O segundo dia do Rali da Acrópole foi como sempre, duro, mas o dia foi marcado pela disputa pela liderança entre Citroens: primeiro o de Petter Solberg, depois foi Sebastien Ogier, e por fim tivemos Sebastien Löeb, que mais para o final do dia conseguiu ascender à liderança. Quanto aos pilotos portugueses, Armindo Araujo não chegou ao fim devido a uma falha elétrica, enquanto que Bernardo Sousa andou no segundo lugar no SWRC, e o nono posto da geral durante muito tempo, até perder algum tempo e cair uma posição.
Quando o segundo dia do Rali da Acrópole, na Grécia, começou, Petter Solberg sabia que os mais de 50 segundos que levava de vantagem poderiam não ser suficientes para se manter na frente da prova. E o desenrolar das especiais provou isso mesmo, com os pilotos oficiais da Citroën, sobretudo Sébastien Ogier, a mostrarem grande rapidez.
Como o piloto norueguês tinha de "limpar" os difíceis troços gregos, viu-se ultrapassado por Ogier logo na primeira das três especiais que compunham a segunda ronda de passagens, para na seguinte ser a vez de Sébastien Loeb saltar para o segundo posto. O piloto norueguês tentou minimizar os danos nas duas últimas classificativas da tarde, algo que conseguiu de certo modo: "A terra estava muito solta. Não posso forçar mais. Os dois últimos troços deixaram-me de rastos. Não quero perder muito mais tempo para o Ogier por causa de amanhã", referiu Solberg aos microfones da World Rally Radio.
Contudo, na última especial do dia, disputada já de noite na Grécia, contou com a passagem de Löeb para o primeiro posto com uma vantagem de apenas 2,2 segundos sobre o seu colega de equipa. Sebastien Löeb havia começado o troço na segunda posição da geral, mas problemas com o pó levantado pelo carro de Petter Solberg levaram Ogier a perder algum tempo e a liderança da prova. "Dei o máximo mas estava muito escorregadio nalguns pontos. Havia muito pó no início do troço e pensei que iria perder um minuto mas depois passou ao final de quatro quilómetros", afirmou Loeb, sendo complementado por Ogier na descrição das dificuldades: "Nem sabia onde estava, foi muito difícil. Estive sempre no meio do pó e foi difícil pilotar", referiu.
Quem beneficiou disto foi Petter Solberg, que apesar do tempo perdido na derradeira especial do dia, devido a uma nota errada, encontra-se no final do dia a 20,9 segundos de Löeb, e amanhã, poderá estar numa posição bastante favorável para um eventual ataque à liderança. Mas terá de se cuidar com quem vem atrás de si, pois a apenas 1,5 segundos, surge Mikko Hirvonen, no melhor dos Ford Fiesta WRC, já que Jari-Matti Latvala teve muitos problemas e atrasou-se consideravalmente, sendo agora o 11º na geral. E Hirvonen afirma que está "em boa posição para amanhã e ainda podemos lutar. Ainda estamos em jogo".
Muito distantes dos da frente estão os pilotos da Stobart-Ford, Henning Solberg e Matthew Wilson, ambos na frente de Kimi Raikonnen, o sétimo da geral, numa prova sem grande história para o piloto finlandês, que regressa após dois ralis de ausência. Depois vem Juho Hanninen, o melhor dos S2000, no oitavo lugar, seguido pelo holandês Dennis Kuipers e Bernardo Sousa, o unico português em prova, já que Armindo Araujo desistiu devido a problemas elétricos no seu Mini Cooper WRC, quando ocupava o 14º posto.
"Fizemos um bom trabalho ontem e hoje, e a partir do momento em que vimos que seria difícil chegar ao primeiro lugar, doseámos o ritmo para não correr tantos riscos. Amanhã, só temos de garantir que mantemos essa vantagem e que chegamos ao fim", comçou por referir o piloto da ilha da Madeira.
"Queremos pontuar o máximo possível no SWRC e neste momento tudo está bem encaminhado nesse sentido.
Temos ao nosso dispor um carro muito bem preparado pela nossa equipa de assistência, e portanto, estou muito confiante num bom resultado aqui na Grécia", completou. Contudo, com o problema de diferencial que teve, tem agora o hungaro Frigyes Turan atrás de si, com 59,2 segundos a separar ambos os pilotos no SWRC.
Quanto a Armindo Araujo, depois do toque numa pedra que o levou a cair para o 16ª posto da geral. já tinha recuperado até ao 14º lugar quando começou a ter problemas com a direção assistida do seu carro, que se agravaram no final da nona especial, quando chegou ao parque da assistência, onde viu que o circuito elétrico do seu carro estava inperacional, optando a equipa por abandonar a prova.
"Entrámos para o dia de hoje novamente tranquilos e concentrados em fazer o nosso trabalho. Na segunda especial andámos muitos quilómetros atrás do concorrente que partiu na nossa frente [Federico Villagra] e não sei se o pó e a temperatura elevada que se faz sentir aqui, causaram os problemas que sentimos logo a seguir. Na nona especial comecei a perceber que a direção assistida deixou de funcionar e foi muito duro chegar até a assistência. A equipa tentou perceber qual era o problema mas verificaram que alguma coisa no circuito elétrico não dava resposta. Infelizmente este tipo de problema não é de fácil resolução e não temos hipóteses de continuar", explicou o piloto português. Em relação a Daniel Oliveira, o brasileiro que também corre no seu Mini Cooper WRC, é agora o 20º da geral.
O Rali da Acrópole termina amanhã.
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