente os pilotos da frente.
Até ao final, não houve alterações de monta, e Senna venceu pela terceira vez no ano. Nelson Piquet conseguiu ser o segundo, com Nigel Mansell a fechar o pódio. Nos restantes lugares pontuáveis ficaram o McLaren de Berger, que recuperou até ficar a meros 14.8 segundos de Senna, o Ferrari de Prost e o Lotus de Derek Warwick, que cortou a meta... com menos duas voltas do que o vencedor.
Fontes:
http://www.grandprix.com/gpe/rr489.html
http://en.wikipedia.org/wiki/1990_Canadian_Grand_Prix
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