Como podem ter lido da entrevista a David Hunt, viram que tem legalmente a razão do seu lado no caso Team Lotus vs Lotus Cars e que isto tudo não é - para pormos as coisas de uma maneira simples - mais do que uma tentativa da Proton ficar com o nome a custo zero para fazer dela o que apetecer e bem entender, algo que Colin Chapman nunca teve intenção, diga-se.
Apesar disso, a grande noticia do fim de semana é que as negociações entre Lotus Cars e Renault continuam a decorrer, aparentemente no sentido de ter os 25 por cento de capital que a Renault ainda detêm na equipa, cujos restantes 75 por cento foram vendidos no final do ano passado à Genii Capital, do luxemburguês Gerard Lopez. Fala-se que um anuncio poderá ser feito no fim de semana de Abu Dhabi, e que até 2012, os carros correriam sob o nome Lotus Renault, e até - pasmem-se - o carro seria pintado de negro e dourado, para recordar um passado não muito distante. A acontecer, faria a British American Tobacco muito feliz, pois que eu saiba, ainda são as detentoras da marca John Player Special...
A razão deste negócio entre Lotus e Renault avançarem não tem muito a ver inicialmente com a Formula 1. A ideia inicial era apenas uma partilha de plataformas entre as marcas Proton e a Renault, no sentido de se expandir noutros mercados como o asiático, que está em franca expansão. Contudo, a Lotus, que pertence à Proton, que por sua vez é liderada por Dany Bahar, que aparentemente conseguiu convencer os malaios dos seus planos para um futuro próximo - os tais quatro modelos apresentados no Salão de Paris - e agora está a usar esse acordo com a Renault para tentar ganhar, à sua maneira, o direito a usar o nome Lotus na Formula 1. como alguém disse, arriscamos a ter em 2011 um paradoxo chamado Renault-Lotus e Lotus-Renault. Duvido que a FIA deixe isso...
Para quê é que a Renault se mete nesta embrulhada? Na minha opinião é o tipico caso de "estar de bem com Deus e o Diabo", na esperança que as duas partes cheguem a acordo. Aparentemente, Tony Fernandes promoveu um tipo de acordo, uma terceira via, digamos assim, em que mantinha a Team Lotus independentemente da Lotus Cars e que criassem laços comerciais com o "inimigo", fazendo com que nenhum deles perdesse a sua face. Só que aparentemente, Dany Bahar não está para aí virado e aposta todas as suas fichas numa estratégia "winner takes all, at all costs".
De qualquer forma, caso o tal acordo aconteça, pode ser que se confirmem os rumores surgidos no dia de hoje no jornal italiano "Autosprint" de que Robert Kubica poderia abandonar a equipa no final da temporada, pois aparentemente existem cláusulas do contrato libertando o polaco de 26 anos de qualquer compromisso com a marca, caso a Renault mude de nome em 2011. A ver vamos...
Ao mesmo tempo, Mike Gascoyne, o projectista da equipa de Tony Fernandes, já veio a publico afirmando estar intrigado com a possivel decisão da Lotus Cars de comprar uma parte da Renault e usar o seu nome na próxima temporada: "Se eles querem publicitar os seus carros de estrada, porque é que vão gastar tanto [no eventual acordo com a Renault]? Connosco, eles poderiam fazê-lo de borla", afirma em declarações à revista alemã Auto Motor und Sport.
Em jeito de conclusão, a cada dia que passa, isto ganha contornos de novela malaia. Se terá resolução nos próximos meses, isso se verá. Tudo indica que as coisas poderão ter um desfecho politico, caso os tribunais demorem a decidir. Vai ser um Inverno longo e duro...
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