Eu por norma, não digo nem gosto muito de comentar especulações, porque depois sou desmentido ou mal interpretado. Mas ao ler esta noticia colocada no Autosport, escrevo este post, não tanto pela noticia em si, porque pode não acontecer, mas sim por aquilo que as pessoas nos bastidores fizeram, e que pode ser um exemplo para que no futuro, os talentos portugueses para o automobilismo não se percam, como aconteceu muito no passado, e como pode acontecer a Álvaro Parente.
Primeiro, a noticia: António Felix da Costa poderá ser um dos "rookie drivers" a testar um Formula 1 no teste de Abu Dhabi, em Novembro. Segundo a Autosport portuguesa, o piloto de 19 anos, actualmente na Formula 3 Euroseries e que vai participar com a Carlin no GP de Macau da mesma categoria, está a negociar com duas equipas do pelotão a possibilidade de rodar nos dois dias. E isso pode acontecer graças aos esforços da empresa Sowhat, que gere a sua carreira, e Tiago Monteiro, o homem que toma conta da Ocean Racing Technology, equipa da GP2, que será em principio a próxima paragem de Felix da Costa na temporada de 2011.
"Estamos a um passo de fechar acordo com uma das duas equipas de Fórmula 1 que demonstraram interesse real em testar o António em Abu Dhabi, nos testes de final de temporada. Neste momento existe já um memorando de entendimento com uma delas, no que deverá, muito provavelmente, resultar num contrato firme dentro dos próximos dias. Sabemos que o António tem vindo a ser observado por gente poderosa dentro dos meandros da Fórmula 1 mas nunca pensámos que este tipo de convite viesse a surgir tão cedo. O facto de termos sido abordados sobre este tema, mostra que o António está no caminho certo e que o seu nome é falado no 'paddock' da Fórmula 1, o que é muito importante nesta fase da sua carreira", referiu Tiago Monteiro.
Para que Tiago Monteiro possa dizer algo assim é sinal de que, mais do que colocar a noticia "para empresário vender", é sinal de que com os contactos certos, as coisas acontecerão. E Felix da Costa tem toda a carreira feita até ao segundo escalão do automobilismo, e isso nesta altura do campeonato, é metade do trabalho. O talento - que felizmente tem, e muito - é outra metade.
É algo que gostaria de ver no caso da Álvaro Parente. Talento tem, e a rodos. Demonstra isso todos os fins de semana na Formula Superleague, nos GT's e na GP2. Mas não tem "padrinhos" poderosos, nem uma bolsa que permite apostar num lugar de terceiro piloto numa equipa de Formula 1 ou numa equipa da frente na GP2. As noticias sobre a sua possibilidade na Lotus, por exemplo, não são muito mais do que mera propaganda da empresa que gere a sua carreira, para não ir mais atrás e referir a saga do Turismo de Portugal, que prometeu uma coisa, e afinal deu outra. Mas torço para que o Álvaro tenha a sua chance na Formula 1, claro.
Em suma: eis a história de dois pilotos muito talentosos vindos de um pais à beira mar plantado. Espero que o final da história não acabe com um vencedor e um vencido. Porque por mim, prefiro ver os dois na categoria máxima do automobilismo.
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