Com tudo decidido em termos de campeonato, os pilotos e as equipas abordavam o GP dos Estados Unidos de 1975, em Watkins Glen, como um mero cumprir de calendário, dado que esta era a última prova do ano, após o cancelamento do GP do Canadá. Num pelotão sempre em mudança, havia, como não deixava de acontecer, novidades no pelotão.
Para começar, as equipas Maki, BRM e Surtees decidiram não aparecer em Watkins Glen, enquanto que Ensign e Hill decidiram inscrever apenas um carro em vez de dois. Em termos de pilotos, Chris Amon estava lesionado devido a um acidente na prova de Formula 5000 que inaugurava o circuito urbano de Long Beach, que iria ser usado dali a alguns meses pela Formula 1 e Lella Lombardi iria correr na Williams, pois a March tinha trazido apenas dois carros para Watkins Glen, que iriam ser guiados por Hans-Joachim Stuck e Vittorio Brambilla. Em
contraste, a Tyrrell inscrevia um terceiro carro para o francês Michel Leclere.
A Lotus ia buscar de novo o britânico Brian Henton no lugar de Jim Crawford, enquanto que na Copersucar-Fittipaldi, Wilson Fittipaldi estava de volta, curado das lesões na mão, que o impediram de participar na corrida anterior, em Monza. Para finalizar, a Penske estava de regresso à Formula 1 após uma corrida de ausência devido à morte de Mark Donahue. no seu lugar, tinham contratado o norte-irlandês John Watson.
O fim de semana foi pródigo em polémicas. Primeiro, as tensões entre a GPDA (Grand Prix Drivers Association) e a organização do GP americano relacionados com o dinheiro dos prémios das inscrições, que chegaram ao ponto de haver uma tentativa legal de o congelar devido a polémicas anteriores. Mas o bom senso prevaleceu e a prova continuou.
Na qualificação, Niki Lauda foi o melhor, tendo a seu lado o seu rival ao longo do campeonato, o McLaren de Emerson Fittipaldi. Na segunda fila estavam o Brabham de Carlos Reutemann e o Shadow de Jean-Pierre Jarier, enquanto que na terceira estavam o Parnelli de Mario Andretti e o March de Vittorio Brambilla. Tom Pryce, no segundo Shadow, era o sétimo, à frente de Patrick Depailler, no seu Tyrrell. Jochen Mass era o nono e a fechar o "top ten" estava o segundo Tyrrell de Jody Scheckter.
O dia da corrida estava agradável, um verdadeiro "verão indio", como costuma acontecer aos dias de calor em pleno Outono. À partida, os Williams não alinharam devido a motivos tão diversos como... visor embaciado, no caso de Jacques Lafitte, e problemas eletricos, no caso de Lella Lombradi. Ainda tentou correr no carro de Laffite, mas... dera demasiado pequena para caber no carro!
Quando a corrida começou, Lauda foi para a frente, seguido por Fittipaldi, Jarier, Brambilla, Reutemann e Andretti. Mais atrás, Pace e Depailler colidem um com o outro e acabam ambos nas redes de protecção. A corrida continua com Lauda e Fittipaldi separados por um segundo, mas estabilizados. Atrás deles, Mass, que tinha perdido três posições quando desligou acidentalmente o seu motor, ficou na frente do carro de Regazzoni e partiu o bico do Ferrari, que o levou para as boxes para uma paragem demorada.
Na volta 18, Regazzoni ia perder uma volta para os lideres. Deixou passar Lauda, e quando Fittipaldi se preparava fazer o mesmo... ficou à frente dele nas próximas seis voltas, ignorando terminantemente as bandeiras azuis. Quando o director de corrida mostrou a bandeira preta, Regazzoni deixou passar. Luca de Montezemolo, o director desportivo da Ferrari protestou com a decisão com a direcção da corrida, e Regazzoni encostou pouco depois, em sinal de protesto...
Contudo, o estrago estava feito. Lauda ficaria definitivamente na frente da corrida, com Fittipaldi no segundo lugar. A grande acção acontecia no terceiro posto, com Jarier a retirar-se e Brambilla a atrasar-se, a luta era entre Mass, Peterson, Sheckter e Hunt. Todos andaram à briga, mas no final foi o alemão da McLaren a levar a melhor. Quando cortaram a meta, os restantes lugares pontuáveis ficaram nas mãos de James Hunt, no seu Hesketh, Ronnie Peterson, no seu Lotus, e Jody Scheckter, no seu Tyrrell.
E assim terminava a temporada de 1975. A primeira temporada em que se viu a Ferrari ganhar ambos os títulos, onze anos depois de John Surtees, conseguindo bater toda a armada da Cosworth. A temporada que aí vinha iria trazer um pelotão completamente diferente, novos duelos, novas equipas e novos candidatos ao título. Assim sendo, Watkins Glen, como etapa final da temporada, era também o final de uma era para muita gente.
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