Está a ser um dia interessante. Hoje é um dia qualquer para casais, o Ronnie Peterson e o Ricardo Rodriguez fariam anos hoje e Ronaldo arrumou esta manhã as botas (e provavelmente terá 120 quilos em 2014...) e para finalizar, o Hosni Mubarak pode estar em coma em Sharm el Sheik. Mas quero pegar neste último capitulo porque parece que os ventos de mudança no Médio Oriente poderão ter implicações... na Formula 1. Eu explico.
Na sexta-feira estava a ver um documentário da BBC sobre o Bahrein. Para quem não sabe, é uma ilha no Golfo Pérsico com pouco mais de 800 mil habitantes. É outro emirado muito rico - o petróleo foi descoberto em 1932 - e que historicamente foi portuguesa entre 1521 e 1602, mas eles são mais avançados do que a sua vizianha Arábia Saudita, por exemplo. Contudo, tem uma maioria xiita muito ativa, que se queixam de discriminação sob a minoria sunita, ao qual pertence a familia real. E nos últimos 30 anos eles estiveram muito agitados. Tentaram derrubar a monarquia em 1981, queixam-se de estarem pouco representados na comunidade. Tem havido confrontos esporádicos e já prometeram agitar a ilha com mais protestos, nomeadamente "um dia de raiva", marcada para amanhã.
Esta manhã lia o Joe Saward, que falava sobre o mesmo assunto que tinha visto na sexta-feira e parece que me fez luz sobre a minha mente. Afinal, as queixas deles são legitimas, mas como o Irão é do outro lado do Golfo, há muita gente que olha isto com enorme desconfiança. ainda por mais que, por exemplo, os americanos têm uma base no Bahrein. Apesar de tudo, tem havido nos últimos anos enormes concessões por parte da familia real, nomeadamente uma constituição que a transforma numa monarquia constitucional, eleições e um parlamento. Só que parecem que querem mais, e estão a ver como as coisas funcionam nos outros lados para fazer o seu aqui.
Claro, como sabemos, a grande maioria dos protestos são no Norte de Africa. Tunisia, Egito, Argélia e em menor grau, Jordânia e Yemen, mas estamos a ver que 2011 está a ser o "1989" que o Médio Oriente não viveu. E estes ventos de mudança são fortes, tão fortes como as tempestades de areia no deserto. Agora resta saber se afetarão o "business as usual" na Formula 1, e que não seja uma dor de cabeça para Bernie Ecclestone...
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