Começou o Rali de Monte Carlo, que este ano é especial, pois comemora o seu centenário. E numa edição especial, nada mais do que um elenco de luxo: mais de trinta carros da categoria S2000, alguns pilotos de lenda, como Francois Delecour, ou pilotos do WRC, como Petter Solberg. E claro, todas as marcas que tem máquinas homologadas no SWRC estão presentes: Peugeot, Ford, Skoda, Proton, Renault...
Mas apesar de um elenco de luxo, logo, imensos candidatos à vitória, um homem destacou-se neste primeiro dia: o finlandês Juho Hanninen. Conseguindo acertar nos tipos de pneu e escapando às armadilhas dos troços de asfalto, mas cobertos de neve dos Alpes Franceses, Hanninen venceu duas das quatro especiais do dia, Hanninen encerrou o primeiro dia de ralis com uma ampla vantagem sobre o belga Freddy Loix, também num Skoda, cifrada agora em 44.5 segundos. Isto tudo demonstra que Hanninen será um piloto muito difícil de bater nesta prova, a menos que cometa algum erro - na estrada, na escolha de pneus ou na afinação do seu Fabia S2000.
Atrás de Hanninen e Loix, o terceiro lugar pertence a Petter Solberg, que no seu Peugeot 207 S2000, ainda se encontra em fase de adaptação, mas mesmo assim está a 55,3 segundos da liderança. No último troço do dia, o de St. Bonnet le Froid, Solberg perdeu algum tempo devido a um ligeiro erro num momento em que vinha a marcar tempos muito rápidos, acabando isso por se refletir no seu tempo final. E não pode estar descansado, pois tem mesmo atrás de si o francês Stephane Sarrazin, que está a apenas... 0,2 segundos de Solberg. O britânico Guy Wilks é quinto, a 23 segundos de Sarrazin, e está à frente de Jan Kopecky e Bernard Bouffer.
Em oitavo está um veterano dos ralis: Francois Delecour. Vencedor em 1994, o piloto francês de 48 anos está a um minuto e 52,4 segundos de Hanninen, mas ele espera melhorar as suas prestações nos dias a seguir, pois quem sabe, não esquece.
Para finalizar, Bruno Magalhães. O piloto português estava a fazer uma prova regular, andando no nono posto da geral, mas na última etapa do dia, o piloto do Peugeot 207 S2000 sofreu um forte despiste, embantendo numa ponte e acabado fora de estrada, quando tentava apanhar o francês Francois Delecour.
"Estávamos a ganhar ritmo e a andar cada vez mais depressa, quando numa zona rápida, onde íamos em sexta velocidade, o carro derrapou de traseira. A zona era muito complicada, ainda consegui recuperá-lo, mas acabámos por bater numa ponte e fomos projectados para fora de estrada.", comentou.
Magalhães, que raramente abandona por acidente, acabou por ser uma das 27 duplas que hoje ficaram pelo caminho, sete das quais por despiste, o que mostra bem as dificuldades da prova monegasca, onde a escolha de pneus tem particular importância, como Bruno Magalhães reconheceu: "Na fase inicial da primeira classificativa tive de andar mais devagar, por os pneus serem demasiado duros e demorarem a aquecer; na segunda e terceira classificativas tivemos o problema contrário porque o piso estava seco e os pneus eram demasiado macios, o que tornava o carro instável", concluiu.
Apesar da saída da equipa portuguesa do rali, Carlos Barros, o Director da Peugeot Sport Portugal, está determinado: "Neste desporto temos que encarar estas situações com naturalidade. Somos uma equipa solidária e temos que motivar-nos já para a próxima prova. Temos ambições, um projecto para realizar e não é um abandono que vai desmotivar-nos."
O Rali de Monte Carlo prossegue amanhã.
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