quinta-feira, 24 de junho de 2010

GP Memória - México 1990

Duas semanas depois do Canadá, máquinas e pilotos atravessaram o continente americano de alto a baixo para estarem na Cidade do México, mais concretamente no Autodromo Hermanos Rodriguez, que seria palco do GP do México. Sem alterações no pelotão, a qualificação começou na sexta-feira de manhã, com a pré-qualificação.

Sabendo que a Life de Bruno Giacomelli já estaria à partida de fora, os outros tinham hipóteses de passar. Olivier Grouillard foi o melhor, seguido pelo Larrousse-Lamborghini de Eric Bernard, o Eurobrun de Roberto Moreno e o segundo Larrousse de Aguri Suzuki, que superou em três décimas o AGS de Yannick Dalmas.

No final das duas sessões de qualificação, que foi disputado com tempo diverso, ora chovia, ora fazia sol, o McLaren de Gerhard Berger levou a melhor sobre o Williams-Renault de Riccardo Patrese, fazendo a pole-position. Na segunda fila estava o segunda McLaren de Ayrton Senna e o Ferrari de Nigel Mansell, enquanto que na terceira estavam o segundo Williams-Renault de Thierry Boutsen e o Tyrrell-Cosworth de Jean Alesi. O Minardi de Pierluigi Martini é o sétimo a partir, seguido pelo Benetton-Cosworth de Nelson Piquet. A fechar o "top ten" estava o segundo Tyrrell de Satoru Nakajima e o Brabham-Judd de Stefano Modena.

Atrás desta primeira parte da grelha, alguns pilotos tiveram desempenhos decepcionantes. Alain Prost era 13º, à frente do segundo Benetton de Alessandro Nannini, apenas 14º. Roberto Moreno fora excluído da corrida por ter sido empurrado após um despiste nos treinos, e asisim acompanhava os Leyton House de Ivan Capelli e Mauricio Gugelmin, e o Arrows-Cosworth de Alex Caffi.

Depois de uma confusão no warm up, devido à presença de um cão na pista, obrigando à interrupção do teino, a corrida começa com céu limpo e tempo seco. Na largada, Patrese levou a melhor sobre Senna, Berger, Boutsen e Piquet. Prost começa a fazer uma prova de força, tentando passar os que estavam à sua frente. Na segunda volta, Senna (que fazia aqui o seu 100º Grande Prémio) passa Patrese e fica com a liderança, tentando afastar-se dos seus oponentes.

Na 13ª volta, Berger tem de ir às boxes devido ao desgaste permaturo dos seus pneus, deixando Piquet no segundo posto, pressionado por Mansell. Pouco depois, o britânico ultrapassa o brasileiro e parte em perseguição de Senna. Só que o brasileiro estava já longe, apostando em não parar nesse dia nas boxes.

Mais atrás, Prost continuava a carregar rumo aos lugares da frente. Na volta 54, apanha Mansell e fica no segundo posto, após este parar para mudar de pneus. Prost faz o mesmo, para atacar a liderança do brasileiro nas voltas finais. Parecia que tal não iria acontecer, mas por esta altura, o brasileiro estava a ter problemas com os pneus, e foi ultrapassado pelo seu rival na volta 60, para três voltas depois, ter um pneu furado e desistir de seguida, devido aos estragos no eixo traseiro.

Com isto, Prost rumava à vitória, numa das corridas mais invulgares da história do automobilismo. Somente John Watson tinha feito melhor, em Long Beach, sete anos antes, partindo da 22ª posição. Atrás dele, Mansell dava o seu melhor para ficar com o segundo posto, que pertencia agora ao McLaren de Berger.

O britânico tentou tudo para o passar, e consegue na última curva da corrida. E não era uma curva qualquer: era a Peraltada, e o Mansell passava Berger... por fora. Provavelmente a melhor ultrapassagem do ano, o "brutânico" fazia mais uma das suas legendárias manobras, garantindo a dobradinha para a Casa di Maranello. Nos restantes lugares pontuáveis ficavam o Benetton-Ford de Alessandro Nannini, o Williams-Renault de Thierry Boutsen e o segundo Benetton de Nelson Piquet.

Fontes:

1 comentário:

  1. Essa prova foi ofuscada por causa do jogo da Copa do Mundo (Oitavas de Final): Alemanha Ocidental X Holanda.
    A Rede Globo exibiu os flashes da prova mexicana durante o jogo.
    Uma lástima que essa corrida não foi transmitida ao vivo no Brasil.

    Notas:

    - a 13ª posição de largada foi a "pior" na carreira de Alain Prost na Fórmula 1 e
    - com Prost na vitória e Nigel Mansell em 2º, a Ferrari obteve a 40ª dobradinha na categoria (até então).

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