Se os atuais pilotos, com a nobre excepção de Mark Webber, manifestam estar neste momento silenciosos sobre a reintrodução do GP do Bahrein no calendário de 2010, já se ouvem outras vozes a manifestar reservas e oposição ao regresso da Formula 1 ao pequeno emirado do Golfo, agitado pela revolta da população xiita, maioria naquele pais. É o caso de Damon Hill, filho de Graham Hill e atual presidente do BRDC (British Racing Drivers Club), que disse à BBC que a FIA e a Formula 1 deveria tomar uma posição mais condizente com a opinião pública e menos com o dinheiro em jogo.
"Tem de haver uma possibilidade de escolher a forma de ganhar dinheiro e a Formula 1 não é pobre, a Formula 1 tem uma escolha e pode, na verdade, marcar uma posição contra algo mais do que apenas dinheiro. Pode marcar uma posição para algo mais do que lucro pessoal e dinheiro e penso que há gente que o quer fazer, e que quer que a Formula 1 seja sobre boas condições para as pessoas e para o mundo e penso que é uma oportunidade. Não deve ser visto como uma coisa má, mas sim uma oportunidade para mostrar que a Formula 1 se preocupa com as pessoas e com o seu bem-estar". começou por afirmar o antigo piloto da Brabham, Williams, Arrows e Jordan.
Interrogado a comentar o paralelismo da situação do Bahrein e de outros lados como a China ou os Emrados Árabes Unidos, por exemplo, Hill questiona: "Onde está a fronteira? A Formula 1 não trata dos assuntos políticos nem de resolver os assuntos políticos do Mundo, mas se parecer apoiar alguns valores, então a mensagem passa para os países e para os governos e isso pode ter uma influência positiva e pode mudar as coisas. Se se fechar os olhos como se nada acontecesse, pode ser como desviar-se das responsabilidades de um desporto mundial. Os critérios para essa fronteira têm de estar na vontade - e na vontade realista - de mudar para os valores que consideramos importantes, de maior humanidade", concluiu.
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