A última vez que vimos isto foi em 2004, e a razão foi um tufão que passou pela zona no fim de semana do Grande Prémio. Este ano não houve tufão, apenas o normal tempo de um Outono tipicamente japonês. E no Sábado, como já referi, passavam ribeiros nos vários pontos do circuito e os mecânicos e pilotos não fizeram mais nada do que dar umas voltas para ver as condições de pista, enquanto que os mecânicos se divertiam fazendo barquinhos, pois a inclinação da pista serve para isso.
Esta manhã, o tempo não poderia ser tão contrastante: sol e um céu azul lindo de morrer, no Outono japonês. O boletim meteorológico deu uma volta de 180 graus e todos estavam prontos para entrar na pista, apesar de em alguns sitios, esta demorar a secar devido ao cedo da hora.
Depois do primeiro Q1 sem grandes novidades, talvez tirando o facto de Lucas di Grassi ter ficado à frente de Timo Glock, e dos Lotus terem ficado na frente da Virgin e da Hispania, a Q2 teve motivos de interesse. Primeiro, com os Ferrari a entrarem cedo no sentido de tentar colocar os dois carros no Q3. Lá tentaram tudo, incluindo pneus mais moles, mas no final, para além dos suspeitos do costume, houve algumas surpresas.
A primeira foi a de Felipe Massa, que parecia poder passar para a Q3, mas não conseguiu mais do que o 12º tempo, atrás de Nick Heidfeld, por exemplo. Depois queixou-se do transito que apanhou na sua volta mais rápida, mas eu estou convencido que o brasileiro não está mais motivado para correr, ou pior... pode não estar disposto a colaborar com a Ferrari para ajudar o "Principe das Asturias"... Kamui Kobayashi tinha tudo para entrar na Q3, mas atrapalhou-se na parte final da sua volta rápida e não conseguiu o tempo que queria. E quem beneficiou disto tudo foi Michael Schumacher, que quase nos momentos finais alcançou o décimo tempo da grelha.
Na Q3, Lewis Hamilton deu o seu melhos para conseguir uma posição o mais à frente possivel, mas pouco conseguiu do que incomodar os Red Bull, tal como Fernando Alonso, que deu o seu melhor, mas desta vez não conseguiu surpreender, porque em terreno japonês... mandaram os touros vermelhos. Sebastien Vettel esteve irreprensível e conseguiu um tempo quase inalcançável em relação à concorrência, demonstrando que vem para aí com objectivo de ganhar no fim de semana. Com Mark Webber em segundo, a primeira fila da Red Bull tornou-se num facto previsivel desde o primeiro momento.
Contudo, apesar dessa previsibilidade, foi uma qualificação que valeu a pena ver. Lewis Hamilton tentou ficar o mais à frente possivel, para jogar com a penalização. O terceiro tempo final valeu-lhe o oitavo tempo na grelha, ficando atrás dos restantes candidatos, mas espera-se que com a sua tradicional agressividade, ela acabe na bandeira de xadrez e não nos primeiros metros.
Quanto a Fernando Alonso, partirá do quarto lugar, atrás do Renault do Robert Kubica, uma meia-surpresa pelo facto de ter andado tão bem na pista japonesa. Atrás ficaram o Mercedes de Nico Rosberg e os Williams-Cosworth de Rubens Barrichello e Nico Hulkenberg, cada vez mais a melhorarem as suas performances, num carro com motores que à partida não seriam as melhores do pelotão. Jenson Button esteve uns furos abaixo, e com a penaçizaão de Hamilton, quase se pode dizer que a McLaren parete numa posição de desvantagem em relação aos seus adversários mais directos. E discretamente, Michael Schumacher ficou com o décimo lugar da grelha.
Agora, dentro de algumas horas, haverá a corrida. Para o fã do automobilismo, este fim de semana sem dormir será algo que fará com um sorriso nos lábios, pois emoção não deve faltar.
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