Uma semana depois de Michael Schumacher ter conseguido o bicampeonato ao serviço da Benetton, em Aida, a caravana da Formula 1 continuava no Japão para correr desta vez no circuito de Suzuka. A atmosfera estava bem mais descontraida com a questão do titulo já resolvida, mas ainda faltava a questão do título de construtores, pois ainda havia hipóteses de ficar nas mãos da Benetton ou da Williams, apesar da Benetton ter naquela altura 123 pontos, contra os 102 da equipa do Tio Frank...
Suzuka tinha também algumas novidades importantes no pelotão da Formula 1. Após recuperar da sua operação ao apêndice, Mika Hakkinen voltava ao cockpit do seu McLaren, que tinha sido ocupado pelo dinamarquês Jan Magnussen, enquanto que na Sauber, Peter Sauber dá uma nova chance a Karl Wendlinger para guiar o carro, no lugar do francês Jean-Christophe Bouillon.
Na qualificação, Michael Schumacher era o melhor, aproveitando o facto de Damon Hill estar com problemas no seu carro e com algum desalento tipico de final de época, após ter perdido pela segunda vez consecutiva para o piloto alemão. Ao lado de Schumacher estava o Ferrari de Jean Alesi. No terceiro posto estava Mika Hakkinen, em forma depois da operação, com Damon Hill atrás de si. Gerhard Berger, no segundo Ferrari, era o quinto, seguido por David Coulthard. Eddie Irvine, com o conhecimento da pista japonesa, era o sétimo na grelha, à frente de Heinz-Harald Frentzen, no seu Sauber. A fechar o "top tern" estavam Johnny Herbert, no segundo Benetton, e Rubens Barrichello, no segundo Jordan.
A corrida iria ser disputada sob pista molhada, pois tinha chovido durante a manhã, mas antes dela começar, havia uma baixa: Aguri Suzuki sofrera um despiste forte na qualificação e fraturara uma costela, impedindo-o de alinhar na corrida. Esta acabou por ser a sua última participação do piloto japonês na Formula 1.
Na partida, Schumacher pate bem e mantêm a liderança, seguido por Jean Alesi, que tinha... queimado a partida. A mesma coisa tinha acontecido a Berger, e ambos iriam ser penalizados com um "stop and go" de dez segundos cada. Mais atrás, o italiano Gianni Morbidelli fica parado na grelha no seu Footwork-Arrows e sai de cena, a mesma coisa a acontecer a Roberto Moreno, mas no caso dele foi por causa da caixa de velocidades do seu forti se ter quebrado.
Na sétima volta, depois de cumprir a sua penalização, Alesi vai às boxes para colocar pneus "slicks", pois a pista já estava suficientemente seca para experimentar tal coisa, e compensou. Nas voltas seguintes, batia constantemente a volta mais rápida da corrida, e subia constantemente na classificação. Quando chegou ao segundo posto, no final da volta dez, os pilotos da frente começaram a trocar os seus pneus para seco.
Com as trocas, Schumacher manteve a liderança, mas Alesi estava cada vez mais próximo do piloto alemão, diminuindo a diferença à medida que as voltas passavam. No inicio da volta 25, a diferença já era de seis segundos, quando o diferencial do seu Ferrari cedeu e a sua exclente prestação chegava ao seu fim abrupto. Assim, Schumacher esteve mais calmo na sua corrida, cedendo apenas a liderança na volta 31 quando parou para reabastecer uma segunda vez, cedendo o comando a Damon Hill, que herdara o segundo lugar de Alesi.
A partir da volta 35, a chuva voltava à acção, mas apenas numa zona localizada do circuito, a Spoon Curve. Apesar de localizada, era suficientemente grande e suficientemente importante para poder causar perturbações nos pilotos que ainda usavam os pneus slicks. E assim foi. Para a Williams foi o Inferno, quando viu em apenas duas voltas os seus pilotos abandonaram devido ao mesmo motivo: despiste. Num instante, dez pontos evaporaram-se da tabela e Michael Schumacher consolidava a sua vitória e também dava à Benetton o seu título de construtores.
Com Michael Schumacher a conseguir a sua nona vitória do ano, igualando a performance de Nigel Mansell três anos antes, a acompanhá-lo no pódio iriam o McLaren de Mika Hakkinen e o Benetton de Johnny Herbert. nos restantes lugares pontuáveis ficaram o jordan de Eddie Irvine, o Ligier de Olivier Panis e o Tyrrell de Mika Salo.
Fontes:
Esse foi o meu segundo GP do Japão que fui assistir em Suzuka.
ResponderEliminarO primeiro foi o chuvoso GP de 1994.
Nesse eu me preparei melhor e comprei ingresso antecipadamente e não de "cambista" como tinha feito um ano antes.
O acidente do Suzuki aconteceu bem na minha frente e foi muito rápido a pancada.
Tenho algumas fotos dessa corrida, mas tenho que digitalizar, pois são da época dos filmes.
Suzuka prima pela organização e pela multidão que vai assistir todos os anos a corrida.
Apesar da crise mundial diminuir o público e as atrações, ainda é uma grande corrida.