Quem acompanha os episódios da novela "Lotus vs Lotus", deve estar a par dos mais recentes capitulos. Este apareceu um novo episódio, parecendo não ser grande coisa, é importante na mesma. O jornalista britânico Adam Cooper entrevistou Tony Fernandes para a Autosport britânica para saber as últimas sobre polémica entre ele e a Proton e Lotus Cars. A grande novidade é que ele, Mike Gascoyne e Riad Asmat decidiram que a sua formação manterá a decoração verde e amarela com que se havia estreado esta época, considerando que seria "ridículo" existirem quatro carros com a mesma decoração.
"Não tenho qualquer problema com a existência de quatro Lotus na grelha de partida. Mas penso que seria ridículo se ambos mantivéssemos as cores peta e dourada e posso informar-vos que vamos mudar os nossos planos quanto ao esquema de cores. Declarámos que iríamos correr com as cores preto e dourado, mas não vou ser infantil e dizer que fomos os primeiros a apresentar esse plano e que por isso vamos mesmo fazê-lo. Eles pintaram o seu carro de preto e dourado e deixaram as suas intenções bem claras quanto a isso, por isso que seja assim", referiu.
Esta declaração veio dois dias depois de Mike Gascoyne ter dito no seu Twitter que mais de dois terços dos fãs da Lotus terem dito que perfeririam as cores que usaram na temporada de 2010. E francamente, acho que ambos, Gascoyne e Fernandes, fizeram uma boa escolha. Tenho um pouco de pena dos que se esforçaram para fazer desenhos no concurso que eles lançaram para fazer desenhos do "black & gold", porque apareceram desenhos muito bonitos e bem feitos, mas pessoalmente o "british racing green" com a faixa amarela tem mais a ver com a história da equipa.
E como Fernandes deseja ser o herdeiro da marca fundada por Colin Chapman, lutando nos tribunais britânicos pelos direitos da Team Lotus, contra a Lotus Cars de Dany Bahar. E depois, ele fala noutra boa razão para abandonarem a deciração negra e dourada: "Recebi mensagens de pessoas a sugerir que ao sermos pretos e dourados estaríamos a promover uma companhia de tabaco. Não estava ciente de que a JPS ainda se vendia no Reino Unido e noutras partes da Commonwealth. Precisamos dessa controvérsia? Não. E depois do anúncio da FIA de ontem acerca dos novos motores para 2013, que quer dizer que a Formula 1 está a ficar verde, que melhor cor do que o verde?", acrescentou.
Já em relação à decisão da Lotus Cars ter decidido apoiar uma outra equipa que não a Lotus Racing, Fernandes confessa que se sentiu "desapontado, pois originalmente tinhamos permissão de cinco anos para desenvolver uma equipa de Fórmula 1. Apareceram alguns comentários na imprensa malaia a dizer que a Proton estava desiludida com a nossa performance, que foi uma das razões pela qual desistiram. Não sei quem estaria a pensar que poderíamos estar na primeira metade da grelha ou mesmo na segunda metade no último ano, já que apenas ficámos garantidos em setembro [de 2009]".
"Mantenho a ideia de que fizemos um grande primeiro ano e penso que 99 por cento do paddock iria concordar dado a nossa origem. Fomos a melhor das novas equipas. Tivemos dois pilotos e o Heikki Kovalainen disse que foi a melhor época que teve na Formula 1, que é um grande feito para alguém que tinha pilotado pela McLaren e pela Renault. Por isso, estou um pouco desapontado por não termos tido essa oportunidade do Grupo Lotus".
Em relação a isso, compreendo a desilusão dele e mantenho a ideia de que os responsáveis da Proton foram iludidos pelos planos de grandeza de Dany Bahar, que afirmaram terem contratado à Ferrari. E acho que a Proton deitou pela janela abaixo uma oportunidade de oura ter as duas marcas juntas pela primeira vez em vinte anos. E pelo que andei a ler, e já foi muita coisa, foi que existe na Proton um misto de ingenuidade, imcompetência e confiança cega num homem que tem demasiados sonhos de grandeza, Dany Bahar e nenhuma garantia bancária suficientemente grande, sem ser o Estado malaio, capaz de sustentar uma grande quantidade de projectos como a Indy, a GP3 e a GP2.
Como dizem os chineses: Bahar e Proton arriscam-se a ser um tigre de papel. E eventualmente, Fernandes deve estar a contar com o tempo para que esses receios aconteçam por si. O chato é que quem vai pagar são as pessoas de Enstone, sede daquilo que foi a Renault, que não têm culpa nenhuma nesta salganhada entre dois teimosos.
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