segunda-feira, 2 de agosto de 2010

GP Memória - Alemanha 1970

Inicialmente, o GP da Alemanha iria acontecer no circuito de Nurburgring, como sempre, mas
desta vez o Grand Prix Drivers Association fez finca-pé, ameaçando boicotar a corrida alemã, caso esta se realizasse nos 22 quilómetros do temido Nordschleife, baptizado de “Inferno Verde” por Jackie Stewart. Os pilotos queriam que Nurburgring tivesse barreiras de protecção à volta do circuito, mas como estes não iriam ser colocados a tempo, e para evitar o boicote, os organizadores moveram a prova para o veloz circuito de Hockenheim, situado perto da cidade Mannheim, no centro do pais.

A escolha não era por acaso: depois da morte de Jim Clark, dois anos antes, os proprietários da pista tinham colocado várias barreiras de protecção à volta do circuito com quase seis quilómetros, e que era todo embutido na floresta, com a excepção de uma zona com bancadas, o Stadion, com bancadas para mais de 200 mil espectadores, o ideal para organizadores. Essencialmente era um circuito onde se acelerava constantemente, à excepção de duas chicanes e de uma zona sinuosa, com bancadas à volta, chamada Stadion.

No pelotão, Dan Gurney decidira não mais voltar a competir na Formula 1 e a McLaren arranjou um substituto na forma do britânico Peter Gethin, que iria correr ao lado de Dennis Hulme e de Andrea de Adamich, no McLaren-Alfa Romeo. Iria haver mais um March, inscrito pelo local Hubert Hahne, o que elevava o mumero de chassis para sete, com os dois oficiais para Chris Amon e Jo Siffert, os dois da Tyrrell para Jackie Stewart e Francois Cevért, e os dois privados para o sueco Ronnie Peterson e o americano Mário Andretti. Sílvio Moser estava de volta no seu Bellasi e a organização decidira que apenas iria deixar participar 21 dos 25 pilotos inscritos na corrida alemã.

Na qualificação, o melhor foi o Ferrari de Jackie Ickx, que tinha a seu lado o Lótus de Jochen Rindt e o outro Ferrari de Clay Regazzoni. Na segunda fila estavam o March de Jo Siffert e o Matra de Henri Pescarolo, enquanto que na terceira ficavam os March de Chris Amon e Jackie Stewart, acompanhados pelo BRM de Pedro Rodriguez, e a fechar o “top ten” estavam o March de Mário Andretti e o Lótus de John Miles.

Quatro pilotos ficariam de fora da corrida, tal como se previa. O De Tomaso de Brian Redman, o McLaren-Alfa Romeo de Andrea de Adamich, o March-Ford de Hubert Hahne e o Bellasi de Silvio Moser iria ver a corrida da bancada.

A 2 de Agosto de 1970, o circuito estava cheio para ver os carros cumprirem as 50 voltas à pista. E os pilotos fizeram por valer o bilhete. Na partida, Ickx lçarga melhor do que Rindt e fica com o primeiro lugar. Atrás destes dois estão o March de Siffert, o segundo Ferrari de Regazzoni e o segundo March de Amon.

A corrida é uma demonstração de potência, e nenhum deles não desiste da liderança. Ickx e Rindt dão o seu melhor para se baterem, enquanto que mais atrás, Jack Brabham desistia com uma fuga de óleo. A partir da volta 25, Siffert atrasa-se, devido a problemas de motor, e a mesma coisa acontece a Regazzoni, que desiste na volta 31. A luta passava a ser agora a dois, e as coisas estavam quentes, pois nenhum destes dois pilotos se largava um do outro.

Contudo, o momento decisivo aconteceu na volta 45, quando Rindt passa Ickx antes da primeira chicane, em potência, e consegue ficar com a liderança. Ickx tenta reagir e nas quatro voltas seguintes, o belga tenta obter potência suficiente para dar troco à ultrapassagem do austriaco, mas nada feito.

No final, um exultante Colin Chapman festeja a vitória de Jochen Rindt, a quarta consecutiva do piloto austriaco, com Ickx atrás dele a menos de um segundo. O neozelandês Dennis Hulme completava o pódio, mas a mais de 80 segundos destes dois pilotos. No quarto lugar ficava Emerson Fittipaldi, num velho Lotus 49, que dava ao Brasil os seus primeiros pontos desde 1956. A fechar os lugares pontuáveis ficavam o Brabham de Rolf Stommelen e o Matra de Henri Pescarolo.

Com este resultado, Rindt tinha agora 45 pontos, mais vinte que Jack Brabham e mais 25 que Dennis Hulme. A cinco corridas do fim, era uma questão de gestão, pois o piloto austriaco da Lotus era o virtual campeão, e toda a gente o sabia.

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