Depois de Mónaco, a Formula 1 atravessava o Atlântico pela segunda vez na temporada, para disputar o GP do Canadá, no circuito Gilles Villeneuve, em Montreal. Eram tempos agitados na Ferrari: Cesare Fiorio e Alain Prost estavam em desaguisado acerca do desenvolvimento do carro, e no final, a direção da Scuderia alinhou ao lado de Prost e demitiu Fiório, substituido pelo filho do Commendatore, Piero Lardi Ferrari.
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a Benetton, também havia saídas. John Barnard também se tinha zangado com o seu diretor Flávio Briatore, e tinha abandonado, indo para o seu lugar o californiano Gordon Kimball. Também hávia pilotos novos no alinhamento: o italiano Alex Caffi tinha tido um acidente rodoviário, no qual se tinha magoado no maxilar e para o seu lugar vinha o sueco Stefan Johansson, que ao lado de Michele Alboreto, reavivava a dupla da Ferrari em 1985 e 86. Na Lotus, a equipa decidiu dispensar Julian Bailey, quando o seu dinheiro tinha acabado, e no seu lugar alinhava o piloto de testes da equipa, Johnny Herbert.
Na pré-qualificação, não havia grandes novidades, pois tinham sido os Dallara e os Jordan a passar para a fase seguinte, e o resto a ver o resto do fim de semana na bancada. Ali, puderam ver no final das duas sessões de qualificação a pole-position de Riccardo Patrese, que conseguira superar o seu companheiro, Nigel Mansell. Mas o facto saliente desta qualificação, é que por fim, a Williams mostrava o seu potencial. Ayrton Senna era o terceiro, seguido pelo Ferrari de Alain Prost, enquanto que o Benetton-Ford de Roberto Moreno era o quinto na grelha, na frente de Gerhard Berger. Jean Alesi, no segundo Ferrari, era o sétimo, na frente do segundo Benetton de Nelson Piquet. A fechar o top ten estavam dois italianos: o Tyrrell-Honda de Stefano Modena e o Dallara-Judd de Emmanuele Pirro.
Com quatro pilotos que iriam ficar de fora, os pobres contemplados foram o Lotus de Herbert, o Brabham de Mark Blundell e os AGS de Fabrizio Barbazza e Gabriele Tarquini.
Na partida, Mansell conseguiu ser mais veloz do que Patrese e ambos os Williams ficaram no comando, com Senna, Prost e Berger logo atrás. O austriaco acabaria por abandonar ao fim de quatro voltas devido a problemas elétricos, seguido por Roberto Moreno, cuja suspensão do seu Benetton cedeu durante a décima volta. Pouco depois, Prost começava a ter problemas com a sua caixa de velocidades semiautomática, e tentava segurar o seu companheiro Alesi e o Benetton de Piquet.
Na frente, os dois Williams conseguiam segurar o McLaren de Senna, e pareciam que iria ficar aliviados quando este desistiu na volta 25 devido à avaria do seu alternador. Duas voltas depois, a caixa de velocidades do carro de Prost cedia e também era obrigado a encostar-se à berma. E na volta 34, era a vez do carro de Alesi ver o seu motor explodir.
E aos Williams, nada acontecia. Dominavam os acontecimentos e viam tudo a acontecer à concorrência, mas foi sol de pouca dura, pois na volta 40, o italiano tem um furo e teve de parar para trocar o pneu afetado, entregando o segundo posto ao Benetton de Nelson Piquet. Mas o brasileiro estava muito londe de Nigel Mansell, e este parecia que iria ver a sua primeira vitória do ano, bem como a primeira do chassis desenhado por Adrian Newey.
Pouco depois, Patrese começava a sofrer alguns problemas na sua caixa de velocidades, e começou a ser apanhado pelo Tyrrell de Stefano Modena. Perto do fim, os italianos trocavam de posições, mas parecia que nada afetava Mansell, que estava a ter uma corrida sem problemas. Tão sem problemas que começou a comemorar a vitória... cedo demais.
Quando fazia o gancho, a meia volta do fim, Mansell coloca o carro em ponto morto para acenar à multidão. Ali, as rotações abaixaram tanto que o motor "morreu", deixando-o apeado. Mesmo com a meta à vista, o "Brutânico" fazia jus à sua fama de piloto temperamental, capaz do melhor e do pior. E neste aspecto, Mansell deixou morrer o motor com a meta à vista.
Nelson Piquet passou por ele a caminho daquela que viria a ser a sua última - e talvez a mais inesperada - vitória da sua carreira na Formula 1. Depois disse que quando o viu parado na berma "teve um orgasmo" por esta vitória caída do céu, a sua terceira ao serviço da Benetton. E também iria ser a última vitória dos pneus Pirelli até à temporada de 2011. Stefano Modena era o segundo e Riccardo Patrese o terceiro. Atrás, os Jordan conseguiam os seus primeiros pontos de sempre, quando Andrea de Cesaris era o quarto e Bertrand Gachot o quinto. Para Nigel Mansell, nem tudo foi mau: acabou no sexto posto, colectando um ponto. Mas poderiam ter sido muito mais...
Fontes:
Com uma vantagem superior a 50 segundos (poderia ter ido aos boxes e tomar um cafezinho lá mesmo e quando retornasse ao circuito, continuaria ainda na primeira posição), Nigel Mansell teve a "proeza" na última volta de andar lentamente até o motor apagar há poucos metros da linha de chegada. Sem condições de reativar o motor, restou encostar seu Williams (número 5 vermelho) na área de escape. Atônito no local, Mansell teve que assistir Nelson Piquet (seu ex-companheiro de equipe e rival na Williams em 1986 e 1987) vencer o GP do Canadá.
ResponderEliminarNotas:
- 23ª e última vitória de Nelson Piquet na Fórmula 1;
- 4ª pole e 20º pódio na carreira de Riccardo Patrese;
- 2º e último pódio na carreira de Stefano Modena;
- primeiros 5 pontos no ano da estreante equipe Jordan com: 4º lugar (3 pontos) de Andrea de Cesaris e 5º lugar (2 pontos) de Bertrand Gachot (primeiros pontos do piloto na carreira);
- 5ª vitória e 25º pódio da equipe Benetton;
- última prova na carreira (largou na 25ª posição) de Stefan Johansson e
- pela primeira vez na temporada de 1991 que Ayrton Senna não largou na pole position e nem na primeira fila (2ª posição) e também a primeira vez na temporada que abandonou.