Como tinha prometido antes, coloquei hoje no sitio Pódium GP a biografia do mais ilustre aniversariante do dia, o escocês Jim Clark. Morto numa simples prova de Formula 2 no circuito alemão de Hockenheim, a 7 de Abril de 1968, o calmo piloto escocês foi um dos melhores pilotos do seu tempo, um homem que na Formula 1 somente correu para uma equipa, a Lotus, e a sua amizade com Colin Chapman foi algo que somente aconteceu logo depois com Ken Tyrrell e Jackie Stewart.
Clark precisou apenas de 72 Grandes Prémios, corridos entre 1960 e 68, para establecer recordes. Conseguiu 27 vitórias e 33 "pole-positions", recordes que perduraram até respetivamente, 1973 e 1989. Venceu as 500 Milhas de Indianápolis, o primeiro a fazê-lo num carro a motor traseiro. Teve momentos unicos de condução no automobilismo e os seus pares reconheciam que ele era o melhor. Eis um excerto do artigo:
(...) "Para 1968, Chapman estava a experimentar uma solução revolucionária. Enquanto que qualquer um podia comprar motores Cosworth a 7500 libras por unidade, decidiu que colocar mais carga aerodinâmica sobre as rodas traseiras seria ideal para conseguir maior aderência, logo mais velocidade em curva. Enquanto isso, a FIA decidiu liberalizar as pinturas no chassis, que até então eram baseadas nas cores nacionais. Sendo assim, Chpaman não perdeu tempo: arranjou um patrocínio da Imperial Tobacco e por 60 mil libras, pintou os seus carros com as cores da Gold Leaf, vermelhas e douradas. Esse dinheiro era o suficiente para sustentar as suas equipas de Formula 1 e Formula 2.
Clark correu com as novas cores na Tasman Series e foi também o primeiro piloto a experimentar a asa num carro, ao correr na Nova Zelândia: era a pá de um helicóptero adaptada ao carro. Mas pouco antes, em Kyalami, mais precisamente no primeiro dia desse ano, Clark não usou nem as asas, nem o patrocínio da Gold Leaf, para ganhar o GP local, naquela que se tornaria na sua 25ª vitória na Formula 1, batendo o “record” de dez anos que pertencia até então ao argentino Juan Manuel Fangio. Também fizera no dia anterior a sua 33ª pole-position da sua carreira, um “record” que iria ficar até 1989.
Por esta altura, Clark já tinha 32 anos e vivia em Paris, para escapar aos altos impostos que o fisco britânico impunha às pessoas com altos rendimentos. Foi por isso e por outras coisas que Clark decidiu não participar a 7 de Abril de 1968 nas 1000 Milhas BOAC de Brands Hatch, que era uma prova de Turismos em Inglaterra. Em vez disso, Clark decidiu participar numa prova de Formula 2 no circuito alemão de Hockenheim. Chapman tinha um compromisso com a Firestone, e queria que ele experimentasse o novo modelo de Formula 2 em Hockenheim.
O piloto escocês era um homem que raramente cometia erros. O seu único acidente grave tinha sido o de Monza, seis anos e meio antes, e era um piloto que tinha um estilo seguro de guiar. Apesar de todos saberem que a formula era uma competição perigosa e fatal, poucos acreditavam que algo poderia suceder a Jim Clark. (...)"
Caso estivesse vivo celebraria agora o seu 75º aniversário natalicio.
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