terça-feira, 28 de setembro de 2010

GP Memória - Canadá 1980

Quando a Formula 1 chegou à ilha de Notre-Dâme, á frente da cidade de Montreal e palco da corrida local, a disputa pelo título estava ao rubro entre o Williams de Alan Jones e o Brabham de Nelson Piquet. Ambos estavam separados por um ponto, com vantagem para o australiano, mas Piquet era o um homem em alta, pois vinha de duas vitórias consecutivas, na Holanda e em Itália.

Após duas semanas de ausência, o pelotão tinha algumas caras novas. Para começar, a Alfa Romeo decidira dar uma chance a um jovem piloto italiano, que tinha fama de veloz na Formula 2 a bordo dos carros da Project Four, de um tal Ron Dennis, que por essa altura já tinha olhos sobre a McLaren, graças ao apoio da Marlboro. O nome do rapaz -que substituia o veterano Vittorio Brambilla - era Andrea de Cesaris.

Enquanto que a Lotus decidira não correr com o seu terceiro carro nas duas últimas corridas do ano, mas prometera ao seu piloto, Nigel Mansell, que lhe iria dar um lugar na temporada de 1981, a Tyrrell fazia o contrário, inscrevendo um terceiro carro para um jovem neozelandês de 19 anos, chamado Mike Thackwell, que tinha anteriormente experimentado um Arrows de Formula 1 no GP da Holanda.

Na Arrows, Jochen Mass estava de volta e mostrou-se suficientemente bom para correr no fim de semana, embora tivesse de prevenção o jovem britânico Derek Warwick, piloto da Formula 2 naquele ano ao serviço da Toleman, que por esta altura preparava a sua entrada na Formula 1, prevista para 1981. A Ensign reduzira a sua equipa para um carro, fazendo com que o britãnico Geoff Lees fiocasse sem voltante e para finalizar, a RAM inscrevia dois Williams FW07 para o americano Kevin Cogan e o britânico Rupert Keegan.

Na qualificação, Piquet levou a melhor sobre Jones, fazendo a pole-position, com o australiano atrás de si. Na segunda fila estavam o Ligier de Didier Pironi e o Alfa Romeo de Bruno Giacomelli, enquanto que na terceira fila estavam o segundo Williams de Carlos Reutemann e o Fittipaldi-Cosworth de Keke Rosberg. John Watson era o sétimo a partir, à frente do "rookie" italiano De Cesaris, no segundo Alfa Romeo. A fechar o top tem ficaram o segundo Ligier de Jacques Laffite e o segundo Brabham do mexicano Hector Rebaque.

Nos quatro pilotos não-qualificados, a grande surpresa: o sul-africano Jody Scheckter não conseguira lugar na grelha. A má performance dos pneus Michelin na pista canadiana, bem como o mau carro que a equipa tinha naquele ano, combinado com a decisão de Scheckter de abandonar a Formula 1 no final daquele ano, resultou em algo raro na história da Ferrari: uma não-qualificação. Os restantes três pilotos que acompanharam o sul-africano foram o ATS-Cosworth de Marc Surer e os RAM de Kogan e Keegan.

No dia da corrida, todos estavam a olhar para os dois candidatos ao título. E no momento da largada, os dois partiram lado a lado, sem que cedessem. Na chegada à curva, tocam-se e a carambola é inevitável. Jones continuou, mas oito carros estavam fora de jogo e os comissários não tiveram outra hipótese que mostrar a bandeira vermelha, pois os carros bloqueavam a pista.

Assim, Piquet, Emerson Fittipaldi (Fittipaldi), Gilles Villeneuve (Ferrari), Mario Andretti (Lotus), Jochen Mass (Arrows) e Jean-Pierre Jarier (Tyrrell) iriam recomeçar nos seus carros de reserva. Esta carambola foi mau de todo para a Tyrrell, porque dois dos seus pilotos, o irlandês Derek Daly e o neozelandês Mike Thackwell, não puderam alinhar para o resto da corrida, porque os seus carros estavam irreparáveis.

Na segunda partida, Jones largou melhor, mas Pironi antecipou-se a Piquet e ficou com o segundo lugar. Mas veio-se a descobrir que ele tinha antecipado a partida e foi depois penalizado em um minuto. Após estes três seguiam-se Giacomelli, Watson e Reutemann, mas na volta sete, o italiano da Alfa Romeo despistou-se e o piloto da McLaren subiu para a quarta posição.

Piquet estava nesta altura mais rápido do que Jones e Pironi e cedo ultrapassou os dois. Parecia que isto iria acaber bem, mas na volta 24, o motor Cosworth explodiu e encostou à berma. Restava torcer para que Jones tivesse o mesmo destino para que mantivesse as hipóteses de um título, pois caso contrário, ele seria campeão.

Na volta 26, o Renault de Jean-Pierre Jabouille perde o controle do seu carro devido a uma quebra de suspensão e bate forte no muro de pneus. A sua perna esquerda fica partida em sete sitios e os socorristas tiveram de cortar o seu chassis para o conseguir tirar dali e levá-lo para o hospital. A sua temporada estava terminada. Mais atrás, Pironi apanhava Jones e o ultrapassava, enquanto que os McLaren faziam uma grande corrida, com Watson a ser acossado pelo seu companheiro Alain Prost pelo terceiro posto. Mas na volta 41, a suspensão do francês cede e a sua corrida acaba ali.

Nas voltas finais, Jones, avisado de que Pironi tinha sido penalizado, deixa-o passar e tem apenas de controlar o seu andamento para terminar a corrida no primeiro posto. quando aconteceu, era um dia que Frank Williams sonhara desde há mais de dez anos: uma dobradinha da sua equipa, um piloto campeão do mundo e os seus carros a alcançarem o título de construtores. Jones ficava à frente de Reutemnann, que aproveitou o despiste da Watson para chegar ao terceiro posto, que dpeois se tornou em segundo. Nos restantes lugares pontuáveis ficaram o McLaren de Watson, o Ferrari de Villeneuve e o Brabham de Rebaque.

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