sábado, 20 de novembro de 2010

GP Memória - Estados Unidos 1960

Passaram-se dois meses desde o GP de Itália, em Monza, e o campeonato já estava mais do que decidido, quando a Formula 1 rumou à pista californiana de Riverside, que seria palco do GP dos Estados Unidos, última prova do calendário de 1960. com tudo decidido, seria para cumprir calendário. Mas seria o palco do final simbólico dos carros de 2.5 litros, que dariam lugar em 1961 aos carros de 1.5 litros.

Concentrado no carro de 1961 e sem fazer um grande campeonato, a Ferrari não se deu ao trabalho de levar quaisquer carros para ir correr, mas Phil Hill queria correr em casa, e decidiu ir num Cooper inscrito pela Yeoman Racing Credit, devidamente autorizado pela Scuderia. Outro piloto da marca, Wolfgang Von Trips, fez o mesmo, mas num Cooper-Maserati da Scudeira Centro-Sud.

Mas ao contrário da Ferrari, Lotus, Cooper e BRM apareceram em força com as suas equipas oficiais. Na equipa de Colin Chapman, Innes Ireland, Jim Clark e John Surtees eram os pilotos oficiais, enquanto que Stirling Moss alinhava pela Rob Walker Racing e o americano Jim Hall alinhava um modelo 18 inscrito por ele mesmo. Na Cooper, Jack Brabham, o novo campeão, alinhava pela equipa oficial, ao lado de Bruce McLaren e Ron Flockhart, enquanto que Tony Brooks, Henry Taylor e Olivier Gendebien alinhavam, para além de Phil Hill, pela Yeoman Racing Credit.

Mais Coopers estavam presentes. Para além de Von Trips, a Scuderia Centro Sud tinha inscritos o veterano francês Maurice Trintignant e o britânico Ian Burgess, e ainda haviam as inscrições privadas de Roy Salvadori, Pete Loveley e Brian Naylor.

A BRM tinha a sua equipa oficial, com Dan Gurney, Graham Hill e Jo Bonnier, e a Scarab tinha Chuck Daigh. Ainda havia um datado Maserati 250F de motor à frente, inscrito pelo americano Robert Drake. Seria a última vez que esse carro faria uma aparição oficial num Grande Prémio de Formula 1.

Os treinos foram renhidos, mas o melhor foi Stirling Moss, agora que estava recuperado das mazelas sofridas cinco meses antes em Spa-Francochamps. Ao seu lado teria Jack Brabham, no Cooper, e Dan Gurney, no BRM. Na segunda fila estavam o segundo BRM de Jo Bonnier e o Lotus de Jim Clark, enquanto que na terceira fila estavam os Lotus oficiais de John Surtees e Innes Ireland e o Cooper de Olivier Gendebien, e a fechar o "top ten" estavam os Cooper de Tony Brooks e de Bruce McLaren.

A corrida atraiu cerca de 25 mil pessoas ao autódromo californiano, um numero abaixo das expectativas por parte do seu promotor, Alec Ullmann, que andava desde o ano anterior à procura de um bom pioso para o seu Grande Prémio. No ano anterior tinha estado em Sebring, sem sucesso, e neste ano tinha "comprado uma briga" com o Los Angeles Times, promotor do Grande Prémio da Califórina, que tinha atraido 70 mil pessoas. Ullman disse que "aquilo não era um verdadeiro Grande Prémio", e teve como resultado um boicote à corrida por parte dos meios de comunicação da região.

Na partida, Brabham foi melhor do que Gurney e Moss, com Phill Hill e Olivier Gendebien a ficarem parados na grelha, mas a arrancarem logo a seguir. Na quarta volta, Surtees despista-se e leva consigo o seu companheiro Jim Clark, com o inglês a desistir e o jovem escocês a levar uma extensiva reparação no seu carro, atrasando-se irremediavelmente.

Entretanto, Brabham tem problemas. Receando por uma repetição do ano anterior, onde ficou sem combustivel na última volta, tinha levado depósitos extra no seu Cooper, mas a gasolina fugia e caia nos seus escapes, provocando pequenos fogos. Por causa disso, teve de ir às boxes por duas vezes, atrasando-se e entregando a liderança a Stirling Moss, seguido de Dan Gurney. Mas quando o americano desiste, na volta 18, o britânico fica isolado no comando, distante do segundo classificado, o BRM de Jo Bonnier.

Algum tempos depois, Bonnier teve problemas e atrasa-se, deixando o segundo lugar para o Lotus oficial de Innes Ireland, enquanto que Jack Brabham fazia uma corrida de trás para a frente, fazendo a volta mais rápida por inumeras vezes, mas já estava uma volta atrás de Moss. No final, o britânico, no seu Lotus privado, vencia a sua segunda corrida do ano, com Ireland a conseguir o segundo lugar... num Lotus oficial. Bruce McLaren fechava o pódio no seu Cooper oficial, à frente de Jack Brabham, Jo Bonnier e Phil Hill.

Quanto à corrida, Ullman esteve meses a pagar as contas e os prémios do seu próprio bolso, como os 7500 dólares a Moss pela vitória, e foi à procura de novo poiso para o Grande Prémio americano. Quando o encontrou, foi na outra costa, num pequeno lugar no estado de Nova Iorque nas margens do Lago Séneca chamado Watkins Glen. E lá ficaria nos dezanove anos seguintes.

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