domingo, 1 de agosto de 2010

GP Memória - Alemanha 1965

A Formula 1 chegava à Alemanha, palco da sétima prova do campeonato, com a certeza de que Jim Clark era o campeão, pois nas seis corridas que até agora tinha feito, vencera cinco e o avanço que tinha era quase inalcançável. Contudo, para ser campeão do Mundo, tinha de imperiosamente ganhar na Alemanha, pois no sistema de pontuação vigente na altura, contavam os seus melhores resultados, e Clark queria o máximo: 54 pontos, seis vitórias.

Em termos de inscrições, a grande novidade era a inscrição de um terceiro Lotus para o local Gerhard Mitter, um especialista no circuito, e que iria alinhar ao lado de Jim Clark e Mike Spence. Jack Brabham estava de volta à sua equipa, inscrevendo um terceiro carro para dele, já que continuava com os outros dois pilotos, Dennis Hulme e Dan Gurney. Por outro lado, a Honda, que estava cada vez mais competitiva, decidiu ausentar-se para poder preparar melhor o seu carro para as corridas finais da temporada, promentendo voltar na corrida seguinte, em Monza.

E em termos de inscrições privadas, para além de Jo Bonnier e Jo Siffert na Rob Walker Racing e as inscrições privadas de Frank Gardner e Paul Hawkins, a grande novidade era na Scuderia Centro-Sud, que colocava o italiano Roberto Businello ao lado do americano Masten Gregory. Em contraste, Bob Anderson primava pela ausência no circuito alemão.

No enorme circuito de Nurburgring Nordschleife, com mais de 22 quilómetros de extensão, Clark dava o melhor para conseguir a "pole-position", dando mais de três segundos ao segundo classificado, o BRM do jovem escocês Jackie Stewart, mas os dois iam partilhar a primeira fila com outro BRM, o de Graham Hill. Na segunda fila estavam o Ferrari de John Surtees e o Brabham de Dan Gurney, enquanto que na terceira estavam o segundo Lotus de Mike Spence, o Ferrari de Lorenzo Bandini e o Cooper-Climax de Jochen Rindt. A fechar os dez primeiros na grelha estavam o Brabham-Climax de Jo Bonnier e o Cooper-Climax de Bruce McLaren.

Dos 21 carros inscritos, a organização só deixou entrar 19, logo, dois carros ficariam de fora. E a fava caiu a Roberto Businello e Ian Raby, no seu Brabham-Climax privado.

Na partida, Clark ficou com a liderança, seguido de Hill, que conseguira passar Stewart. Os BRM cendo tentaram acompanhar o ritmo diabolico de Clark, mas tiveram muitas dificuldades. Na segunda volta, o escocês Stewart despistou-se na Wipperman e danificou a suspensão de tal forma que se viu obrigado a abandonar. Quem herdou o lugar foi o americano Dan Gurney, e até ao final, este seria o pódio da corrida.

A partir daqui foi a luta pelo quarto lugar que animou as hostes, com os Coopers de Rindt e McLaren, o Lotus de Spence e o Brabham de Hulme a envolverem-se no assunto, mais aos poucos, os pilotos desistiam: o neozelandês da Brabham na volta cinco, com uma fuga de combustivel, o da Cooper na volta sete, com problemas na caixa de velocidades e o inglês da Lotus com a transmissão partida, na volta oito. Assim, quem herdou o lugar foi Rindt, no seu Cooper, que conseguia assim os seus primeiros pontos na carreira. Jack Brabham e Lorenzo Bandini conseguiam ficar com os restantes lugares pontuáveis.

Quando Jim Clark cruzou a meta no primeiro lugar, conseguia o objectivo perfeito: vencer todas as seis provas que participou e alcançar os 54 pontos, necessários para ser coroado campeão do Mundo. A três provas do final do campeonato, era já campeão do mundo, algo que nunca tinha acontecido tão cedo na historia da Formula 1. E agora, a três provas do final do campeonato e da era dos 1.5 litros, a luta iria ficar mais aberta.

Fontes:

http://en.wikipedia.org/wiki/1965_German_Grand_Prix
http://www.grandprix.com/gpe/rr138.html

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