Não foi uma corrida de encher o olho, mas no final vai passar para a história por dois motivos: foi um fim de semana perfeito para Fernando Alonso, conseguindo vencer no seu fim de semana pela Scuderia, e vimos Sebastien Vettel a parar na última volta da corrida, levando os seus pneus ao limite, o que foi interessante. E com o abandono de Lewis Hamilton, quando faltam cinco corridas para o final do campeonato, a luta pelo título continua a ser a cinco, mas com menos de 25 pontos a separar toda esta gente. E Mark Webber volta à liderança.
Apesar de a Ferrari ter dado tudo por tudo na partida, Jenson Button levou a melhor e ficou com a liderança, com os Ferrari em luta a bloquearem Lewis Hamilton, que pouco depois batia e abandonava a corrida. Com apenas três candidatos à vitória, pois a Red Bull este fim de semana iria ter uma corrida mais dificil do que o habitual, iria ser Button contra os Ferrari que jogando em casa, tinham tudo para darem certo.
O piloto da McLaren bem tentou afastar-se, mas nunca conseguiu distanciar-se mais do que um segundo. Não é nada de novo, pois num circuito de alta velocidade, onde a aerodinâmica conta pouco e os motores são iguais, o aborrecimento instala-se. E o trabalho de boxes aqui se torna num facto decisivo, tal como era no tempo dos reabastecimentos. E como a Ferrari tem fama de optimos trabalhos nas boxes... conseguiram o que queriam.
Mais atrás, Sebastien Vettel teve problemas na sua gestão eletronica do seu motor, mas foram resolvidos. Nesse periodo de tempo, Mark Webber, seu companheiro de equipa, o ultrapassou, pois o seu ritmo o atrapalhava. Vozes maldosas cedo disseram que aquilo era uma ordem de equipa encapotada. Até parece que essas vozes maldosas fossem ums sabichões na arte da mecânica e da eletrónica de motores. Se o são, o que estavam a fazer à frente da TV em vez de estarem nas boxes de Monza?
Mas depois disso, os olhos voltaram-se a Sebastien Vettel para ver se ele parava ou não nas boxes. À medida que as voltas finais se escorriam, e todos paravam para fazer a obrigatória mudança do jogo de pneus, o alemão mais novo ficava na pista, tentando chegar o mais longe possivel. A duas voltas do fim, por fim, colocou o jogo de pneus. Isso demonstra que se isto não fosse obrigatório, Vettel e muitos mais talvez fariam a corrida com o mesmo jogo de pneus, não acham?
No final, Fernando Alonso conseguia aquilo que mais sonhava desde que colocou os pés na Ferrari: vencer em Monza. Nos seus sonhos de grandeza, provavelmente muitos deles teriam como cenário o dia de hoje: vencer na Catedral, com os "tiffosi" aos seus pés a celebrá-lo, com Stefano Domenicalli e talvez Luca de Montezemolo a aplaudi-lo e a dar palmadinhas nas costas. Com mais um pormenor que tem de ser dito: é que estava o presidente do Grupo Santander, o patrocinador da Ferrari. Num GP do Santander, e com um troféu do Santander, não poderia ter uma melhor publicidade do que esta.
E agora, a Formula 1 sai da Europa para voltar em Abril de 2011, em termos competitivos. A longa viagem para paragens asiáticas e americanas, para exportar um desporto caro para países exóticos e com ares de novos ricos, os unicos que são capazes de pagar a entrada cara que Bernie Ecclestone exige (Japão e Brasil são as unicas excepções) faz com que nós, europeus, começemos a acordar cedo para os ver correr. E nas Américas, a deitar tarde - ou a não dormir - para ver competir os seus idolos.
De facto, é preciso não ter muito juizo para ver estas corridas... e em 2010, temos cinco boas razões para tal.
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