Parece que voltamos a 2006, não é? Chuva a cântaros na partida e Jenson Button vence uma corrida. E não é só uma espécie de "regresso a um lugar onde foi feliz". Acontece num momento simbólico da sua carreira: este é o seu 200º Grande Prémio. Apenas aos 31 anos e já tem tais numeros... mas tal como em 2006, foi uma corrida memorável para aqueles que o viram e acompanharam durante as quase duas horas que a corrida durou esta tarde.
A segunda vitória de Jenson Button na temporada de 2011 começou tal como em 2006: com o boletim meteorológico. Contrariando as expectativas iniciais, a prova começou com chuva imediatamente antes da partida ser dada, logo, a pista estava molhada. Quando aconteceu, Sebastian Vettel manteve a liderança, seguidos dos McLaren de Lewis Hamilton e Jenson Button, enquanto que os Ferrari perderam posições: Fernando Alonso e Felipe Massa perderam três lugares cada um.
E logo de inicio, Hamilton atacou Vettel para sacar a liderança. A sua primeira tentativa foi na quarta volta e na quinta, Vettel sai um pouco largo na curva dois e Hamilton aproveita. Enquanto isto acontecia, havia uma recuperação sensacional: a de Sebastien Buemi, que de último - penalizado por causa do incidente com Nick Heidfeld em Nurburgring uma semana antes - já era 14º, atrás de Rubens Barrichello.
Com o asfalto a secar, na 11ª volta começavam as primeiras paragens nas boxes. As primeiras de uma longa série que no final deram para bater um novo recorde na Formula 1. Duas voltas depois, os pilotos da frente paravam, e alguns colocavam pneus supermacios para ver se conseguiam ganhar o maior numero de posições possivel, mas nada foi alterado na frente, com Hamilton a abrir vantagem, agora, sobre o seu companheiro Jenson Button.
As lutas continuavam animadas, mas na volta 25 houve drama: o Renault de Nick Heidfeld, após ter feito a sua habitual paragem nas boxes, começa a pegar fogo de traseira e o piloto alemão não tem outra hipótese que não saltar com aparato do seu carro. E com isso, a corrida fica sob bandeira amarela por quatro voltas, boa altura para os lideres colocarem um novo set de pneus, sem grandes alterações na frente, agora com Fernando Alonso no terceiro lugar, depois de ter superado os Red Bull.
Mas a partir da volta 45, o tempo volta a fazer das suas: volta a chover, com menos intensidade do que antes, mas o suficiente para que Hamilton comece a cometer erros e a deixar passar Button. Ambos alternam a liderança até à volta 55, quando acontece um dos momentos da corrida. Hamilton roda e para voltar faz um novo pião, colocando o Force India de Paul di Resta fora da pista. Resultado: os comissários de pista decidem penalizar Hamilton pela sua manobra perigosa. O britânico cai para o sexto lugar e a sua corrida fica definitivamente estragada.
Apesar da queda de água, a pista não ficou suficientemente molhada para fazer as trocas para pneus de chuva, e na frente, Jenson button fez o suficiente para manter a liderança, apesar de ser seguido por Sebastian Vettel. Lewis Hamilton, esse, atacou para chegar o mais longe possivel, e passou Mark Webber para ficar com o quarto lugar, apesar das tentativas do australiano em ripostar, mas de nada serviram.
E quando a bandeira de xadrez foi mostrada, quase duas horas depois da corrida ter começado, Jenson Button comemorava uma inesperada vitória, numa espécie de regresso ao passado, cinco anos depois de ter ganho pela primeira vez, e 200 corridas depois de ter começado. E ao seu lado tinha Sebastian Vettel no segundo lugar, e Fernando Alonso a conseguir o seu quarto pódio consecutivo. O piloto alemão pode ter voltado ao pódio e manter a liderança com vantagem considerável, mas é um fato que agora, a Red Bull não vence há três corridas.
O quarto lugar de Lewis Hamilton pode servir de fraco consolo pela corrida que fez e pela vitória que se calhar teria merecido, pela sua combatividade. Mas os erros e as ingenuidades pagam-se caro, mas ao menos ficou à frente de Mark Webber e Felipe Massa, que repetiram a sequência dos três primeiros classificados, curiosamente...
Em termos de "restos", tem de se tirar o chapéu a Paul di Resta, que consegue aqui a sua melhor posição de sempre com o seu Force India, e ficou na frente do Toro Rosso de Sebastien Buemi, que de último acabou em oitavo, e um lugar nos pontos. E ficou na frente de outro derrotado, Nico Rosberg, no seu Mercedes, e de Jaime Alguersuari, que foi o décimo e fechou os lugares pontuáveis.
E já agora, hoje vimos mais um recorde nos anais da Formula 1: tivemos 88 paragens na boxe durante a corrida. Tempo mais uns Pirelli propositadamente esfarelados dá nisto...
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