quinta-feira, 26 de agosto de 2010

GP Memória - Belgica 1990

Depois de duas semanas de ausência, a Formula 1 regressava a acção no circuito belga de Spa-Francochamps. E a grande novidade era que a Onyx abandonara a competição depois das várias dificuldades que tinha passado ao longo da temporada, primeiro com a entrada da suiça Monteverdi, e depois com a sua saída, após o GP da Hungria. Sem a Onyx, isso significava que a Ligier já não tinha de passar pelo inferno das pré-qualificações, e dava mais chances às equipas que estavam no final do pelotão, como a AGS, Coloni, Eurobrun e Osella, já que a Life, mesmo a correr, tinha cara de desespero.

Assim sendo, ao carro de Bruno Giacomelli, acompanharam-no na pré-qualificação os Eurobrun de Roberto Moreno e Claudio Langes. Na qualificação propriamente dita, Ayrton Senna conseguiu puxar pelo seu motor Honda nas longas retas belgas para alcançar a "pole-position", tendo a seu lado o seu companheiro Gerhard Berger. Alain Prost era o terceiro, seguido pelo herói local, Thierry Boutsen. Na terceira fila estava o segundo Ferrari de Nigel Mansell e o Benetton de Alessandro Nannini. Riccardo Patrese, no segundo Williams, era o sétimo a partir, à frente do brasileiro Nelson Piquet. A fechar o "top ten" estavam os Tyrrell de Jean Alesi e de Satoru Nakajima.

Como seriam de esperar, os AGS de Yannick Dalmas e Gabriele Tarquini, o Coloni de Bertrand Gachot e o Ligier de Philippe Alliot não conseguiram a qualificação.

Entretanto, durante o fim de semana da corrida, Nigel Mansell tinha dado sinais à imprensa inglesa de que poderia voltar atrás na decisão de abandonar a competição, anunciada mês e meio antes, em Silverstone. Logo, os rumores voaram sobre a equipa onde poderia correr na temporada de 1991, e o regresso à Williams era uma das mais fortes.

Na partida, Senna aguenta a carga de Berger e mantêm a liderança, mas mais atrás havia confusão: o Larrousse de Aguri Suzuki bate no Benetton de Piquet, que por sua vez bate no Ferrari de Mansell, que fica parado e bloqueia a pista. Mais atrás, os dois Lotus, o de Mark Donnelly e de Derek Warwick, colidem, bloqueando a pista e obrigando os comissários a mostrarem a bandeira vermelha, interrompendo a corrida. Mas não sem antes, o Tyrrell de Nakajima bater no Brabham de Stefano Modena e o japonês acabar na berma.

No recomeço, havia menos dois carros na grelha: o Lotus de Donnelly e o Larrousse de Suzuki. Senna larga de novo bem, enquanto que Boutsen tem um excelente arranque e fica em segundo lugar, mas isso é tudo inutil, pois na Eau Rouge, o Minardi de Paolo Barilla despista-se e desintegra o seu carro, com ele a sair ileso do acidente. Mas os bocados estão espalhados na pista, o que obriga a novas bandeiras vermelhas.

Agora sem Barilla, mas com Donnelly a alinhar, uma terceira largada acontece com Senna mais uma vez a ficar com o comando, seguido de Berger, Prost, Boutsen, Patrese e Nannini. Mansell era oitavo, mas cedo ficou com problemas de direcção, que o fizeram cair na classificação até abandonar na 19ª volta. Por essa altura, Patrese também abandona, com uma caixa de velocidades partida.

Por esta altura, Prost era segundo e tentava apanhar Senna, enquanto que Berger tinha parado para colcoar pneus novos, sendo ultrapassado por Boutsen. Mas na volta 21, a treansmissão do seu Williams falha e abandona a sua corrida caseira. Logo depois, Senna e Prost param para trocar de pneus, e o italiano da Benetton, que não iria parar, estava em cima do brasileiro, mas com pneus novos, foi embora. Pouco depois, Prost também o passa.

Assim, o italiano era terceiro, pressionado por Berger. A luta foi intensa e até teve toques, mas na volta 43, com os pneus desgastados, o italiano perde o controlo do seu carro no Radillon, mas consegue segurar o carro. Contudo, é superado por Berger, que fica com o último lugar do pódio.

Na meta, Senna era o vencedor, alargando a sua vantagem sobre Prost para treze pontos (63 contra 50). Com Berger em terceiro e Nannini em quarto, os restantes lugares pontuáveis foram para pilotos brasileiros: o Benetton de Nelson Piquet e o Leyton House de Mauricio Gugelmin.

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