No final do mês, Bernard Charles Ecclestone fará 80 anos. E se acham que após essa idade e após estar tanto tempo na frente dos destinos da Formula 1, ele dá sinais de parar... enganam-se. Ele não quer, porque simplesmente está viciado nisto. Ontem, o sitio oficial da Formula 1 publicou uma entrevista feita ao patrão Ecclestone em que diz aquilo que o move é simplesmente... a perspectiva de um bom negócio.
"Nunca fiz nada por dinheiro. Dinheiro é uma conseqüência do que eu faço. E isso desde sempre. Eu tinha um negócio de sucesso aos 20 anos. O que sempre me motivou, desde aquela época, era fazer bons negócios, e não fazer dinheiro. O dinheiro vem de bons acordos, e é isso que as pessoas não entendem."
A entrevista, que descobri no Formula UK, o excelente sitio do Mike Vlcek, refere mais alguns pormenores sobre a sua vida e aquilo que o move todos os dias, quando se levanta da cama. Para ele, dinheiro, poder e sucesso "significam zero para mim", e apenas diz que é um homem sortudo, para quem começou a vida a vender carros usados. E em relação à sorte, ou falta dela, recorda-se de um episódio em particular, durante a II Guerra Mundial.
"Uma vez, estava a recolher batatas para ganhar mais algum dinheiro quando um avião alemão caiu a alguns metros de onde eu estava. O impacto fez-me voar alguns metros, mas nao fiquei ferido. Isso é que foi sorte, porque nessa altura não tinha dinheiro, não tinha ego, nada."
E quanto à ideia de parar, para ele isso está fora de questão: "Se parar de trabalhar, não consigo resolver mais os problemas", referiu. E em relação ao seu eventual sucessor, brinca: "Devem procurar outro vendedor de carros usados, como eu era".
De uma certa forma, isto é a entrevista de um homem de sucesso e a sua formula vitoriosa. Mas demonstra também que se estivesse ali para somente ganhar algum, já teria ido embora há muito tempo, ou então tinha ido para outra área de negócio. De uma certa maneira, ele gosta deste negócio e faz tudo para o expandir e o tornar saudável. Apesar das suas escolhas polémicas, como a expansão para a Asia e as Arábias, em circuitos desenhados pela mesma pessoa e a exigir somas exorbitantes, muito provavelmente sem alguém como o Tio Bernie, a Formula 1 não seria o que é hoje. Por muito que muitos custem a admitir, a Formula 1 deve muito a este senhor.
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