O resultado desta tarde na corte britânica do caso "Lotus vs Lotus" era aquele que esperava desde o inicio, pelo historial e pelos exemplos anteriores, referidos longamente durante os ultimos meses. Esta tarde, a revindicação de Tony Fernandes para ter os direitos ao nome "Team Lotus" foi reconhecida no tribunal de Londres.
Uma decisão que naturalmente foi festejada nos lados de Hingham: "A Team Lotus está muito satisfeita que o caso de tribunal respeitante aos direitos de utilização do nome 'Team Lotus' tenha tido uma conclusão positiva e a equipa poderá agora concentrar-se no seu desafio a longo termo para honrar essa designação. A decisão confirma que a Team Lotus é a verdadeira proprietária do nome Team Lotus e do seu ícone redondo, estabelecendo judicialmente que a equipa malaia é a verdadeira herdeira da Team Lotus", refere um comunicado emitido pouco depois pela formação britânica.
"Estamos muito satisfeitos que tenha ficado claro que somos os reais detentores da Team Lotus. Sempre estivemos confiantes de que as provas factuais que apresentámos levariam a esta decisão e o julgamento de hoje confirmou essa crença", referiu Tony Fernandes, diretor da equipa.
A decisão revelou que a história estava do lado de Fernandes. Que o Group Lotus, quando vendeu a equipa de Formula 1, a Team Lotus, a Peter Collins e a Peter Wright, no final de 1990, tinha realmente abdicado dos direitos sobre o nome. E que a decisão de Colin Chapman, nos seus primeiros tempos de funcionamento da Lotus, de separar a divisão de competição da divisão automóvel, era mais do que válida. Logo, a pessoa que tem os direitos sobre o nome "Team Lotus" pode fazer o que quiser e bem entender com ela, pois não pertence à Group Lotus, que por sua vez pertence à Proton.
Há pessoas que dizem que a decisão foi uma espécie de empate, pois o Group Lotus tem o direito de patrocinar a Renault, colocando o seu nome na carenagem do carro. É certo, mas oficialmente, continuará a ser Renault e não Lotus Renault, como alguns querem pintar. Essa ideia dos carros terem o nome do patrocinador não existe, para ser franco. Seria como chamar os Lotus de John Player Special, os McLaren de Marlboro, os Ligier de Gitanes ou a Williams de Saudia. Os carros na Formula 1 são identificados pelo seu fabricante de chassis e nunca pelo patrocinador. Só quando o patrocinador terá esse direito quando comprar a equipa e fabricar o chassis, como fez a Benetton, no passado, e a Red Bull, mais recentemente.
Em suma, clarificou a situação? Claro que sim. Se isso poderá significar que num futuro próximo ambas as partes poderão conversar e resolver este imbróglio? Isso depende de ambas as partes. Tony Fernandes ganhou a legitimidade que queria e sai bem deste caso.
Quanto à Proton, Dany Bahar e o Grupo Lotus, eventualmente as coisas sairam mal desta vez, pois apostavam muito no prestigio do nome na Formula 1, numa campanha agressiva de publicidade no automobilismo (GP2, GP3, Indy Car Series e Le Mans Series no futuro) e numa megalomania destes, o mal feito de inicio tarde ou nunca se corrige. Não ficaria admirado se o balão nessa Lotus rebentar dentro em breve e descobrirmos a extensão dos estragos... mas por agora, querem apelar do caso. Não sei para quê, só se for num tribunal libio ou iraniano.
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