Já se falava desde a semana passada, e esta manhã confirmou-se: Tony Fernandes, o dono da Team Lotus, adquiriu a Caterham por uma soma não revelada. A marca britânica, que tem como modelo o Seven - que curiosamente é um modelo Lotus, cujos direitos o seu fundador adquiriu em 1973 a Colin Chapman - irá servir para "expandir o perfil da sua marca e a sua família de produtos", como dizem no seu comunicado de imprensa.
"A Caterham tem um lugar único no coração do mundo motorizado. Sendo orgulhosamente britânica, tem um reputação invejável e imaculada na indústria da performance, comportamento e excelência de engenharia. A Caterham Cars manteve-se totalmente fiel à filosofia de Colin Chapman de 'menos é mais' e o ADN do Seven original ainda pode ser identificado nas novas ofertas de produtos da Caterham", referiu Tony Fernandes, diretor da Team Lotus.
"A Caterham já é um sucesso de vendas na Europa, Japão, Austrália e no Médio Oriente e, sob a liderança da atual equipa diretiva, temos agora todos os ingredientes e plataforma de lançamento para evoluir ainda mais esse espírito e levar a Caterham para novos e excitantes horizontes com produtos inovadores e maior exposição global", acrescentou.
Agora, se ele irá usar esta aquisição para mudar o nome para "Team Caterham" caso ele perca o caso em tribunal, pelas suas declarações à imprensa, ele admite que seria um bom "plano B", mas deixa claro que não acredita nisso. "A motivação vem de muitos lugares, e muita dessa motivação nos últimos tempos veio do Grupo Lotus, que deu o seu melhor para nos destruir. Portanto, arranjamos motivação de diferentes maneiras", afirmou em declarações captadas por Keith Collantine, do F1 Fanatic. Contudo, Fernandes decidiu alterar o nome da sua equipa na GP2 para Team AirAsia Caterham...
Ontem andava a ler sobre este assunto no blog do Joe Saward, e falava que a ideia da aquisição da Caterham é a de providenciar um carro desportivo barato aos asiáticos. Fernandes achava que a Lotus seria o lugar ideal, devido ao fato de fabricarem carros baratos e rápidos, ideais para uma classe média asiática que se está a expandir rapidamente na China, Malásia, Tailândia, Coreia do Sul... etc. E com essa classe média a adquirir um enorme poder de compra, a venda de carros desse tipo, a preços acessiveis, Fernandes não pode menosprezar essa tendência.
E depois, claro, isto pode ser encarado como uma oportunidade de mostrar ao governo malaio, à Proton e a Lotus - e claro, Dany Bahar - a razão pelo qual é considerado como um dos melhores empresários do continente asiático. O homem que comprou a Air Asia "por um ringgitt" em 2001 e a transformou num dos gigantes regionais, graças aos seus voos de baixo custo, e por consequência a tornou enormemente lucrativa, quer provavelmente mostrar que pode fazer a mesma coisa com a Caterham. E era aquilo que queria fazer com a Lotus, se o governo malaio não fosse teimoso e não tivesse sido hipnotizado pelos planos loucos de Dany Bahar, um nome que causa anticorpos no meio automóvel.
O Grupo Lotus deve estar a torcer para que se contrarie a lógica ou que Fernandes desista das suas pretensões, porque aparentemente, as coisas estão negras para os lados deles. É que caso no final do outro mês a sentença lhes seja desfavorável, o tribunal pode obrigar a Renault/Genii/Proton a mudar de cor do seu bólido..
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