Já se topou que a Williams está a ter o seu pior inicio de temporada desde 1978. Nos três primeiros Grandes Prémios da temporada, o chassis FW31, carros pilotados pelo brasileiro Rubens Barrichello e pelo venezuelano Pastor Maldonado, ainda não alcançou qualquer ponto e só na China é que conseguiu acabar os dois carros. O 13º lugar do veteranissimo Rubens Barrichello apenas conseguiu igualar o melhor resultado de Jarno Trulli, da Team Lotus.
Estes resultados fizeram com que o valor das suas acções tenha descido bastante na Bolsa de Frankfurt, onde começou a ser cotada no inicio do ano. De acordo com o jornal britânico The Guardian, um mês depois de terem ingressado no mercado bolsista, as ações da equipa britânica caíram 27 por cento, desvalorizando dos 24,21 euros quando foram colocadas em período de venda, para 17,69 euros por acção, valor registado imediatamente antes da pausa de Páscoa.
A maior prejudicada com esta quebra no valor das ações foi a empresa holandesa Cyrte, fundada por John De Mol, fundador da produtora de televisão Endemol que, por exemplo, produziu e exportou o formato do Big Brother para vários países mundiais, incluindo Portugal. Ainda de acordo com o jornal britânico "The Guardian", a Cyrte tornou-se na maior investidora da Williams após a entrada desta no mercado bolsista, comprando cinco por cento das ações, pelo que esta queda significa uma perda do valor investido de 3,3 milhões de euros.
Os resultados desastrosos da Williams também começam a ter efeitos na estrutura. A equipa de Grove começa a ser ameaçada em termos de performance pela Team Lotus, que como sabem, entrou na Formula 1 apenas na temporada passada. Christian "Toto" Wolff, um dos acionistas minoritários da equipa, deseja reagir a esse mau começo, tentando ter uma fatia maior dela para poder ter poder de decisão dentro dela. Com Patrick Head prestes a reformar-se, Wolff deseja livrar-se de Adam Parr, que durante o seu consulado dentro da equipa, não conseguiu atrair muitos investidores. Muito pelo contrário, perdeu-os...
Um dos exemplos que é dado para as criticas a Adam Parr é o da Sonangol angolana. Segundo se diz na Autosport portuguesa, Adam Parr negociou entre meados de 2008 e meados de 2010 um patrocinio de 25 milhões de dólares anuais, mais a implementação de um centro de tecnologia em território angolano. Contudo, as negociações foram se arrastando e por vários motivos, entre os quais a recusa de ter Ricardo Teixeira como piloto de testes, levaram à não concretização do negócio. E aparentemente, quem ficará com esse valioso patrocinio será a Team Lotus, que já tem Teixeira nos seus quadros, ao lado do indiano Karun Chandhok, o italiano Davide Valsechi e o brasileiro Luiz Razia.
Wolff está atento ao que se passa noutros lados e simpatiza com o esforço de Geoff Willis, o projetista do F111 da Hispania, que aparentemente conseguiu elaborar um "milagre" ao fazer um chassis minimamente competitivo para bater os Virgin, elaborados totalmente por computador. E muito provavelmente poderá querer no final do ano o regresso de Willis à casa onde trabalhou, para dar o salto que esta equipa necessita.
Uma coisa é certa: a Williams precisa de reagir a este inicio desastroso, sob pena deste grande do automobilismo se afundar nas ruas da amargura.
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