O título mundial estava decidido, mas apesar da atmosfera não ser a das melhores devido ao facto da relação Ayrton Senna/Alain Prost ter voltado à estaca zero, toda a gente andava feliz, pelo facto de estarem na Austrália, pelo facto de ser a última corrida do ano e por outro facto unico: era o Grande Prémio numero 500 da história da Formula 1. E todos os campeões sobreviventes em 1990 lá estavam: Jack Brabham, Juan Manuel Fangio, Jackie Stewart, Dennis Hulme, James Hunt, Niki Lauda, Alan Jones... quanto a Alain Prost, ainda fulo com o que acontecera em Suzuka, boicotou a foto de familia, pois não queria aparecer ao lado de Senna, o seu nemesis.
Não havia mudanças no pelotão da Formula 1, logo, todos estariam presentes para as qualificações, onde o melhor foi, uma vez mais, o McLaren de Ayrton Senna, com o seu companheiro de equipa Gerhard Berger ao seu lado. Na segunda linha estavam os Ferrari de Nigel Mansell e de Alain Prost, enquanto que Jean Alesi era o quinto na grelha, à frente do Williams-Renault de Riccardo Patrese. Os Benetton de Nelson Piquet e Roberto Moreno monopolizavam a quarta fila da grelha de partida, enquanto que a fechar o "top ten" estavam o segundo Williams-Renault de Thierry Boutsen e o Minardi de Pierluigi Martini.
Sem conseguirem um lugar na grelha ficaram os Arrows de Michele Alboreto e Alex Caffi, bem como o Coloni de Bertrand Gachot e o AGS de Yannick Dalmas.
Na partida, Senna manteve a liderança, com Berger a segurar o resto do pelotão, mas na segunda volta, o austriaco tinha desligado acidentalmente... o seu carro e quando voltou a fazê-lo, fora superado pelo Ferrari de Mansell. Vindo de trás, Piquet tinha partido bem e tinha começado a alcançar os da frente. Na sexta volta tinha apanhado Prost, e três voltas mais tarde já era terceiro, após ultrapassar o McLaren de Berger.
Senna continuava na frente, mas tinha Mansell nos seus escapes e ambos começaram uma batalha pela liderança que durou até perto do meio da corrida, quando na volta 43, o britânico perdeu o controle do seu carro e saiu para a escapatória. Ele voltou, mas teve de colocar pneus novos e quando saiu das boxes, o britânico da Ferrari tinha caido para o quinto posto, ao mesmo tempo que Prost tinha passado Berger, quando este saiu mais largo numa curva e já era terceiro.
A partir daqui, Mansell começou a aumentar o seu ritmo e a tentar apanhar os pilotos que estavan na sua frente. Entretanto, Piquet aproximava-se de Senna, que se debatia com problemas na caixa de velocidades, e na volta 61, saira mais largo na curva e batido na barreira de pneus, acabando a sua corrida por ali. Piquet herdou a liderança, mas mais atrás, Mansell já tinha passado Berger e estava em cima de Prost.
Mansell estava numa corrida contra o tempo, e conseguira passar Prost para o segundo posto. Depois começou a ganhar segundos à sua maneira, tentando apanhar o piloto da Benetton, que quinze dias antes tinha conseguido ganhar o GP do Japão, o seu primeiro em quatro temporadas. O esforço deu-lhe a volta mais rápida, mas só quando faltava uma volta para o fim é que o "brutânico" é que teve uma tentativa para usurpar a liderança de Piquet.
No final da Recta Brabham, Mansell travou muito tarde no sentido de tentar passar Piquet daquela forma. Mas a travagem foi tão tardia, tão forte e tão desesperada que Piquet simplesmente soube escapar da loucura do piloto da Ferrari, e acelerar para a vitória, a sua segunda do ano. Mansell apareceu logo a seguir, enquanto que Alain Prost completou o pódio. Nos restantes lugares pontuáveis apareceram o McLaren de Gerhard Berger e os Williams de Thierry Boutsen e de Riccardo Patrese.
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