No mesmo dia em que Nick Heidfeld começou a fazer no circuito italiano de Mugello os testes da Pirelli para a temporada de 2011, num chassis Toyota TF109, e quando se sabe que o anuncio da 13ª equipa para pode acontecer a qualquer momento, Peter Windsor, o homem que deu cara, em conjunto com Ken Anderson, pelo falhado projecto da USF1, quebra o silêncio para justificar o fracasso da mais recente aventura americana. Numa entrevista à revista GP Week, Windsor afirmou que existiu a hipótese de comprar chassis da Toyota, mas que não a fizeram porque "na realidade, isso não seria a USF1".
"Desenhar e construir o monolugar fazia parte integrante do projeto da USF1. Muitas pessoas dizem, olhando para trás 'vocês deveriam ter feito o acordo com a Toyota ou o acordo com este ou aquele'. A realidade é que isso não seria a USF1. Em retrospetiva, sim, teria sido melhor do que não fazer nada. Um dos problemas que havia é que não era apenas o chassis que estava na oferta. O motor da Toyota também fazia parte do pacote. E, naquele momento, nós estávamos sob contrato com a Cosworth", declarou Windsor, em declarações captadas pela portuguesa Autosport.
Questionado sobre o momento em que se aprecebeu que o carro não estaria presente no Bahrein, Windsor afirmou que só foi no último momento: "Nunca houve um momento em que eu não pensasse que isso acontecesse até que aconteceu. Aprendi na vida que se deve sempre lutar e dar o máximo. Dentro das nossas possibilidades, fazemos sempre o nosso máximo para que tudo aconteça. A maior parte das pessoas que eu conheço no automobilismo são assim: nunca desistem até que tudo esteja acabado".
"Como disse, nunca sequer contemplámos essa hipótese [de comprar o chassis externamente]. A primeira vez que o Ken Andersson falou comigo acerca da ideia da USF1 foi logo após a desistência do David Richards [Prodrive] de aceitar a vaga de 12ª equipa. O David rejeitou [a vaga], penso, porque queria que a McLaren construísse os seus carros. A origem da nossa equipa era, portanto, 180 graus oposta - tínhamos de construir o nosso próprio carro. Tornou-se claro, após os problemas do David, que este era o futuro da Formula 1: cada equipa teria de projetar e construir o seu próprio carro. Esse era, portanto, o nosso objetivo desde o primeiro dia, também com a ideia de que queríamos fazer com a nossa tecnologia algo que pudéssemos tornar popular e vender. Algo único e divertido", acrescentou.
Quando lhe perguntaram acerca da hipótese de voltar a integrar uma nova equipa, Peter Windsor é claro: "Se fosse a conjuntura certa - o grupo de pessoas adequadas e o momento certo - de certeza que sim. Por tudo isso, fiquei muito admirado com a decisão tomada pelo Nicolas Todt [ART]. De todas as pessoas que conheço, ele está em posição perfeita para iniciar uma equipa de Formula 1. Se não o faz é porque pensa que a Formula 1 ainda tem um longo caminho a percorrer - e se há alguém capaz de julgar isso é o Nicolas. Não se esqueçam que colocámos de pé a USF1 na fase pré-recessão, pré-teto orçamental e antes da divisão FIA-FOTA. Agora, o mundo está muito diferente. Agora, até as equipas do meio da tabela têm dificuldades em encontrar apoios, quanto mais as novas equipas", concluiu.
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