Morreu esta madrugada aos 74 anos em São Paulo, Sid Mosca, desenhador de capacetes e de carros nos últimos 40 anos. Vitima de um cancro na bexiga, do qual padecia há cerca de dois anos, ficou conhecido pelo desenho do capacete de Ayrton Senna, que o fez em 1979 e apareceu pela primeira vez no Mundial de Karting realizado nesse ano no Estoril. Um desenho que surgiu por causa do regulamento desse campeonato, que obrigava os pilotos a usarem desenhos das bandeiras nacionais. Simples, mas marcante.
Contudo, Mosca também desenhou quase todos os capacetes dos pilotos brasileiros que andaram fora do pais que que correram na Formula 1 ou na Indy, entre outros. Todos os pilotos brasileiros desejaram que o seu capacete fosse desenhado por ele. Todos os que passaram pela Formula 1 - Fittipaldi, Piquet e Senna - conseguiram. Mas houve mais: Barrichello, Hoffman, Moreno, Massa... todos eles tiveram esse previlégio. E pintou capacetes internacionais, como o de Keke Rosberg e Mika Hakkinen.
Mas ele não desenhou só capacetes, também desenhou carros. Aliás, começou a dar nas vistas a meio da década de 70 quando pintou o seu Fusca (Carocha) de Divisão 3 no qual participava... como piloto. Há uma historieta engraçada, que conta o Saloma no seu blog: em 1977, quando Mario Andretti vê o seu carro a pegar fogo nos treinos do GP do Brasil, em Interlagos, este afeta a pintura negra e dourada da John Player Special e isso era grave numa corrida como aquelas. Em contra-relógio, Colin Chapman procura Emerson Fittipaldi para saber quem poderia redesenhar o carro, e recomendou Sid Mosca. O desenho fica tão bom que recebe os seus elogios sinceros.
Depois desenhou carros da Copersucar, Brabham e da Jordan, e essa apreciação pelos seus desenhos chegou ao ponto de em 2000, para comemorar os 50 anos da Formula 1, Bernie Ecclestone pede a Sid Mosca para fazer um desenho para homenagear 50 personalidades da história. E ensinou a arte ao filho, que também tem o nome do pai. Ao todo, Sid Mosca e o seu filho já desenharam e pintaram mais de 60 mil capacetes e pinturas para carros personalizados.
O Brasil - e o automobilismo - perdeu de certeza um artista. Fica agora o seu legado, nos capacetes espalhados um pouco por todo o mundo. Ars lunga, vita brevis.
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