sábado, 17 de julho de 2010

GP Memória - Grã-Bretanha 1960

Após Reims, a Formula 1 estava de volta com a realização do GP da Grã-Bretanha, no circuito de Silverstone. Em apenas quinze dias, muitas mudanças ocorreram no pelotão, não eram assim tão pequenas. Tony Brooks, depois de experimentar o Vanwall, voltou para a BRP e os Coopers, enquanto que a americana Scarab estava ausente devido ao facto dos seus dois motores terem explodido. Contudo, ambos os pilotos, Chuck Daigh e Lance Reventlow, iriam correr em Silverstone... partilhando um Cooper oficial. O mais rápido dos dois iria guiar na corrida, sendo que o que fez o melhor tempo fora Daigh.

Se alguns se ausentavam em Silverstone, outros ensaiavam um regresso. Era o caso da Aston Martin, que inscrevia dois DBR5 para o francês Maurice Trintignant e o britânico Roy Salvadori, tentando reverter a má história da marca na categoria máxima do automobilismo. Ao todo estavam 25 carros, dado que para além dos oficiais, estavam imensas inscrições privadas de carros que normalmente competiam em provas um pouco por toda a Grã-Bretanha. Pilotos como David Piper, no seu Lotus-Climax, Brian Naylor, no seu JBW-Maserati, Jack Fairman e Keith Greene, nos seu Cooper preparados pela Gilby, eram o exemplo desse tipo de privados.

No lado oficial, as coisas eram diferentes: a Lotus tinha aqui três carros oficiais para Innes Ireland, Jim Clark e o regressado John Surtees, que fazia uma perninha da sua temporada motociclistica, a Cooper tinha Jack Brabham, Bruce McLaren e Chuck Daigh, a Ferrari inscrevia dois carros para Phil Hill e Wolfgang von Trips, a BRM tinha três carros para Graham Hill, Dan Gurney e Jo Bonnier.

Também estavam inscritas equipas como a Scuderia Centro Sud, com os seus dois Cooper-Maseratis, para o americano Masten Gregory e o inglês Ian Burgess, enquanto que a British Racing Partnership estava com Tony Brooks, Olivier Gendebien e Henry Taylor, enquanto que o italiano Gino Munaron inscrevia o seu unico Cooper-Castelotti. Para finalizar estava o belga Lucien Bianchi, com um Cooper da inglesa Fred Truck Cars.

Na qualificação, o melhor foi o Cooper de Jack Brabham, que tinha a seu lado o BRM de Graham Hill e o segundo Cooper de Bruce McLaren. Na segunda fila estavam outro BRM, o de Jo Bonnier, seguido pelo Lotus de Ireland, enquanto que na terceira fila estavam o o BRM de Dan Gurney, o Ferrari de Von Trips e o Lotus do jovem Jim Clark. A fechar o "top ten" estavam o Cooper de Brooks e o Ferrari de Phil Hill.

A partida foi confusa: o BRM de Hill ficou parado na grelha e não muito longe, os carros de Brooks e Taylor passavam o mesmo. Os carros lá acabaram por arrancar, mas com um atraso considerável. Na frente, Brabham era o lider, seguido por McLaren, Bonnier e Ireland, mas na segunda volta, o neozelandês perdeu tempo e dois lugares. Algum tempo depois, Ireland apanha Bonnier e parte em busca de Brabham, numa disputa que viria a ser quase inutil, pois a cada passagem pela meta, o australiano era inalcançável.

Entretanto, mais atrás, Graham Hill fazia uma corrida de recuperação, tendo chegado aos pontos. No final da volta 36, já desafiava o segundo lugar de Ireland e conseguiu ficar com o lugar, passando a ser ele a perseguir Brabham. Aos poucos, ele ia apanhando o australiano, graças ao elevado ritmo que imprimia ao seu carro, e na volta 55, finalmente apanhou o australiano, ficando na liderança da corrida.

Um pouco mais atrás, John Surtees surpreendia muita gente não só ao estar nos lugares pontuáveis, como também ser capaz de apanhar os pilotos da frente. Mais ou menos na mesma altura em que Hill apanhava Brabham, Surtees, que tinha apanhado McLaren, ultrapassava Ireland e era terceiro.Hill tentava afastar-se de Brabham, mas ele sofria com os seus travões, e tinha cada vez mais dificuldade em manter o carro na pista. Na volta 72, quando chega à Curva Copse, os travões cederam e Hill acabou na berma, acabando ali a corrida.

Brabham recuperou a liderança e manteve-a até à meta, vencendo pela quarta vez na temporada, e com os 36 pontos que tinha agora, era mais do que sabido que Brabham era mais do que candidato ao bicampeonato. John Surtees manteve a surpresa até ao fim e foi segundo classificado, mostrando ter capacidade para guiar em quatro rodas tão bom como fazia com as duas. Innes Ireland completou o pódio, enquanto que Bruce McLaren, Tony Brooks e Wolfgang Von Trips ficaram com os restentes lugares pontuáveis.

No final, acabaram 16 pilotos. Maurice Trintignant acabara-a na 11ª posição, a bordo do seu Aston Martin, enquanto que Roy Salvadori desistira. Iria ser a última vez que a marca iria participar numa corrida de Formula 1.

Fontes:

http://www.grandprix.com/gpe/rr091.html
http://en.wikipedia.org/wiki/1960_British_Grand_Prix

Sem comentários:

Enviar um comentário

Comentem à vontade, mas gostava que se identificassem, porque apago os anónimos, por bem intencionados que estejam...