Ando a acompanhar desde há algum tempo a carreira do António Felix da Costa, e estou mais do que convencido de que é a nossa melhor esperança para colocarmos alguém na Formula 1. A sua carreira é gerida pelo seu pai e irmão, e tem os conselhos de Tiago Monteiro, que já lhe disse que se quiser um lugar na GP2, tem um à espera na sua Ocean. Pode não ter ganho ainda qualquer título em monolugares, mas ainda não tem vinte anos e mostra ser um grande valor automobilistico na Europa e no Mundo.
Contudo, este ano não está a ter um grande ano na ultra-competitiva GP3. Está numa boa equipa, a Status, mas só conseguiu pontuar em Istambul, não o conseguindo em Valencia e Silverstone, por azares nos treinos e nas corridas. Mas para não perder a prática, lá vai alinhando na Formula 3, competição do qual tem prática, ao vencer três corridas na Euroseries, em 2010. Mas como este ano a Euroseries está a ser a sombra do que foi, passou então para a Formula 3 britânica, que continua a ser a mais famosa do mundo.
Alinhando pela Hitech, decidiu fazer três corridas no final de semana de Nurburgring. E mesmo sem correr nesses monolugares desde há vários meses, não só pontuou em todas as corridas como conseguiu subir ao pódio na última corrida desse final de semana, com um segundo lugar, atrás do brasileiro Felipe Nasr, o grande dominador da temporada. Felizes da vida, a Hitech renovou o convite, desta vez no final de semana que passou, no circuito francês de Paul Ricard. Ele aceitou... e fez ainda melhor: dois pódios e uma volta mais rápida. Quem bem poderia ser três, caso não tivesse tido uma penalização, devido ao toque com o dinamarquês Kevin Magnussen. E se estão a pensar neste nome, digo que sim: é o filho de Jan Magnussen, que já ganhou esta competição.
Na primeira corrida, e partido do terceiro lugar, passou Magnussen e ameaçou Nasr, mas não conseguiu desalojá-lo do primeiro posto. Na segunda corrida - que teve apenas seis voltas devido a uma carambola - acabou no lugar mais baixo do pódio, batido apenas por William Buller, o vencedor, e o Rupert Svendsen-Cook, o segundo classificado. E no terceiro, partindo do terceiro lugar da grelha de partida, pressionou Magnussen durante toda a corrida até que na última volta tentou uma ultrapassagem arriscada, que resultou no embate entre embos os pilotos. O português prosseguiu, mas o dinamarquês não, e os comissários acharam que isto era evitável, logo, penalizaram-no em 30 segundos. Como terminou no segundo lugar, baixou para o nono. E a Hitech decidiu recorrer da decisão.
Com estes bons resultados, Felix da Costa está no "top ten" com 51 pontos, quatro pódios e uma volta mais rápida. Para um ano menos bom na GP3, certamente que estes resultados na Formula 3 britânica certamente fizeram elevar a sua moral para as próximas corridas- Mas agora pergunto-me: se tivesse escolhido a Formula 3 britânica, que certamente já pode não ter o charme de outros tempos, mas tem a experiência de guiar num desses bólidos, pergunto-me se o Felipe Nasr (um excelente piloto, diga-se), o Carlos Huertas e o Lucas Foresti não teriam mais dificuldades em estar nas três primeiras posições? Enfim, é mais um exercício de retórica, mas suspeito que sim.
Agora, espero que leve essa boa sorte para que na GP3 apareçam os bons resultados. Está numa boa equipa e espero que isso aconteça. E também espero que ainda volte à F3 britânica este ano, quem sabe, para brindar com mais boas exibições. Títulos, eu duvido, mas gostava de o ver de novo no "rookie test" da Formula 1, no final do ano.
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