Esta semana o velho Joe Saward resolveu colocar no seu blog alguns fatos e acontecimentos interessantes que vale a pena serem referidos nos dias que aí vêm. Hoje vou abordar sobre a Genii Capital e o seu dono, o luxemburguês - de nascimento ou opção? - Gerard Lopez.
Já sabia desde há algum tempo que Lopez é um jogador. O fato de conseguir gerir uma equipa de Formula 1 como a extensão da sua empresa de "management" não é novo, e já topei que ele vive do dinheiro dos outros. Porquê? Ora, pelo que ando a ler desde que ele comprou uma parte da Renault, em finais de 2009, ele não deve ter muito capital próprio. Para comprar a equipa teve de pedir dinheiro emprestado, dando alguma coisa de garantia, e quando pediu novo empréstimo aos lituanos do Snoras Bank, deu a equipa como garantia, pelo menos até que o Grupo Lotus e Dany Bahar entrarem em cena. Com ele a dar cem milhões de euros nos próximos quatro anos, e certamente com algum dinheiro vindo da FOM, conseguiu pagar o tal empréstimo, dado que este ano, o tal banco lituano foi substituído por um tal "Genii Capital Excange".
Que raio é isso? Simples: é uma firma onde coloca homens de negócios onde discutem entre si as possibilidades de... negócio, do qual a firma pede uma percentagem em caso de sucesso (julgo eu). Não é novo na Formula 1. Seguindo fala o Joe, a McLaren e a Williams já fizeram no passado. E para dar maior crédito à coisa, Lopez contratou como relações públicas o tricampeão do mundo, Sir Jackie Stewart.
Claro, Sir Jackie já se adaptou ao seu novo papel. Para além de falar das virtudes do negócio, falou também das "virtudes" do Grupo Lotus e do fato deles serem os "herdeiros" da tradição da marca na Formula 1. Gostaria de perguntar se nos fins de semana dos Grandes Prémios, ele não teve tempo para olhar aos camiões da equipa ou quando conversava com Colin Chapman, que a sua equipa se chamava oficialmente de "Team Lotus" e não "Lotus Cars"? Claro, ele mais outros pilotos como Nigel Mansell e Jean Alesi andam nesta campanha de relações públicas - bem como a Autosport britânica - a tentar enganar os papalvos numa cortina de fumo publicitária semelhante a um qualquer departamento de propaganda de um país autoritário... sempre ouvi falar que o dinheiro não tem pais nem ideologia, mas ter a capacidade de apagar a História? Confesso que para mim é uma novidade.
As coisas são interessantes de se seguir, mas há um elemento no qual eu fico de pé atrás: Lopez e Genii querem ganhar dinheiro com isto, é certo. Tenho a ideia de que o pensamento do Lopez é de vender a equipa ao Grupo Lotus, caso os tribunais britânicos darem razão a Dany Bahar e à Proton. Mas essa hipótese é remota e nos últimos tempos tem-se falado mais do alto risco que é a aposta da marca malaia em "rebentar" centenas de milhões de dólares nas dezenas de projetos que a Lotus decidiu começar ao mesmo tempo, desde a Formula 1 até aos carros de estrada, passando pela Indy Car Series, GP2 e GP3. E como sabem, uma das razões pelo qual estamos na crise onde estamos é que toda a gente no setor fincanceiro jogou, com maior ou menor grau, à roleta russa com o dinheiro, facilitando as coisas ao ponto da obscenidade.
Como é óbvio, não tenho nada contra Sir Jackie. Afinal é escocês, muito pragmático e tem de ganhar a vida de alguma forma, daí ter sido bem sucedido em tudo onde trabalhou, mas envolver-se num negócio destes é no minimo, arriscado. Ainda mais com um jogador como Gerard Lopez. Espero que lhe paguem certinho...
Sem comentários:
Enviar um comentário
Comentem à vontade, mas gostava que se identificassem, porque apago os anónimos, por bem intencionados que estejam...