Apesar de se falar que o GP do Bahrein foi oficialmente recolocado para outra data, e de inicialmente não acreditar muito no cancelamento puro e simples, mais começo a convencer-me de que foi isso que aconteceu esta tarde. Como é sabido, foi o governo barenita que oficialmente decidiu renunciar ao Grande Prémio, devido à situação no pequeno emirado, logo, Bernie Ecclestone não terá de devolver os 60 milhões que a familia real deu para ter o circuito de Shakir como a primeira corrida do campeonato.
Esta noite andei a ler duas pessoas que valem a pena ler: Luis Fernando Ramos, o Ico e o Joe Saward, e ambos, que estão mais por dentro dos meandros da Formula 1, dizem o mesmo: não vêm a recolocação da corrida barenita noutra data.
Algumas razões:
- Abu Dhabi não veria com bons olhos uma segunda corrida na região uma semana depois da sua corrida. Rivalidades regionais, por um lado, e o perigo de não encher, do outro, são só duas boas razões.
- As equipas não veriam com bons olhos uma corrida em dezembro, pois ficariam com pouco tempo para desenvolver os chassis para 2012, cujos testes começariam a 1 de Fevereiro. Sete semanas, para ser mais correto.
- Organizar o GP barenita em junho, por exemplo, também seria contraproducente. Por um lado, há incertezas sobre se a situação estaria resolvida por essa altura, e segundo, organizar uma corrida demora tempo. No mínimo, seis meses, segundo se conta.
- A hipótese de adiar o GP da India para 2012, apesar de ser boa ideia no papel, seria também contraproducente. Aliás, segundo noticias vindas de lá, as obras até estão adiantadas, e fazer mudar o calendário para o próximo ano implicaria ter de renegociar com os organizadores, patrocinadores, estações televisivas, etc... e os custos seriam elevados. Com a Formula 1 já a dar prejuizo neste modelo ecclestoniano, com modificações, o rombo seria ainda mais elevado.
Em suma, com as incertezas no Médio Oriente em geral e no Bahrein em particular, algo me diz que o calendário de 2010 terá em definitivo dezanove provas, a começar a 27 de Março em Albert Park e a terminar a 27 de novembro no circuito brasileiro de Interlagos. Resta saber se o governo barenita vai pedir os 60 milhões de volta ou o velho nanico safa-se de boa.
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