segunda-feira, 20 de setembro de 2010

GP Memória - Canadá 1970

Quando máquinas e pilotos chegam a Mont-Tremblant, um circuito na provincia canadiana do Quebec, Jochen Rindt estava morto há duas semanas e a Lotus primava-se pela ausência na primeira das três corridas no continente americano. Vendo as coisas desta forma, a Ferrari tinha uma grande chance, muito dificil de alcançar, mas possivel no papel: o belga Jacky Ickx tinha de ganhar todas as três corridas para que pudesse alcançar o austriaco e conquistar o título com apenas um ponto de diferença.

Sem a Lotus oficiais (Graham Hill estava presente com o chassis 72 inscrito pela Rob Walker Racing) e com a Ferrari no auge da potência, iria surgir outra equipa no horizonte. Ken Tyrrell e Jackie Stewart tinham planeado ao longo da temporada de 1970, em conjunto com o projectista Derek Gardner, um chassis próprio com base no March 701. O Tyrrell 001 estava pronto em Setembro, mas Ken hesitava colocar no terreno, apesar dos pedidos de Stewart. A decisão final aconteceu numa partida de golfe: o vencedor da partida colocaria o seu chassis em Mont-Tremblant, e Stewart venceu o seu patrão por apenas uma pancada.

Não havia entradas novas na lista de inscritos. A Ferrari tinha Ickx e Clay Regazzoni, a BRM tinha Pedro Rodriguez, Jackie Oliver e George Eaton, Jack Brabham estava presente com a sua equipa, juntamento com o alemão Rolf Stommelen, a Matra tinha Henri Pescarolo e Jean-Pierre Beltoise, a McLaren tinha Peter Gethin, Dennis Hulme e Andrea de Adamich, este último com o motor Alfa Romeo, e a Merch tinha Jo Siffert e Chris Amon a nivel oficial, e os privados guiados por Francois Cevért e Ronnie Peterson. Para além do Lotus de Hill, Tim Schencken estava presente com o De Tomaso inscrito por Frank Williams, enquanto que John Surtees tinha trazido a sua própria criação.

Nos treinos, Stewart mostrou que o chassis Tyrrell tinha nascido bem e fez a pole-position, seguido pelo Ferrari de Ickx. Regazzoni foi o terceiro, com o March de Cevért no quarto posto, à frente do carro de Surtees. Amon é sexto, à frente do BRM de Pedro Rodriguez, enquanto que Pescarolo é o melhor dos Matra, no oitavo posto da grelha. A fechar o "top ten" estão os BRM de Eaton e Oliver.

Na partida, Stewart manteve o primeiro lugar, à frente de Ickx, Rodriguez, Surtees, Cevért e Regazzoni. à medida que as voltas avançavam, Stewart construia uma sólida vantagem sobre o Ferrari do belga, e parecia que o escocês poderia dar à Tyrrell a sua primeira vitória no seu próprio chassis. Mas na 32ª volta, o eixo traseiro avaria-se e a corrida de Stewart acaba ali. Ickx herda a liderança, algo que não vai largar até ao final da corrida.

Mais atrás, Regazzoni tinha conseguido passar Rodriguez e Cevért para ficar com o segundo posto, e começar a distanciar-se dos demais, começando a fazer uma corrida a seu bel-prazer, algo que o seu companheiro já fazia desde então. Entretanto, Surtees teve de ir às boxes para resolver um problema de motor, que tinha provocado um principio de incêndio, mas tinha regressado à corrida. Mais atrás, Cevért estava calmamente nos pontos até que um problema no eixo traseiro o fez parar nas boxes e o fez perder muito tempo. No final, terminou no oitavo lugar, a cinco voltas do vencedor.

A corrida tinha sido extenuante, e no final das oitenta voltas a Mont-Tramblant, Ickx e Regazzoni davam uma dobradinha à Ferrari. Chris Amon, no seu March, fechava o pódio e nos restantes lugares pontuáveis ficavam o BRM de Rodriguez, o carro de Surtees, que conseguia aqui os seus primeiros pontos como construtor, e o McLaren de Gethin. No final, Ickx conseguira vencer na primeira de três etapas. Agora, tudo dependia do que iria acontecer nas corridas de Watkins Glen e Cidade do México, onde a Lotus iria voltar para garantir os pontos que faltavam para ambos os títulos em jogo.

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