Depois da primeira experiência no ano anterior, quando acolheu o GP da Europa, naquela temporada, o GP da Alemanha passou a ser disputado no novo Nurburgring, uma pista que muitos não acolherem muito bem, devido ás escapatórias demasiado grandes, que para eles a faziam uma pista pouco desafiadora para o nome que carregava, especialmente da sua "irmã" maior.
Mas no meio do pelotão aconteciam mudanças grandes. Começando pela Osella, onde o italiano Piercarlo Ghinzani saira da equipa para dar lugar ao holandês Huub Rothengarter, devido à necessidade da equipa arranjar dinheiro para preencher o seu orçamento. Mas o piloto italiano poderia não ficar apeado por muito tempo, pois falava-se que a Toleman poderia inscrever um segundo carro, graças ao dinheiro da Benetton. Entretanto, na Tyrrell, o alemão Stefan Bellof iria usar o motor Renault Turbo, algo que Martin Brundle tinha usado nas duas corridas anteriores, pois o britânico ficava agora com o motor Cosworth aspirado. Ainda não era desta que o velho motor se reformava...
A Renault apresentava novidades em Nurburgring, pois inscrevia um terceiro carro para Francois Hesnault, que testava a tecnologia das câmeras televisivas a bordo, algo que a equipa tinha feito alguns meses antes, com outro carro inscrito pelo francês Philippe Streiff. Hesnault, que tinha saído da Brabham uns meses antes para ser substituido pelo suiço Marc Surer, foi conduzi-lo por obrigação contratual, pois a sua vontade em competir tinha se desvanecido, especialmente após um acidente muito feio em Paul Ricard. E também iria ser pela última vez que três carros estariam a correr numa prova de Formula 1.
Apesar de muitos esperarem um duelo entre Lotus, Ferrari, Williams e McLaren, a grande surpresa desse fim de semana foi a pole-position de Teo Fabi, a bordo do seu Toleman-Hart. Era a primeira da marca e do piloto, que aproveitou bem as condições da pista, pois fizera o tempo na sexta-feira, e no Sábado chovera na hora da qualificação. Tinha marcado um tempo... 1,2 segundos mais veloz do que o piloto que estava a seu lado, o Ferrari de Stefan Johansson.
Alain Prost conseguira o terceiro melhor tempo, a bordo do seu McLaren-TAG Porsche, à frente do Williams-Honda de Keke Rosberg, que por sua vez estava à frente do "rei das Pole-Positions de 1985", o brasileiro Ayrton Senna, que aqui não conseguia mais do que o quinto tempo. Ao seu lado na terceira fila da grelha estava o seu compatriota Nelson Piquet, no seu Brabham-BMW Turbo. Elio de Angelis é sétimo, no segundo Lotus-Renault, com Michele Alboreto no oitavo posto, e a fechar o "top ten" estavam o Alfa Romeo de Riccardo Patrese e o segundo Williams-Honda de Nigel Mansell.
O dia da partida apresentava céu nublado, e a chuva tinha feito a sua aparição algum tempo antes, mas na hora da partida, o asfalto estava seco. Quando os carros largaram, Fabi e Johansson fizeram más partidas, e quem as aproveitou foram Rosberg e Senna, que ficaram com os dois primeiros lugares. Logo atrás, Alboreto, que era quarto e tentava não perder de vista os da frente, tocou no seu companheiro, furando um dos seus pneus e obrigando Johansson a uma passagem permatura pela boxe.
Senna manteve a liderança na primeira volta, mas depois Rosberg aplicou o poder do seu motor Honda para o passar, com Alboreto em terceiro, De Angelis em quarto e Prost no quinto lugar. Algum tempo depois, Senna voltou a ultrapassá-lo, mas na volta 27 o brasileiro desiste com problemas na sua transmissão. Assim, Rosberg assumiu a liderança, mas pressionado por Alboreto e De Angelis, que pouco depois também desistia quando o seu motor Renault explodiu.
Nas voltas seguintes, Alboreto aproximava-se de Rosberg, que lutava contra a pouca eficácia dos seus travões mas ao mesmo tempo estava a ser pressionado pelo McLaren de Prost, que tentava todos os meios para o passar. Na volta 45, quando se aproximavam da chicane antes da meta, Rosberg cometeu um erro e Alboreto aproveitou para fazer uma "ultrapassagem musculada" sobre o finlandês, para ficar com a liderança. Prost aproveitou logo a seguir, e num instante, Rosberg era terceiro.
Pouco depois, Rosberg desiste e quem herda o terceiro posto é o veterano Jacques Laffite, que no seu Ligier-Renault faz uma corrida sem história, mas que aproveita as desistências dos outros. Nigel Mansell era quarto, mas nas voltas finais começa a ter problemas no seu Turbo e perde lugares, primeiro para o Arrows de Thierry Boutsen e depois para o McLaren de Niki Lauda. No final fica com o último lugar pontuável.
Fontes:
http://www.grandprix.com/gpe/rr413.html
http://en.wikipedia.org/wiki/1985_German_Grand_Prix
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Comentem à vontade, mas gostava que se identificassem, porque apago os anónimos, por bem intencionados que estejam...